23 maio, 2015

Eu e Milton Friedman


Querido diário:

Esta postagem tem os marcadores que volta e meia me ocorrem por associar a economia política com besteirol! A questão é a seguinte. Lembrei daquela história do sofisma ao dividir por zero que ontem postei a respeito lá no final bem aqui. Fiquei quebrando a cabeça para imaginar alguma coisa na economia e na ciência econômica que pudesse servir para ilustrar a parada.

.a. Consideremos a validade universal (ver nota 1) da equação de trocas da teoria quantitativa da moeda, que vou simbolizar como M*V* = P*Q*, para diferenciar do que segue.

.b. Em seguida, consideremos o que acontece com uma mercadoria específica (mv = pq) cujo movimento real e monetário destacamos do resto da economia (MV = PQ).

.c. então

M*V* = mv + MV e P*Q* = pq + PQ,

o que permite escrevermos a equação de .a. como

mv + MV = pq + PQ

.d. e daí

mv - pq = -(MV - PQ)


.e. e daí não faz muito sentido que


(mv - pq)/(MV - PQ) = -1.


.g. ou seja, Friedman e eu, defensores da liberdade (ele inclusive da liberdade da milicada chilena jogar a negadinha no paredón e eu da liberdade condutora da sociedade justa, no conceito de John Rawls) somos proibidos de fazer o que acabo de indicar. Se mv = pq, MV tem que ser igual a PQ, o que dá um denominador nulo.

.h. A nulidade no denominador desta encrenca, embora derrote o significado destas manipulações algébricas, não altera a economia política do pedaço: existe um limite de sensatez para o que se pode fazer com o estoque monetário!

DdAB
Imagem daqui.

Nota 1: Esta ilustração prova insofismavelmente a validade universal da teoria quantitativa da moeda!

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