O segundo tipo de raciocínio encaminha a solução (de equilíbrio) do jogo dos transeuntes envolve o conceito de equilíbrio de Nash. Trata de analisar qual a melhor resposta que cada jogador dá à ação do outro. Assim, por exemplo, quando Dino escolhe usar máscara, a melhor resposta que Bina pode dar-lhe é não usá-la: ganha 5 no primeiro caso e 3 no segundo. Além disso, se Dino escolhe não usar a máscara, o melhor que pode ocorrer a Bina é tampouco usá-la, quando ganhará 2, ao invés daquele zero que ganharia se ela própria usasse a máscara.
29 março, 2021
O Grito de Guerra e a Guerra das Máscaras: um dilema de prisioneiro
O segundo tipo de raciocínio encaminha a solução (de equilíbrio) do jogo dos transeuntes envolve o conceito de equilíbrio de Nash. Trata de analisar qual a melhor resposta que cada jogador dá à ação do outro. Assim, por exemplo, quando Dino escolhe usar máscara, a melhor resposta que Bina pode dar-lhe é não usá-la: ganha 5 no primeiro caso e 3 no segundo. Além disso, se Dino escolhe não usar a máscara, o melhor que pode ocorrer a Bina é tampouco usá-la, quando ganhará 2, ao invés daquele zero que ganharia se ela própria usasse a máscara.
28 março, 2021
Eu e o André Singer: pé-no-barro e a frente-de-esquerda
Quiero encontrarlo pa que me enseñe a mí, que soy naides, lo que es un hombre de coraje y de vista.
21 março, 2021
Vocabulário (final)
(Imagem rede um dos atributos lançados sobre o único presidente da república que não gosta de ser chamado de genocida: tacharam-no de pequi roído. Eu, que cheguei a beber desse licor de piqui cuiabano na adolescência, fiquei bêbado...)
Abagualado. Abestalhado. Abigobal. Abilolado. Abobado. Abobado da enchente. Abostado. Abutre. Adiconeg. Adiloso. Afolosado. Agressivo. Aguçado. Alarifão. Alarife. Aldifróbilo. Alma sebosa. Aluado. Amargo. Amarrado. Analfabeto. Aperreio no juízo. Apombaiado. Arengueiro. Ariado. Arriado. Arrolhador. Asilado. Aspa torta. Assustador. Atochador. Babão de milico. Bagaça. Balanceado dos cascos. Bate fofo. Batoré. Bêbado. Besta amojada. Bexiga lixa. Bexiga taboca. Bexiguento. Bichento. Bicho véi leso. Bicho véi paia. Bisonho. Boca braba. Bocó. Bocoió. Bodoso. Boitatá. Bom pra rebolar no mato. Borra-botas. Borra-tintas. Bosta. Bosta rala. Bostica (homenagem aos censores de Chico Buarque, ao trocarem por coisica). Brebote. Brocoió. Bruto. Buchada azeda. Bucho de soro. Caborteiro. Cabra bom de peia. Cabrão. Cabrunco. Cabueta. Cachaceiro. Cachorro da moléstia. Cafuçu. Cagão. Cagarolas. Calhorda. Caloteiro. Cambão. Canastrão. Cancro. Cansado. Cantor sertanejo. Cão chupando manga. Cão dos inferno. Capado. Capanga. Capão. Cara de butico. Cara de cu sem pestana. Cara de fuinha. Cara de tabaco. Carai de asa. Casca grossa. Cascarra. Catarrento. Catingoso. Catraia. Catrefa. Catrevagem. Cavalo vestido. Caxumbeiro. Chambão. Chancho. Chapetão. Charengo. Chato de galocha. Chefe da corja. Cheio de verme. Chibata. Chifrudo. Chocante. Chucro. Chupa-cabra. Cinzentão. Cinzento. Coió. Coisa ruim. Constitucionalicida. Contundente. Cricri. Cru. Cruzeta. Cu da cobra. Cu de boi. Cu de burro. Cu de cachorro. Cu de novelo. Cu de porco. Curva de rio. Daninho. Danoso. Deletério. Demoníaco. Desafiador. Desaforado. Desagradável. Desconfiado. Descozido. Desestimulante. Desgramado. Desmilinguido. Desorganizado. Despeitado. Despenteado. Despombado. Diacho. Diabo. Dianho. Do