05 maio, 2015
200 - 3
Querido diário:
Quem me lê diuturnamente, ou melhor, uma vez por ano, observa que há um bom tempo venho apontando e comemorando o aniversário de nascimento de Karl Henrich Marx. E que diabos seriam, então os 200 - 3 do título da postagem de hoje? É que faltam agora três anos para o bicentenário de nascimento dele, 05.05.1818.
E por quê? Em alguma medida é porque até hoje estou devendo a completude da leitura das grandes obras:
.a. O Capital
.b. Os Grundrisse
.c. Teorias da Mais Valia.
E tem o que li o prof. Sílvio Cário chamando de "pequenas grandes obras", que vão desde o "Outlines for a Critique of the Political Economy", de Friedrich Engels ao Manifesto, a Miséria da Filosofia, o Salário, Preço e Lucro e Trabalho Assalariado e Capital, e assim por diante.
E que mais? Porque acho que a mais central das ideias de Marx teve a maior relevância compatível com a verdade absoluta: o motor da história da humanidade é a luta de classes. Em outras palavras, agora palavras um tanto ricardianas: o motor da história é a luta pela apropriação do excedente econômico, sobressaindo a luta entre trabalhadores e capitalistas.
E o que é a negação destas proposições? Talvez seja o modelo japonês tradicional, com a cooperação entre trabalhadores e capitalistas. E tem mais? As divergências dos trabalhadores entre si. E um pouco nada a ver para o caso, mas sendo exaustivos, a luta entre os capitalistas.
Claro que tudo isto fica, por um lado, mais difuso e, por outro, mais claro quando deixamos as fronteiras nacionais e pensamos no mundo globalizado, no mundo pós-Chernobil, no mundo que resiste epicamente à criação do governo mundial. Aliás, contestando a onda neoliberal dos últimos já quase 50 anos!
E quem me levou a dizer quase tudo o que acabo de referir? Acho que foi mesmo a leitura do primeiro volume do livro de David Harvey designado a ser um guia de leitura do primeiro volume de Das Kapital.
DdAB
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