Querido diário:
Por razões perfeitamente explicáveis para quem as quisesse ouvir, desde sábado guardo uma postagem sobre a página 7 da Zero Hora do sábado que passou de modo fulminante, ainda que ocupando as mesmas e tradicionais 24 horas terráqueas. Mas acho que o tema é tão estapafúrdio que seria um crime privar meus confrades e minhas confreiras do que segue.
Toda a página 7 é tomada por um anúncio da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Fazia-se propaganda de seus 178 anos de existência. A primeira coisa em que pensei foi: "tão velhos e ainda não criaram juízo", dedicando-se à fraude e à ladroagem sistematicamente. Até alguns anos atrás, dizia-se que sua lisura era um dos orgulhos gaúchos. Desde então, se bem lembro, caiu no conhecimento comum a fraude dos selos e depois a ladroagem dos cargos em comissão distribuídos a mal-disfarçados (que digo?, nem se tentou disfarçar) cabos eleitorais dos rapazes que emplacaram a sinecura para si e aparentados & apaniguados.
Antes de partir para o segundo copo de cachaça (o primeiro empinei-o logo que vi aquele "178 ANOS DE COMPROMISSO PELA DEMOCRACIA", com os negritos lá deles), ainda li:
O Parlamento é o espaço da representação política de um povo livre. Nele, se manifestam permanentemente os anseios de uma sociedade e se defendem os interesses dos gaúchos, com a apresentação de projetos e propostas que visam melhorar a vida de todos. O Parlamento é um grande mosaico de debates e ideias, que garante o cumprimeito dos direitos individuais e coletivos de cada cidadão, em respeito à Constituição e à democracia. E para contribuir ainda mais com a sociedade, essa liberdade deve ser preservada. A Assembleia trabalha para construção do futuro do Rio Grande do Sul. 20 de abril de 2013 - 178 anos de história.
Depreende-se que o povo livre da Chechênia (para falar no que referem as p-4-5 do mesmíssimo jornal sobre a insanidade levada a efeito em Boston por rapazes que por lá nasceram) que "os interesses gaúchos" são defendidos lá em seu "P"arlamento? Não, claro que não. Apenas que também por lá existirão prebendas pagas aos parentes dos eleitos?
Tenho dito que, acabando-se com os estados, vai-se a corrupção da Assembleia. E a do senado.
DdAB
P.S. Nunca esquecendo que o Vereador José Vecchio sempre que queria dizer parlamentar, com ironia, falava em para-lamentar. Era um realista que hoje diria para-muito-lamentar.
P.S.S.: a imagem veio daqui. E não é que havia outro José Vecchio ativo? Será parente?
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