17 março, 2021

O Bloco de Quatro Classes: o que é, o que é?


 (imagenzinha meio besta pra falar em linha Moscou e linha Pequim)

Serão apenas quatro classes? A verdade verídica é que faz muitos anos, uns 60, que ouço falar num bloco de quatro classes. Assunto de 'comunista', de comunistas. Desde meu envolvimento superficial com a política estudantil do Colégio Júlio de Caudilhos, ouço falar nessa categorização. E creio que nunca tive coragem de indagar o que é, pois era óbvio que eu devia saber.

A pandemia levou-me a rever 

MORAES, Dênis de (2012) O velho Graça; uma biografia de Graciliano Ramos. São Paulo: Boitempo. [Como sabemos, Boitempo é aquela editora que traduziu o que tudo mundo chama de mais-valia por mais-valor.] 

Já na página 299, encontrei uma listagem do que supus tratar-se desse procurado bloco de quatro classes:

   Na Declaração de Março de 1958, o PCB formalizou a nova plataforma política, propugnando por um governo nacionalista e democrático. O caráter da revolução, dizia o documento, era anti-imperialista e antifeudal, e o caminho para alcançá-la era a via pacífica, através de uma frente única que englobasse o proletariado, o campesinato, a pequena burguesia e 'os setores da burguesia ligados aos interesses nacionais'. [Negritos meus, DdAB]

No outro dia, confidenciei a um amigo que as leituras que se acumulam com a idade vêm me tornando menos radical e, com isto, sinto certa identificação com a linha soft do PCB dos anos 1960 até o longínquo 1987. Nesse ano, tive um aluno de nome Jairo Getúlio, militante do PCB, estudante de economia na UFRGS Certo dia, numa conversa de corredor, ele fez uma análise da situação política brasileira e... concordei com tudo.

Pois então. Essa postagem estava delineada para terminar aqui. Mas fui buscar uma ilustração, como faço habitualmente. E não é que a primeira remessa foi para a Wikipedia, no verbete "Nova Democracia (maoísmo)"? Gelei, degelei e tornei a gelar. Quero dizer, tenho um monte de investigações a fazer para chegar à origem do termo. Talvez o PCB daquele 1958 já fosse o "linha Moscou", mas há boa afinidade com a "linha Pequim". É também que naquele tempo ainda não havia ocorrido o grande cisma comunista, sempre latente. 

E que dizer do dia de hoje? Com a declaração de falência completa do governo Bolsonaro no trato da saúde e da economia, por incapacidade pessoal e de seu derredor, mas mesmo antes, penso na constituição desse bloco de classes, mas minha visão ruma à montagem de uma frente única de esquerda que deve preparar-se para a eleição de 2022 com as seguintes ações:

a) pense num programa comum
b) pense nas eleições legislativas para assembleias, câmara e senado
c) pense nas alianças fora da frente única
d) só então comece a pensar nas eleições para os executivos municipais, estaduais e federal.

Moraleja para este novo dever de casa sobre classes sociais: "viver como se fosse morrer amanhã, estudar como se não fosse morrer nunca".
 
E para a política: não me deixar envolver emocionalmente como muita gente tem feito de tentar "vingar" a prisão ilegal e imoral de Lula, jogando lama no poder judiciário, com sua candidatura a presidente da república.
DdAB

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