querido blog:
o homem é a medida de todas as coisas (é a fonta da imagem que vemos). quem começa a medir já começa a errar. errar é humano. como se mede um ser humano? quilos, litros? no outro dia, li no próprio Richard Dawkins uma frase elogiando a evolução e, com ela, as células dos entes superiores, como nós e os bois (piadinha lá dele mesmo, mutatis mutandis). ele dizia: quando comemos um steak, estamos ingerindo um volume de informação (nas células de cada garfada) equivalente a 200 coleções da Enciclopédia Britânica.
por outro lado, é claro que o ser humano não é tem propriedades facilmente capturáveis pela noção de
medida. deixa eu olhar no aurelião, editanto um pouquinho. ele comenta, na acepção 11, que, figuradamente, medida é um meio de comparação e julgamento; padrão, estalão. gostei desta do "estalão", palavra que não é 100% de meu vocabulário, mas que estava registrada em algum pedaço do bife... na acepção 13, da física, vem algo mais interessante, por dizer que medida é o ato ou processo de comparar uma grandeza com outra com o objetivo de associar à primeira um número característico do seu valor em face da grandeza com a qual foi comparada.
por que então usar o homem como medida de todas as coisas? pois podemos compará-lo com as estrelas, as amebas, os sonetos e o que de mais nos vier à mente. aprendi no livrinho de Seagall (simplesmente não é Seagall e não lembro mais o original) que podemos falar em
.a. contar
.b. medir
contamos ovelhinhas ou o número de palavras da Enciclopédia Britânica que um macaco pode digitrar, ao brincar no teclado de um computador moderno, e por aí vai. mas podemos medir: o macaco gosta mais de teclados ou de bananas. o macaco tem Q.I. maior, menos ou igual ao meu? o macaco é mais alto que eu? escalas ordinal, intervalar e ordinal. cada uma delas tem seu contéudo informacional enriquecido relativamente à anterior.
e as escalas de cristalografia? queremos medir dureza: quem risca quem é o mais duro. se o ferro risca o vidro, ele é mais duro do que o vidro. se o vidro risca uma película de farinha de mandioca, o vidro é mais duro. o mais mole é o talco e o mais duro é o diamante, ou muito me engano. ou seja, se queremos medir coisas das ciências físicas, como a rigidez de um corpo, às vezes precisamos de escalas de medida que os economistas usam, por exemplo, para medir as preferências sociais entre políticos ladrões e ladrões políticos, o que -aparantemte- dá indifrerença.
e, já que as coisas começam a complicar-se, devemos ter presente que nem sempre o mais rígido é o mais frágil. tem a fábula das varas, as que envergavam ao vento e as que resistiam. as primeiras eram mais rígidas e frágeis, não eram?
outras escalas (fonte: papelzinho):
Beaufort: descreve a velocidade do vento: 0 - calmaria; 12 - furacão
Epsworth: descreve o grau de sonolência do vivente: 0 - desperto; 24 - precisa de tratamento médico
Glasgow: grau de inconsciência de um paciente: 3 - morte cerebral; 15 - estado normal
Kinsey: grau de adesão ao sexo de nascimento (vulgar mistura de sexo com gênero...): 0 exclusivamente heterossexual; 6 - homossesxual fora do armário
Richter: força do terremoto: 0 - marasmo; 10 - barraco absoluto; o 6 já é sinal de enorme devastação, como disse o papelzinho.
DdAB
p.s.: esta é a postagem n.889, em três anos e meio. vejamos se bato meu récord de número de dias sem postagens. até breve.
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