17 julho, 2015
Promover a Indústria 6
Querido diário:
Estamos novamente falando sobre a relevância de dedicar política industrial do governo para promover o capitalismo industrial. Diz o autor que vimos consultando desde aqui:
There are powerful empirical and theoretical arguments in favour of industrialisation as the main engine of growth in economic development. The arguments can be summarised as follows:
Estamos no sexto de oito itens:
6. The manufacturing sector offers special opportunities for both embodied and disembodied technological progress (Cornwall, 1977). Technological advance is concentrated in the manufacturing sector and diffuses from there to other economic sectors such as the service sector.
Aqui também temos um problema absolutamente banal: ou estou certo ou estou errado em pensar que esta justificativa nada tem a ver. Vejamos. Existem dois tipos de progresso técnico, o embodied e o disembodied. O embodied pode ser adquirido embutido nos bens de capital importados. Não digo que isto deva ser obrigatório, mas é obrigatório que quem defende a política industrial do governo (roubando dinheiro das merendas escolares e das próprias escolas) pense um pouco sobre o que significa uma economia aberta, decentemente aberta (até tremo em pensar em quanta roubalheira representaria/evitaria no Brasil a abertura indiscriminada). E o progresso tecnológico disembodied é o que podemos associar à expansão do conhecimento sobre produtos, processos ou organização.
Não sei se aquele Cornwall de 1977 (a sra. Camila Parkes-Bowles ainda nem era a duquesa daquele atraente condado...) da bibliografia de nosso autor ainda vigoraria 20 anos depois. Com a internet, parece que o argumento sepultou-se para sempre. Claro que um computador é um bem industrial, mas o software não é, né? E, ao mesmo tempo, dentro da empresa industrial quem faz os computadores falarem não é o engenheiro de produção, mas o engenheiro de software, uma atividade obviamente terciária e não secundária. Quer dizer, ainda temos o problema da classificação das atividades econômicas. E acho razoável que um supermercado compre um computador na China e contrate um engenheiro de software falante da língua portuguesa (e do mandarim, claro) para fazê-lo regular a temperatura do ar condicionado, os níveis dos estoques, aquela pilha de serviços prestados às empresas.
DdAB
Não sei bem o que é malware. Mas acho que odiaria trabalhar em um ambiente destes daqui.
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