querido diário:
no outro dia (ontem?), li na Carta Capital de 18/jan/2012 uma frase que me deixou de orelha em pé. não cito literalmente, pois a revista desapareceu, misteriosamente. o conteúdo é que não se me olvida. dizia a revista algo que agora sim, nos últimos nove anos, o Brasil começou a encontrar o caminho das virtudes. não era bem isso, insisto, para fins de julgamentos e adições informacionais posteriores. mas a ideia era esta: parecia que as mudanças que o Brasil vem experimentando e que o estão fazendo melhor muito, mas muito sutilmente, começaram no dia da posse do ilustre e glorioso Presidente Lula, nada sobreando ao ilustre e glorioso Presidente FHC.
como sabemos, os dois presidentes têm muito em comum, além de moverem-se com desenvoltura na sociedade paulistana. nem direi o quê. milhões de comunalidades. grande habilidade política, e por aí vai. agora, cá entre nós, é exagerado dizer:
.a. que o Brasil vai bem (ainda tolero ouvir que está melhorando)
.b. que foi o Lula que tudo começou.
se o FHC fez as privatizações, que foram um tanto esdrúxulas, o Lula fez novas reformas na previdência social, de corte neoliberal e deletério aos interesses da classea trabalhadora. fora que podia ter voltado atrás algumas reformas de FHC, como por exemplo, prorrogar a idade da aposentadoria pelo INSS para 70 anos de idade. nenhum deles foi capaz de apostar no século XXI, ao fim do qual a longevidade será muito maior e não seria razoável nem sensato prorrogar novamente a aposentadoria por idade para 200 ou 300 anos de existência.
em minha opinião, derivada de consultas que andei fazendo a mais de um oráculo, ambos foram presidentes que mexeram. mexeram pouco nas causas das causas. como já argumentei, a causa, claro, é a má qualidade dos eleitores, que votam em ladrões. a cauda da causa são os ladrões que não administram o orçamento público de molde a viabilizar o resgate intelectual dos eleitores, seduzindo-os a não votarem em lixo.
pois bem, este foi o lado da Carta Capital e suas sequelas. e o lado da Veja? simplesmente, a Veja de 28/dez/2011 tem uma interessante matéria sobre "50 Grandes Brasileiros e seu Legado". tudo bem há até mais de 50, como por exemplo, Eugênio Gudin, Roberto Simonsem e Raymundo Faoro. para não falar em Edson Arantes do Nascimento.
e que há de errado com a revista que cega? ela é a flor da direita, é revoltante. ao falar da Princesa Isabel, Cega calculou que seu exercício do poder foi de 3 anos e meio. e concluiu que "Dilma Rousseff, portanto, é a segunda mulher a governar o Brasil". isto diminui a dilminha? isto dá mais compromisso ao dilmão?
uma das formas de tratamento dos problemas que mais me deixa de orelha em pé é o grenal. os gaúchos sabem que grenal é uma estupidez que coloca tudo de bom em seu clube do coração (no segmento desstinado ao ódio e à intolerância) e tudo de mal no adversário, também chamado de inimigo. este grenal entre FHC e Lula, para mim, já passou da conta. esta incapacidade de precisar dar uma baixa em um dos lados para poder ver o outro nas alturas é freudiano: o seio bom e o seio mau. a intolerância à lactose, na política, se torna uma intolerância muito mais séria.
DdAB
fonte da bela ilustração: aqui.
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