31 março, 2010

L'impossible...

querido blog:
antepenúltimo dia de Pescara. o horário de verão fez amanhecer mais tarde... mas agora já é dia claro, às 6h30min estivais... esta noite, ainda havia traços da lua cheia e ouvi sons estranhos vindos do Mar Adriático, do outro lado da rua. sereias, centauros, esfinges, fadas e avalovaras. tudo isto fez-me lembrar o que transcrevo retirado da internet, ergo, com grafia sofrível. a frase é do crítico de cinema Henri Agel usada como epígrafe creio que d'O Púcaro Búlgaro, de Campos de Carvalho.

Puis que l'impossible accède à la catégorie du vrai, le vrai à son tour peut accéder à la categorie de l'impossible.

nada seria suspeito, a não ser pelo fato de que - quando liguei o computador esta manhã - encontrei sobre o bloco de notas as seguintes observações um tanto futuristas.

não é impossível que a atual conjunção espaço-tempo-matéria-energia que conhecemos seja uma configuração específica de um contexto específico e absolutamente singular e efêmero. isto faz muito mais provável encontrarmos vida nesta configuração do que outra manifestação deste universo nas outras (infinitas) possibilidades de constituição de universos. em outras palavras, podemos ser tão efêmeros quanto a existência - digamos - deum burro. mas se isto é apenas possível (e não é garantidamente certo), talvez também haja outras possibilidades, como -por exemplo - a de infinitas reencernações ou do eterno retorno.

ainda assim, sobre eterno retorno, ao ler Jorge Luis Borges (Somewhere, 2008), em que nada tem a ver com o que direi, direi do mesmo jeito. entendi que - da mesma forma que a probabilidade de ocorrer um 3,5 no lançamento de um dado é maior do que a de ocorrer, digamos, um 4 ou um 1 - jamais veremos 3,5. ou seja, existe uma possibilidade, com probabilidade maior do que zero de que um dia a presente configuração do universo repita-se. mas acho que o impossível também tem lá seus limites...
DdAB

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