14 abril, 2010

Adeus às Armas: prisão perpétua

querido blog:
eu nem queria alongar-me. mas -para fazer explícitos todos os vínculos que me acorreram à cabeça, não bastarão duas ou três palavras ou um sistema de equações. não sei se estou do lado dos conteúdos do site de onde retirei este revólver desativado. no caso do Brasil, este país de ladrões (político rouba pobre e ladrão comum rouba ricos...), fala-se em cancelar a lei da anistia para a turma da ditadura.

acho esta uma palavra de ordem tão tartamuda quanto as velhas campanhas em favor das eleições diretas para presidente, da monarquia ou república e do "diga não às armas". o povo disse "sim!" e eu, pela primeira vez na vida, fiz desobediência civil, jurando (era o ano do "mensalão") nunca mais votar, nunca mais comparecer ao tribunal para prestigiar o voto compulsório. ou seja, no plebiscito das armas, pensei com meus trôpegos sapatos: "não pode portar arma nem pode ser proibido portar arma", os abobados que fizeram o plebiscito enriqueceram e, mais, enriqueceram os rapazes da empresa que vendeu os recibinhos de "em dia com as obrigações eleitorais" para 100 milhões de eleitores. fora os fantasmas...

sobre esta questão dos torturadores, minha opinião é similar à que esposo sobre a corrupção: não era melhor começar para valer daqui a 20 anos? não estamos muito em cima dos fatos, o que nos impede de poder realmente promover uma organização popular que desalinhe (ou seja, baixe a lenha) os políticos (ergo, ladrões) da atual geração.

por outro lado, Heminguay, ao dar adeus às armas, com a estrondosa derrota que os republicanos espanhóis sofreram de seus irmãos, os franquistas, tinha claro (pelo menos é o que deduzi da leitura cifrada da p.123 do livro da Editora GangeS) que a pena de morte é um crime de lesa-humanidade, como a tortura, a pedofilia, as sevícias à infância (e.g., o puxão de orelha e a infibulação), o incesto, e tudo o mais. abaixo o relativismo cultural! sendo crime de lesa-humanidade, como é o caso do rapaz que, solto por um juiz que ganha R$ 27.000 mensais, tomou a liberdade de matar mais seis criaturas.

claro que sou contra a pena de morte, mas não vejo razão para que ele não pague com a perda permanente da liberdade este "nefando ato" (na expressão que aprendi com Carlos Heitor Cony, agora ele -não eu, meu chapa- jogando na ponta direita.
DdAB
(ver: http://portugalparafrente.blogspot.com/2008/11/priso-perptua-para-torturador-e.html)

3 comentários:

maria da Paz Brasil disse...

Oi, Mr. DdAB!

Gostei muito.
Mas vamos combinar: habitamos um pais completamente "surreal"! Imagino que nem na "Zambézia" esse tipo de assassino seria solto. Penso eu que, por lá, não se admite um nível de ineficiência do judiciário a ponto de soltar e depois ter que prender o "moço". Com certeza, lá, esse tipo de decisão seria considerada retrabalho.

Como diria U. Ribeiro: "e viva o povo brasileiro"!
MdPB

Sílvio e Ana disse...

Prisão perpétua e responsabilidade pelos crimes em qualquer idade.
(Sílvio)

... DdAB - Duilio de Avila Berni, ... disse...

gente: sou pela paz! e nunca tinha pensado em desqualificação penal por idade. ainda mato um... mas não é o caso, basta pensar: e se um menininho de dois aninhos mata um político acidentalmente? se é acidentalmente (embora o resultado seja desejável), não terá havido crime, logo não há condenação. se, ao contrário, houver intenção de acabar com os políticos destruindo os seres humanos que os abrigam, não vejo razão para não trancafiar, no xilindró, o réprobo. não é isto?
DdAB