tempo do ronca. Doido bala. Donzelo. Duma jumenta. Empata foda. Encangado com Satanás. Encardido. Encruado. Engilhado. Enjeitado. Entojo. Ermo. Escorado. Esculachado. Esculhambado. Espinhela caída. Esquife. Estrabulega. Estropalho. Estrume. Estrupício. Excomungado. Excrescência. Famigerado. Farrapeiro. Febre do rato. Febre tife. Fedido que nem gambá. Fedorento. Feio de doer. Feio que nem indigestão de torresmo. Ferida (do futebol). Ferida lambida. Fi da gota serena. Fi da peste. Fi do cranco. Fi dum que ronca e fuça. Fi duma égua. Filho da macega. Filhote de lombriga. Fiofó de macaco. Flanelinha (cuidador de automóveis de rua). Floxo. Folote. Frangueiro (do futebol). Frouxo. Fubento. Fuleiragem. Fuleiro. Furibundo. Futriqueiro. Gabiru. Ganjento. Garapeiro. Gasguito. Gastura no pé do bucho. Genocida. Gentalha. Goguento. Grosso que nem dedo destroncado. Grudento. Guaipeca. Gurupi. Histrião. Hostil. Humilhante. Imundícia. Inconha. Infeliz das costa oca. Inferno da pedra. Ingembrado. Inhaca. Injurioso. InteligenteSQN. Invasivo. Invectivo. Invertebrado. Jaburu. Jacaré. Juda. Ladino. Lambe botas de americano. Langanho. Lanhado. Lascado. Lasqueado. Laurça. Lixo branco (expressão racista americana). Loucanha. Lutador. Mais chato que o chato. Mal-assombrado. Malacabado. Malamanhado. Malassombro. Malcriado. Maleva. Malevão. Maluvido. Mamulengo. Mancerrão. Mancoso. Mané de bota. Marmota. Marraquene. Matungo. Maturrango. Mazanza. Mazela. Medroso que nem velha em canoa. Mela-cueca. Mengele tropical. Mentecapto. Mequetrefe. Merda-merda. Miguezeiro. Mijão. Miliciano. Miolo de pote. Mistura de jabaculê com cobra d’água. Mitrado. Mocorongo. Mói de chifre. Molenga. Moleque. Monga. Mórbido. Mordedor. Morgado. Mosca tonta. Moscão. Mouco das oiça. Mundiça. Muquirana. Não dá um prego numa barra de sabão. Não tem no cu o que o priquito roa. Não vale a bóia que come. Não vale o peido duma jumenta. Não vale um cibazol. Não vale um tipiu. Nojento que nem mocotó de ontem. Nulidade. Ofensivo. Orelha seca. Ornamento. Ornamentoso. Otário da bocona. Pai da mentira. Pai-de-vírus. Palerma. Palhação. Palhaço. Pamonha. Pandilheiro. Panfletário. Pangaré. Papa-figo. Papangu. Papudo. Pascácio. Pascóvio. Pastelão. Pau d'água. Pau de virar tripa. Pavena. Peba. Pechador. Peidão. Peitica. Pelego. Penoso. Pereba. Perebento. Perigoso. Perna de pau (do futebol). Peroba. Pesado. Peste bobônica. Pinguço. Pinico. Pior que cabo de facão. Piranqueiro. Plasta. Pomba lesa. Pontudo. Porqueira. Preguento. Prejudicial. Presepeiro. Puçuca. Quentura do pingo da mei dia. Quinta-coluna. Rafamé. Rascunho do mapa do inferno. Ratoeira. Recalcado. Repugnante. Requengelo. Resto de sulanca. Retardado. Rola-bosta. Roscói. Roto. SábioSQN. Sabujo. Safardana. Saliente. Sapo cururu. Se faz de leitão para mamar deitado. Se faz de morto pra passar bem. Seborreia. Sem futuro. Sibito baleado. Sobejo. Sombrio. Songamonga. Sorete. Sujo que nem que pau de galinheiro. Tabacudo. Tamborete de cabaré. Tanso. Tapado. Tinhoso. Tolete. Topada no dedo mindinho. Torturador. Trambiqueiro. Tramposo. Tranqueira. Trombudo. Troncho. Trouxa. Trovador. Truculento. Truscui. Turvo. Ultrajante. Ultrajoso. Urubu. Véi do saco. Velhaco. Vigarista. Vira-casaca. Virado no satanás. Visagem do capeta. Xarope. Xeleléu. Xexeiro. Xoxo. Xubrega. Zambeta. Zarolho. Zé Mané. Zé Ruela. Zureta. Zenocida.
