querido blog:
ontem eu dizia que a justiça não pode ser feita pelas próprias mãos, ainda que não seja difícil reconhecer como traço do mundo mundano que a vingança é cabível ao indivíduo. no mundo da ilustração que encontrei para "vingança", vemos uma postura totalmente etnocentrista (^-1), ainda que divertida. por sinal, o site hayalevi deixa-se ler em língua estranha, mas retirei a ilustração do que abaixo registrei, seguindo a nova prática de deixar visível a origem de minha viagem diária ou quase no mundo do Google Images.
na condição de indivíduo, ao ler o artigo de hoje de Cláudio Moreno ("Tuitar"), na p.7 do caderno "Cultura" de Zero Hora, senti-me vingado -na condição de indivíduo- e justiçado, ao invocar a condição de cidadão. ainda assim, minha vingança não é completa, pois não sei bem o que me levou a pensar do jeito que o faço nesta matéria. poderia ser apenas meu instinto, poderia ser a influência dos bons professores que tive. não citarei Moreno ao pé da letra, mas desconstruirei (como diria algum moderninho) as partes que me interessam de seu primeiro parágrafo.
falando em seu tema do tuíter, ele diz:
[...] apesar do título [...] referir-se a um fenômeno da internet, pretendo tratar exclusivamente de assuntos de nosso idioma [...]
e o trecho entre parênteses é que é avassalador e constitui minha mais circunspecta vingança:
(alguns moderninhos escreveriam "de o título", mas eu, para honrar os bons professores que tive, não posso cair nessa armadilha)
o pior dos mundos é aquele que se encontrará em alguns artigos de minha autoria, revisados precisamente pela macacada da revisão de português emplastada nas revistas técnicas. não sei o que é mais pernicioso para o futuro da humanidade, se a da Fundação de Economia e Estatística ou a do Banco do Nordeste do Brasil. mas -i'm afraid- não apenas estas duas escolas de escol (^-1). é óbvio que estou longe da perfeição em matéria de escrita correta, mas também é óbvio que tive bons professores que, por mérito lá deles, independente de minhas eventuais virtudes, deixaram-me belas cicatrizes.
eu penso, penso?, que os moderninhos cometem um erro de translação mecânica de conceitos que se aplicam em outros contextos. "faz-se carretos" é o jeito errado de dizermos "fazem-se carretos", aprendi. o "desdobramento" (era isto?) da frase expressa na forma passiva sintética (era isto?): carretos são feitos, flores são vendidas. aceito. neste caso, tinha umas coisas do agente da passiva e outros agentes sociais, mas começou o exagero com frases daqueles blim-blim-blins transitivos indiretos, que a negadinha também começa a "desdobrar", uns exagerados.
obviamente, não sei do que estou falando, pois tenho mais segurança para falar do futuro da humanidade do que dos xavecos da língua portuguesa. por exemplo, asseguro que, dentro de poucos séculos, moraremos em naves espaciais. no caso do "apesar do título referir", e "apesar de o título referir", fico a indagar-me a razão da incapacidade da macacada e da negadinha de entender que as árvores semânticas prestam-se à perfeição para, na hora da análise, deixarem-nos desdobrar o "do" em preposição para um lado e artigo para o outro. para não falar na forma não-sulista de dizer: "caiu em mim" como "caiu nimim". tá na cara que, sempre que ouço "nimim", já vou traduzindo para "em mim": em mim provoca ódio e desejo de vingança ter textos escritos corretamente "corrigidos" para formas que atentem subjetividade de terceiros, ou o que é pior, "corrigidos" para formas erradas!
DdAB
http://www.blogger.com/email-post.g?blogID=7020426533943799981&postID=3738364331886478407
tuíter: mas na p.2, a coluna semanal de Cláudia Laytano diz: "[...] antes de os cuidados com a saúde [...]" sei lá o quê. eu também acho que uma forma de evitar esta frase agongorada é mudá-la: antes que os cuidados com a saúde façam algo...
tuíter pós-parto: achei mais milhares de formas arrevezadas "de o autor", sei lá que decidi ir atrás de prova cabal de que Moreno falou mesmo o que falou:
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