O jornal Zero Hora de hoje tem na capa uma manchete de segundo time:
Por que o Brasil é um dos líderes mundiais em mortes por gripe A [e segue]; fatores naturais e falhas como a faslta de estratégias regionais de combate à doença explicam a incômoda posição do país.
Depois, na p.12, tem um artigo de Paulo Ayres (professor de educação física). Seu título é:
Potência ou impotência olímpica?
e, naturalmente, comenta o desempenho um tanto fora da curva do Brasil nas Olímpiadas de Londres/2012.
Claro que este tipo de liderança na gripe A é o outro lado da medalha do mau desempenho nas Olimpíadas. Saúde e educação. Segurança e saneamento. Emprego e transporte. São diversas as simetrias e variegados os paralelismos. Tenho insistido em dois conceitos interrelacionados que pareceriam capazes de dar solução a esta dupla negativa, a doença e a falta de educação (inclusive, claro, a física).
Claro que sobrou para o governo: o papel do governo deve ser fundamental nestas duas atividades. Mas seria razoável promover viagens a londres a centenas de pessoas, se outras dezenas estão morrendo por incúria dos céus ou sabe-se lá de quem?
Entâo: o primeiro mandamento é que o governo deve prover bens públicos e bens de mérito. Que quer dizer bem público? Quer dizer aquele cuja provisão jamais será feita pelo mercado, como a limpeza urbana. E bem de mérito? Aqueles cujo desejo de consumir por parte do indivíduo é menor do que aquele que a sociedade acharia conveniente. Por exemplo, o acesso à educação.
E o segundo é que ele, não apenas para reduzir ou acabar com a corrupção, deve adotar o conceito de orçamento universal. E que quer dizer universalizar os orçamentos (prefeituras, estados enquanto não forem extintos e união)? Quer dizer ir estabelecendo patamares de atendimento para todos. Por exemplo, ninguém teria direito a operações de ponte de safena, remédio para Aids, cirurgias estéticas, enquanto outras necessecidades sanitárias mais básicas, como a eliminação da barriga dágua, do lançamento de dejetos pluviais não tratados em cursos dágua, e por aí vai. Resolvidas estas questões, passar-se-ia a incorporar necessidades menos primárias. E isto não teria limite, claro. Se a produção for privada, não haveria razão para pensar que o estado a empalmaria.
DdAB
p.s.: Mais exemplos de bens de mérito: fazer dieta, fazer exercício físico e estudar. Eu mesmo, para estudar, fui subornado com uma bolsa de estudos para conhecer Oxford. Para fazer ginástica, me amarraram num poste, o que também resolveu o problema do excesso de ingesta de alimentos.
p.s.s. a imagem veio daqui. E me ocorreu aquele refrão: "a gente somos inútil".
Nenhum comentário:
Postar um comentário