Fim da lista.
DdAB
19 março, 2021
Vocabulário Objetivo sobre Bolsonaro
Pequi roído. Genocida.
"Minha" lista, portanto, é:
Aberração. Abjeto. Abominável. Abusivo. Animal. Arrombado. Asno. Asqueroso. Atroz. Autocrata. Autoritário. Babaca. Baixo. Bandalho. Basculho. Beócio. Biltre. Boçal. Brega. Bronco. Broxável. Brutamontes. Bruto. Bufão. Burro. Cafajeste. Cafona. Calhorda. Canalha. Capiroto. Carniceiro. Carrasco. Cavalgadura. Celerado. Charlatão. Choldra. Chorume. Cínico. Coisa-ruim. Covarde. Crápula. Cretino. Criminoso. Cruel. Cu de boi. Delinquente. Demônio. Deplorável. Desaforado. Desalmado. Descarado. Descortês. Desequilibrado. Desgraçado. Desmoralizado. Desnaturado. Desnecessário. Déspota. Desprezível. Desqualificado. Desrespeitoso. Desumano. Detestável. Ditador. Doentio. Egocêntrico. Ególatra. Embuste. Embusteiro. Energúmeno. Enxurro. Escória. Escroto. Estrupício. Estúpido. Excrementíssimo. Execrável. Facínora. Farofeiro. Farsante. Fascista. Fracassado. Frouxo. Garganta. Genocida.Gentalha. Grosseiro. Histrião. Horrível. Idiota. Ignóbil. Ignorante. Imbecil. Imoral. Impiedoso. Imprudente. Inapto. Incapaz. Inclemente. Incompetente. Inconveniente. Inculto. Indecoroso. Indefensável. Infame. Infando. Injusto. Insensível. Inútil. Irresponsável. Jacodes. Jumento. Labrusco. Lazarento. Lixo. Lorpa. Louco. Lunático. Malandro. Maldito. Maléfico. Malfeitor. Maligno. Mandão. Mandrião. Marginal. Mariola. Mau-caráter. Mau. Mentecapto. Mentiroso. Mesquinho. Mitômano. Monstro. Monstruoso. Morte. Nefando. Néscio. Obsceno. Obtuso. Ogro. Oportunista. Opressor. Ordinário. Pacóvio. Parasita. Parvo. Pateta. Patife. Pequi roído. Perverso. Peste. Pífio. Podre. Praga. Prepotente. Pulha. Pusilânime. Quadrilheiro. Ralé. Rato. Reaça. Reacionário. Reles. Repugnante. Ressentido. Ribaldo. Rude. Sádico. Safardana. Salafrário. Seboso. Sem-vergonha. Sicário. Sociopata. Soez. Sórdido. Sujo. Tapado. Terrorista. Tirano. Torpe. Tosco. Traiçoeiro. Velhaco. Verdugo. Verme. Vil. Viperino. Vulgar.
P.S.S. Deveria retirar de minha lista a expressão cu-de-boi, pois -como sabemos- não uso palavrões em redes sociais. Mas, em segundas reflexões, entendi que o Genocida merece.
17 março, 2021
O Bloco de Quatro Classes: o que é, o que é?
