23 julho, 2015

Modelagem da Complexidade: silly e clever


Querido diário:

Volta e meia, filosofo em alemão, ou melhor, penso coisas de economia em inglês. Silly e clever são antônimos para "abobado" e "sabidinho". Claro que minhas críticas sempre se dirigem a interpretações silly do funcionamento do Terceiro Planeta de Sol. E a versão que dou dos acontecimentos de cada 24 horas, ou seja, cada rotação completa, é sabidinha, como sabemos, ou sabeminhos.

Conheço muita gente que se declara enturmada no pensamento heterodoxo, mas que na verdade esposa a modelagem silly, que transforma a beleza das interpretações evolucionárias como rebeldias da natureza, não percebendo a espantosa ordem que rege o que hoje vemos nas 24 horas da rotação planetária, dia após dia, era após era. Espécies nasceram e feneceram. Espécies nasceram e ficaram. Espécies ficaram e vão sumir. O planeta vai sumir. Mas tudo isto exibe enorme e espantosa ordem e pouco ou reduzido caos. Não posso deixar de exercitar alguma modelagem da linha da explicação funcional: nós, humanos tanto silly quanto clever, fomos selecionados em milhões de anos, milhares talvez apenas, precisamente para ver o mundo com estas regularidades. Isto não nos impede de buscar causas não completamente aparentes e não completamente perceptíveis pelos sentidos. Mas não abrimos mão da realidade como instrumento de calibração dos modelos, hehehe.

Quando os evolucionistas vulgares falam em complexidade, eles desejam colocar a descoberto um desequilíbrio que está totalmente alheio à extrema ordem que rege a maior parte das ações dos indivíduos.

É óbvio que o mundo real contempla assaltos, assassinatos, golpes de estado, colisões no trânsito, enchentes, terremotos, secas, furacões. Mas isto não impede que as crianças sigam sendo levadas à escola (ou criminosamente sendo deixadas fora destas), que o jantar de aniversário do chefe não seja uma balbúrdia e que o pão esteja disponível na prateleira daqui a uma semana.

DdAB
A imagem veio daqui, quando procurei no Google Images a cândida expressão: "espantosas regularidades". E não é para menos. Tanto a barriga dágua do guri como seu cocar e, no alto da direita, ao fundo, os traços escandalosamente regulares de uma oca. Ou seria um vulcão? As ocas são ligeiramente convexas para quem olha de cima e nosso fundo parece ligeiramente convexo.

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