20 novembro, 2020

Quando Pedro Fala sobre Paulo...



Quando Pedro fala sobre Paulo -diz-que-disse-Freud- sabe-se mais sobre Pedro que sobre Paulo. Aprendi esta frase há pouco tempo, mas já intuía sobre essa maneira de falar em si, ao falar de outrem. Então "Crivella diz que Paes levará pedofilia para as escolas." É um desesperado ao saber-se derrotado na eleição do próximo dia 29. Este tipo de manifestação merece repúdio das pessoas de boa-vontade, precisamente por ser uma daquelas fofocas que era muito censurada no mundo das fofocas. Como pode um homem adulto deixar-se embalar por sentimentos tão inferiores que passa a ofender os princípios mais elementares de racionalidade, para não falar em boas maneiras. Pedofilia para escolas? Acho brabo!

De outra parte, é um dia triste, ou melhor, ontem foi um dia trágico com a morte de um homem de 40 anos por seguranças do supermercado Carrefour, já famoso pela truculência de seu estilo. Andei falando por aqui nele, o Carrefour e um roubo de picanha muito mal encaminhado. Lá pelo fim da postagem, digo "uma lei impedindo a denúncia vazia". Esta denúncia do roubo da picanha pode ter sido baseada num flagrante forjado. E a do pastor Crivella, ou o que seja, fala mais de suas fantasias sobre a criançada. E acabo de ouvir na TV um videozinho do vice-presidente General Mourão informando que, no Brasil, não existe racismo. Só bebendo. Ou ele, que no outro dia, bem-humorado, falou que se protegia do covid-19 usando máscara, usando álcool nas mãos e botando álcool para dentro, só podia estar alcoolizado nas mãos, no esôfago, no estômago e no sangue. Ele, Mourão, agora, pura ideologia, diz algo bem na linha do velho Trump que ainda acha que venceu as eleições.

Não citei a cor do homem abatido por ferrabrases assalariados, pois tá na cara que só pode ser -no dizer do IBGE- preto. Em plena véspera do dia da consciência negra. Dia desnecessário, segundo nosso abilolado vice-presidente da república pela óbvia razão -segundo o general- de não existir racismo no Brasil. Ora, brincadeira tem hora...

Mas nem tudo são tropeços da espécie humana. No site da Carta Maior (aqui) temos um alento: a formação de uma frente de esquerda para a política nacional. Não que isto empane a tristeza das manifestações do pastor Crivella, do vice-presidente da república e dos próprios algozes de João Alberto Silveira Freitas. Mas dá esperança de que um dia a própria esquerda crie juízo e faça sua frente única. Dia de consciência negra e dia de consciência feminina:


Vamos! Vamos votar em Manoela para prefeita, em Fernanda para substituir Bolsonaro e Mourão e em Juliana para representante do Brasil na ONU!

DdAB 

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