(imagenzinha meio besta pra falar em linha Moscou e linha Pequim)
Na Declaração de Março de 1958, o PCB formalizou a nova plataforma política, propugnando por um governo nacionalista e democrático. O caráter da revolução, dizia o documento, era anti-imperialista e antifeudal, e o caminho para alcançá-la era a via pacífica, através de uma frente única que englobasse o proletariado, o campesinato, a pequena burguesia e 'os setores da burguesia ligados aos interesses nacionais'. [Negritos meus, DdAB]
Pois então. Essa postagem estava delineada para terminar aqui. Mas fui buscar uma ilustração, como faço habitualmente. E não é que a primeira remessa foi para a Wikipedia, no verbete "Nova Democracia (maoísmo)"? Gelei, degelei e tornei a gelar. Quero dizer, tenho um monte de investigações a fazer para chegar à origem do termo. Talvez o PCB daquele 1958 já fosse o "linha Moscou", mas há boa afinidade com a "linha Pequim". É também que naquele tempo ainda não havia ocorrido o grande cisma comunista, sempre latente.
b) pense nas eleições legislativas para assembleias, câmara e senado
DdAB
12 março, 2021
Nosso querido amigo e professor Conrado Chagas, gramático, literato e músico, também fala em política. Superinformado e articulado, hoje lá em seu mural do Facebook (aqui), escreveu um formidável balanço da dualidade Lula-Bolsonaro. Reproduzo aqui para auxiliar minha memória em futuras reflexões sobre o futuro do Brasil. Agradeço-lhe pela autorização para aqui publicar e por ter tido a oportunidade de lê-lo:
DdAB
07 março, 2021
Martha, My Dear
Uma bandeira destruída. Este é o artigo de Martha Medeiros estampado no exemplar de Zero Hora que circulou nos dias 6-7 de março de 2021, sábado e domingo. "Martha, My Dear", título copiado de uma canção dos Beatles.
E, depois do que li nessa "coluna", fiquei feliz, chamando-a de querida. Claro que ela diz coisas que eu mesmo gostaria de dizer e até que algumas delas tenho atinado em dizê-las. Ao mesmo tempo, gostei de ler o que me parece uma autocrítica da autora por ter enturmado naquele batalhão que odiava o PT mas que era/foi incapaz de fazer-lhe uma crítica pela esquerda.
DdAB
05 março, 2021
Dürer, Dürer, Fürer do Querer
Hoje minha sobrinha Ana Terra está de aniversário, 38 anos. Ia dar-lhe de presente um três oitão, mas não acho oportuno (ver nota 1). E ia começar a homenageá-la com um poema inconcluso (de minha autoria) que está também homenageando o pintor Albrecht Dürer (*1471; +1528). Ainda assim mantive-me no intento de presenteá-la. Ana Terra gosta de sudoku, Dürer gostava de quadrados mágicos (o que segue tenho-o visto atribuído a ele, constando de um quadro) e eu gosto de... digitação.
Como sabemos, os quadrados mágicos são... mágicos. E tem o famoso "sator arepo tenet opera rotas" (uma das traduções aventadas pela Wikipedia é: "Agricultor sábio (destreza) mantém a rotação de culturas". E tem muitas outras mais traduções do latim ao português. E tá aqui um meio que original:
Pois o presente para a Ana ainda não começou. Ana e Albrecht têm em comum olhar para este tipo de manifestação do cérebro humano e não sei quanto cada um sabia das tantas sutilezas que existem por trás de praticamente cada cálculo que a gente faz. O presente: dias atrás citei o livro
CRILLY, Tony (2011) 50 Cosas que Hay que Saber sobre Matemáticas. Buenos Aires: Ariel.
E agora volto a ele, nas páginas 174-175, transcrevendo o que segue (talvez em portunhol devido a erro de digitação);
El cuadrado de Lo Shu
Como los cuadrados de 2x2 no existen [nota 2)], examinaremos secuencias de 3x3 e intentaremos construir una con una cuadrícula. Empezaremos con un cuadrado mágico normal, uno cuya cuadrícula se rellena con los números consecutivos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 y 9.
