23 abril, 2010
Confissões Constrangedoras: Fernando Mottola
querido blog:
claro que, no mundo moderno, mundo de Scherlock Holmes e outros praticantes do modelo conjetural, não basta o indivíduo confessar o crime, a confissão não pode ser tomada como único elemento a apontar para o final das investigações. por exemplo, digamos que a vida de João da Silva tenha o valor de 27.000 quantidades monetárias e a de José da Silva, de apenas 0,1 u.m. neste caso, podemos conceber que, se por alguma razão escalafobética, João da Silva assassinar Maria da Silva e José da Silva confessar o crime (ganhando um incentivo de, digamos, 0,2 u.m., ou 54.000, sei lá), será óbvio que a aceitação incondicional da confissão -ainda que avalizada pelo mercado- não terá maior valia sob o ponto de vista dos interesses perenes da sociedade igualitária (para esta, tudo começa com a liberdade, e Maria da Silva não tem liberdade de ser morta por ninguém).
em outras palavras, o fato de que o desembargador aposentado do TJRS, sr. Fernando (R$ 27.000) Mottola escrever o artigo "Os juízes do Rio Grande e a anistia" entregou a ditadura militar não a compromete de modo absoluto, mas que é uma boa dica para os desmandos de ambos, lá isto é: "Os dois lados tiveram vítimas e cometeram excessos. A tortura e o assassinato de opositores, reais ou imaginários, não foram uma exclusividade dos governos militares."
um dos lados, claro, é a milicada. o outro são "alguns dos que pretendiam criar um Estado comunista", como podemos ler na p.15 -dos Artigos- do jornal Zero Hora. e o Mottola quer deixar bem claro que a milicada teve vítimas e cometeu excessos, não é isto? pior ainda, a tortura e o assassinato reais ou imaginários também foram praticadas pelos militares, não é isto? eu, se fosse o detetive do caso João-José-Maria, não aceitaria isto sem provas. mas tem juiz muito louco que já iria condenando o José, não é?
o juiz está estupefato. e eu também, claro. parece que o juiz é contra a anulação da lei da anistia. e eu também. descambando para uma aulinha de inglês, eu diria: "there is an enormous pit among us". e mais: "the difference between us is that i support the MAL* and he supports evilish ways of conducting politics". que é o MAL*? é o Movimento pela Anistia aos Ladrões, uma organização sem fins lucrativos que apoia a idéia de deixar tudo o que aconteceu até ontem como dito por não dito e começar vida nova a partir de amanhã. a prioridade, no caso, seria -ao invés de gastar recursos sociais tentando enquadrar os amigos do juiz Fernando- dar um combate feroz à barriga dágua 27.000.000 de meninos brasileiros.
DdAB
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