Dias atrás, para meu indizível contentamento, fui indagado sobre o que se deve ler para iniciar os estudos de filosofia. Eu, logo eu, que vivo dizendo ser especialista em "Introdução à Filosofia". Bem, ok, o fato é que tive/tenho uma professora que é verdadeira mestra e doutora no ramo: Brena Fernandez. Ela, um bom tempo atrás, indicou-me o livro
NAGEL, Thomas (2007) Uma breve introdução à Filosofia. São Paulo: Martins Fontes.
Li uma, li duas, li três vezes, volta e meia releio esta linda obra que fala em problemas filosóficos, mas deixa intocada a história da filosofia, como fazem tantos outros autores de livros introdutórios. Quer saber quem foi Sócrates ou Plotino? Procure em outro canto. Mas eu tenho uma sugestão sobre em qual canto do palacete do saber procurar mais sobre o assunto. Há anos (afinal, tenho 73...) achei naquele SóLer ou SóDeLer da Rua Senhor dos Passos de Porto Alegre uma obra que veio a juntar-se a outra, também comprada de segunda mão:
COTRIM, Gilberto e FERNANDES, Mirna (2010). Fundamentos de filosofia. São Paulo: Saraiva.
Resta-nos responder a pergunta: "mas tchê tu tem cara de pau para ficar indicando livros para quem quer começar a estudar filosofia?" A resposta é: foi a Brena. E, no quarto da frente daquele palacete do saber, tenho uma lição que o prof. Enéas de Souza passou a mim e a de seus outros epígonos também muitos anos atrás. Em certa medida, a indicação de Enéas é mais barata que a que agora passo à rede deste blog.
Disse-nos o consagrado professor de filosofia, economia, cinema e outras especializações que seria fastidioso citar:
Queres estudar filosofia? que poderia haver de melhor que o livro que tens mais próximo a tuas mãos? Ao lê-lo, verás temas e debates que certamente te levarão a outros temas e debates e nunca chegarás à resposta final. A filosofia não dá resposta final. Mas, depois de algum tempo de boas leituras, poderás fazer um plano verdadeiramente teu par seguir os estudos.
Mais uma palavra sobre minhas duas indicações adicionais ao nome de Thomas Nagel. Quando encontrei o primeiro desses livros no alfarrabista citado, vim a entender a importância que pessoas intelectualmente educadas e eticamente decentes dão ao ensino da filosofia no nível médio. Aliás, este é o público a que Thomas Nagel se dirige. Os dois livros são duas verdadeiras obras de arte, o primeiro deles postando-se em ligeira posição de destaque relativamente ao segundo: forma e conteúdo, id est, pura arte.
Pois tem mais para o novato no campo, coisa que não sou, como sabemos, pois já li uns bons 20 ou 30 livros deste nível e as tentativas que fiz de ler algo mais refinado deram, por assim dizer, com os burros nágua. Seja como for, farei o registro de dois deles, conforme ensinou-me Eduardo Grijó.
O primeiro que representa uma survey da filosofia pré-modernista:
CIRNE-LIMA, Carlos Roberto (2003) Dialética para principiantes. 3ed. São Leopoldo: Unisinos. [Já tem mais outras edições também da Unisinos.]
O segundo faz a survey da filosofia contemporânea, conforme a percebe um expoente da filosofia analítica.
RORTY, Richard (1988) A filosofia e o espelho da natureza. Lisboa: Dom Quixote. [Tem tradução brasileira pela Relume-Dumará, livro feiinho que nem mesmo tem um índice analítico.]
Pois então, e apenas então pois então. E, falei em Sócrates e Plotino. Quem são? Não precisamos ir longe para saber. Basta olhar a Wikipedia. Mas quem quer algo mais substancioso sobre montes de assuntos da filosofia pode procurar a Stanford Encyclopedia of Philosophy (aqui).
Claro que, com esse monte de referências que estou dando e as duas de consulta, não precisamos esperar declarar-nos Doctors of Philosophy antes de muito esforço. Em meu caso, declaro-me especialista, como acabamos de ler anteriormente, em "Introdução à Filosofia". E até posso citar um complemento especialmente recomendado para estudiosos das ciências humanas e sociais, profissionais ou observador: a abordagem das capacitações de Amartya Sen e Martha Nussbaum. Tudo na Stanford Encyclopedia ou na Wikipedia!
Claro que, com esse monte de referências que estou dando e as duas de consulta, não precisamos esperar declarar-nos Doctors of Philosophy antes de muito esforço. Em meu caso, declaro-me especialista, como acabamos de ler anteriormente, em "Introdução à Filosofia". E até posso citar um complemento especialmente recomendado para estudiosos das ciências humanas e sociais, profissionais ou observador: a abordagem das capacitações de Amartya Sen e Martha Nussbaum. Tudo na Stanford Encyclopedia ou na Wikipedia!
DdAB
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