En el caso de un cuadrado tan pequeño es posible construir un cuadrado mágico de 3x3 por el método de 'prueba y error', pero primero podemos hacer algunas deduciones para que nos ayuden en el processo. Si sumamos todos los números de la cuadrícula, tenemos
1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 7 + 8 + 9 = 45
y este total tendría que ser igual a la suma de los totales de 3 filas. Esto muestra que cada fila (y cada columna, y cada diagonal) ha de sumar 15. Ahora fijémonos en la celda central: llamaremos a esta de c. Dos diagonales implican a c, así como lo hace la fila central y la columna central. Si sumamos los números de estas cuatro líneas obtenemos 15 + 15 + 15 + 15 = 60 y esto debe ser igual a todos los números sumados más 3 veces c. A partir de la ecuación 3c + 45 = 60, vemos que c há de ser 5. También se pueden aprender otros hechos, como que no se puede poner un 1 en una celda de esquina. Una vez que hemos reunido algunas pistas, ya estamos en una buena situación para usar el método de prueba y error. !Intente-lo!
Naturalmente, nos gustaria tener un método totalmente sistemático para construir cuadrados mágicos. Uno lo encontró Simon de la Loubère. Loubère se interessó por las matemáticas chinas y escribió un método para construir cuadrados mágicos que tienen un número impar de filas y colunmas. Este método empieza poniento un 1 en el centro de la primera fila y subiendo, cruzando y girando si es necessario para colocar el 2 y los números posteriores. Si está bloqueado, se usa el siguiente número que esté por debajo del número actual.
Surprendentemente, este cuadrado mágico normal es fundamentalmente el único que tiene 3 filas y 3 columnas. Todos los demás cuadrados mágicos de 3x3 se pueden obtener a partir de éste rotando los números en torno al centro y/o reflejando los números del cuadrado en la columna central o la fila central. Se denomina 'cuadrado de Lo Shu' y era conocido en China en torno al 3.000 a.C.
[...]
A disposição do número 5 na casa central resulta de um princípio importante para os jogos de tabuleiro: o controle do centro é estratégico. Da mesma forma, foi estratégico meu encaminhamento para o presente da sobrinha: na pandemia, seria difícil abraçá-la e entregar-lhe qualquer objeto material.
DdAB
(1) Com essa encrenca de podermos adquirir -cada um- seis armas de fogo, imaginei que vou ter que comprar: se os ladrões voltarem a minha casa, vão indagar onde estão as armas que o presidente Bolsonaro mandou comprar. Se eu disser que não tenho, os amigos do alheio não vão acreditar e vasculharão toda a casa e mesmo os pontos frágeis de meu pobre corpo, tentando achar o arsenal da família. Aquela ideia do três oitão seria apenas para me livrar de uma daquele sexteto.
(2) Um quadrado mágico não tem nenhum valor repetido. Além disso, ele não pode ser de 2x2, ou seja, duas linhas e duas colunas, conforme ilustra nosso autor. Vejamos por quê. Aqui tá o quadrado 2x2 (feito por mim no Excel) com as letras a, b, c e d de Crilly que deveriam ser diferentes umas das outras:
Para ser um quadrado mágico, todas as linhas, colunas e diagonais devem ter o mesmo valor. Então teríamos a + b = a + c, ou seja, eliminando a fica patente que b = c, o que não pode, o que expulsa o 2x2 do conjunto de quadrados mágicos.
02 março, 2021
Terra Plana: coisa de milico*
Culpa de quem? A quem atribuir a responsabilidade de cair-me no cocoruto o tema desta postagem? Claro que ao mesmíssimo presidente da república, centro de gravidade de uma súcia de bichos loucos que, como diria Dorival Caymmi, até Deus duvida. Pois não é que é que na pandemia tenho lido algumas coisas novas na telinha de meu computador e até outras tantas e mais em livros de papel (por exemplo, Cristóvão Tezza aqui)? Mas o que mais tem me agradado é reler coisas, romances, contos, e tudo o mais. Entre esse "tudo o mais", destaco por hoje o livro
CRILLY, Tony (2011) 50 Cosas que Hay que Saber sobre Matemáticas. Buenos Aires: Ariel.
