02 fevereiro, 2019

Freud e o "Moisés" de Michelangelo



Querido diário:

Sabe-se que hoje é feriado em Porto Alegre. Um feriado a todos afeta, os que trabalham, os que estudam e os chamados nem-nem, meu caso. Nos dias feriados, a gente faz coisas que não conseguiu fazer em condições normais de temperatura e pressão por falta de tempo, variável alheia a essa sigla CNTP.

Pois então. Dias atrás, falei a uma pessoa muito querida que se encontra em Roma, Italia, que está fazendo périplos sobre os tesouros históricos da cidade, que -estivesse eu lá- iria visitar a Igreja Santa Maria dei Fiori ou Santa Maria Maggiore, ou outra santa Maria. Nela, segundo a memória registrava, encontra-se o "Moisés", esculpido por Michelangelo em priscas eras. As informações que me chegam aos olhos neste momento dizem-me que a obra encontra-se mesmo na Igreja de San Pietro in Vincoli.

Em outras eras, li uma biografia de Freud, momento em que penso ter aprendido que esse "Moisés" mostra, pela posição de seus polegares, que conteve a ira que o acometia ao retornar da montanha em que recebeu as tábuas da lei e ver sua macacada adorando um bezerro de ouro.Mas agora notei, como segue, que Freud himself fala em outra igreja.

Pois segue-se então. Procurei no Google precisamente a expressão que deu título a esta postagem. Na verdade, procurei há alguns dias e nem lembro se achei mais coisas. Mas o que fiz foi gravar um PDF de autoria do próprio Sigmund Freud, talvez do tempo em que escrevia em português, o que teria desencadeado a primeira guerra mundial, ou seja, citada no PDF é 1914.

E fiquei tão feliz com o que li, não tanto por ter mostrado que a memória que retive daquelas leituras do livro resumido da biografia de Freud escrito por Ernest Jones estava errada, mas pela erudição do -caiamos na real- tradutor do alemão original austríaco de Freud e o português brasileiro que hoje lemos.

Então, e apenas então, decidi fazer esta postagem, usando para ilustrá-la uma imagem do próprio "Moisés", propagandeando o artigo de Freud, um exemplo maravilhoso de erudição e cultura. Ele fala em um velho conhecido meu, o dr. Morelli, que conheci ao ler um artigo de Carlo Ginzburg (possivelmente disponível em português) intitulado "Morelli, Freud e Sherlock Holmes". Ginzburg  ilustra o que chama de "método conjetural" e associando-o com a semiótica médica e a comunalidade da condição de esculápios retidas pelos três nomes que dão título ao artigo!

Meu PDF de Freud veio deste link aqui. Só podia ser correlato à USP. Boa leitura!, bom domingo!

DdAB

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