21 março, 2015
O Cachorro também é um ser Humano
Querido diário:
Quem não lembra daquela velha tirada do sindicalista e ministro de Fernando Collor, o sr. Antonio Rogério Magri? Os mais jovens talvez não lembrem, claro. Suas tiradas geniais nem são tão geniais assim. Sobre o título da postagem, certa vez descobriram que ele tratava seus cães a pão-de-ló, quero dizer, a filé minhom. Magri considerou a pergunta capciosa e fez sabermos de seu ponto de vista: "o cachorro também é um ser humano". Claro que, anos antes, Eduardo Dusek já fizera a crítica deste tipo de pensamento: "troque seu cachorro por uma criança pobre".
Mas mais: já não sei se foi Magri que, naqueles tempos em que a corrupção ainda/também se fazia presente nestas paragens, outro rapaz foi indagado: "Ministro, o sr. roubou?". O ministro, não se dando por achado, iniciou seu raciocínio com "Veja bem...". Veja bem. Veja agora o que disse o governador do Rio Grande do Sul na página 8 do jornal Zero Hora de hoje:
RUÍDO NA COMUNICAÇÃO
Uma pergunta feita ao governador José Ivo Sartori no programa Gaúcha Atualidade [da Rádio Gaúcha do mesmíssimo grupo jornalístico do jornal e da TV e de milhares de outros jornais, TVs, rádios, jornalzinhos de bairro, e o que mais vier], sobre o uso de recursos dos depósitos judiciais, que ele tanto criticou na campanha [eleitoral do final de 2014], mostrou que há ruído na comunicação entre o Piratini e a Secretaria da Fazenda. Confira o diálogo:
O senhor sempre foi um crítico do uso dos depósitos judiciais, dos empréstimos, do seu antecessor, mas seu governo, para pagar salários e a dívida nos primeiros meses, teve que usar parte dos depósitos...
Eu não teria tanta certeza assim de que os depósitos judiciais foram usados nesse período.
O seu secretário confirmou, governador.
Ainda assim, eu não seria tão enfático nessa realidade.
Nós recebemos a confirmação dele de que foi usado para pagar a dívida.
Essa questão que fica: a tua palavra contra a nossa.
Mas é a palavra do seu secretário, governador.
São detalhes que não ajudam o conjunto. O que é certo é que ou nós fazemos um pacto de unidade no Rio Grande e trabalhamos todos juntos para construir uma nova realidade. Porque, com humildade e com serenidade, nós precisamos de todos.
Naturalmente, achei que a história do cachorro humanizado ("Bate aqui"!, ali em cima) pouco deve àquela "Ainda assim, eu não seria tão enfático nessa realidade." E mais ainda: "São detalhes que não ajudam o conjunto."
Veja bem. Achei que o melhor mesmo era eu substituir o iogurte que tomo com ervas medicinais e outros remédios cabalísticos por ervas de cheiro depositadas dentro de minha garrafa de cachaça, não desperdiçando o líquido excipiente.
DdAB
Imagem daqui.
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