Pois então li o maravilhoso livrinho em, digamos, 2015, nem um lustro pra trás. Mas não posso negar que agora colhi-o, batendo - como dizem outros - en la misma piedra y el mismo pié.
A la hora de medir áreas de tierra para dibujar mapas resulta bastante útil ser un creyente en la teoria de que la tierra es plana e suponer que los triángulos son planos. Se crea uma red de triángulos empeando com una línea base BC de longitud conocida, eligiendo un punto lejano A (el punto de triangulación) y midiendo los ángulos ABC y ACB mediante un teodolito. Por trigonometria se conoce todo sobre el triángulo ABC y el topógrafo sigue adelante, fija el siguiente punto de triangulación desde la nueva línea base AB o AC y repite la operación para criar una red de triángulos. [Ver tradução no rodapé]
(aqui as letras diferem do texto, mas podemos fazer nossa festinha do mesmo jeito: o triângulo ABC não é retângulo, mas ainda assim, sua área é dada pelo produto da base b pela altura h. Com base no tamanho do lado b e do ângulo ACB, podemos calcular h e, de brinde, os demais lados. Para mais terras, agora temos os segmentos adicionais a e c, de comprimentos conhecidos)Não é preciso ser um Cervantes ou um Martin Fierro para entender que "ser un creyente" quer dizer, na língua de Camões e Pedro Malazarte, simplesmente "acreditar", ter fé. Ao mesmo tempo, "suponer" quer dizer "supor". Acredito que a Terra é plana, suponho que os triângulos também são planos. Se a Terra não fosse plana, não poderíamos usar triângulos pitagóricos, obviamente figuras planas, para retratar-lhe as porções. Pois então. Triângulo não existe, é uma imagem que fazemos na cabeça de uma figura geométrica assente num plano também delineado em nosso, digamos, cocoruto.
Então qual é o problema com os agrimensores e seus teodolitos? O agrimensor competente sabe que a Terra não é plana, tanto é que precisa supor que assim seja a fim de desenvolver sua modelagem da Terra esferoide. Se de fato a Terra fosse plana, o agrimensor não precisaria supor algo que, por natureza, já é. E sabe que os triângulos cujos ângulos determina usando seu teodolito tampouco são pedacinhos de terra, mas imagens criada pela mente. Cá entre nós, para a modelagem da área de uma certa porção de terra, geralmente menor que a superfície de toda Terra, não custa supormos que tudo se passa como se (eu disse "as if") o terreno fosse plano. Claro que ele tem morrinhos e também, mais importante para o caso, uma curvatura natural da Terra, pois, sendo ela, como se argumenta desde, pelo menos, Cristóvão Colombo, redonda, haverá alguma curvatura no mais infinitesimal cantinho de um cafundó desses.
E como entraram os militares? Pelo que aprendi há muitos anos, qualquer oficial das forças armadas estuda a localização territorial de objetos/alvos. E, claro, tem militar que matou muita aula de geometria analítica, topografia, essas coisas, de sorte que, ao fugir da escola (ou dela ser expulso), segue pensando, por ter visto a Terra mapeada num pedaço de papel, que ela é plana.
DdAB
P.S. Aquela imagem da Wikipedia mostra um teodolito do Museu Geomineral de Madri. E fiquei imaginando a diferença de preços entre aquela peça, quando foi produzida, e um teodolito muito mais moderno e preciso. Fui ao Mercado Livre e percebi que, com R$ 5000 compra-se um teodolito de escol.
P.S.S. Tradução do Google Tradutor do trecho do livro de Tony Crilly:
Quando se trata de medir áreas de terra para desenhar mapas, é bastante útil acreditar na teoria de que a Terra é plana e assumir que os triângulos são planos. Uma rede de triângulos é criada começando com uma linha de base BC de comprimento conhecido, escolhendo um ponto distante A (o ponto de triangulação) e medindo os ângulos ABC e ACB usando um teodolito. Por trigonometria, tudo se sabe sobre o triângulo ABC e o agrimensor vai em frente, fixa o próximo ponto de triangulação da nova linha de base AB ou AC e repete a operação para criar uma rede de triângulos.