26 março, 2010

366

querido blog:
a certas alturas, buscando apenas "366", encontrei esta foto, que achei interessante. ou seja, peguei o bonde andando e nem sei dizer o que por ela vemos. claro que pensei que "em terra de cego, quem tem um olho é rei" e vi belas raínhas, ao lado de um destemidíssimo clube de reis. seja como for, o fato é que o ano de 2008, quando comecei este blog, era bissexto, o que - descontando a raiz quadrada de algum número desconhecido - daria precisamente apenas 366 dias do strat o direito legal de fazer comemorações. seja como for (II), o que segue é mais "economia política" do que "escritos". vá lá.

dou tratos à bola para aplicar uma das lições que aprendi com Carl Wright Mills em seu texto (apêndice ao livro capa vermelhinha da velha Editora Zahar) é que devemos "pensar ao contrário', mas agora já tiro este título de um livro - se bem lembro - de Benjamim Coriat. vou ilustrar que tipo de raciocínio fui capaz de destilar - como diria o rapaz d'"A Ideologia Alemã" - com três pensamentos. poderia lembrar de outros, mas não lembro. seja como for (III), vejamos.

o primeiro é internacional. confronta-se com o dito "el dueño queda mui lejos", talvez baseado nos latifúndios latinoamericanos cercados de famintos (e habitados também por famintos, digamos, 1899). se o dono morava em Buenos Aires ou Paris e a peonada descansava ou dedicava-se à filosofia, a produção caía. anos após, tenho ouvido esta frase direcionada à presença do estado na economia. não que me agrade perceber que não existe poder judiciário no Brasil, nem gastos de conservação do patrimônio público (ainda não transferido pelos políticos a suas declarações de renda etc.), e por aí segueria a lista. mas tampouco me agrada a idéia de que o governo é mau gestor, pois sempre dou-me conta de que na sociedade anônima, extraordinariamente importante inovação organizacional de - digamos - 1899 el duenho também queda mui lejos. nem por isto empresas com a Enron deixaram de roubar e outras como a Nestlé dão balanços tintim por tintim a seus donos os pacifistas suíços e outros menos, americanos.

segundo: esta questão de que o governo deve garantir a propriedade privada sempre me fez pensar que ele também deveria garantir a propriedade de escovas de dentes, lençóis, pratinho de comer granola etc., dos meninos de rua. e de outros apaniguados das agruras.

por terceiro lugar, tem o mantra de que se paga muito imposto no Brasil. a isto, cito apenas as contas nacionais quemostram que os impostos indiretos líquidos de subsídios representam uma cifra tão pouco expressiva que os europeus ficariam invejosos. e também digo que os empresários que clamam por reduzir ainda mais os impostos sobre os setores produtivos estão cobertos de razão! e - seguindo meu amado Mill - penso que poderíamos era aumentar os impostos que não inciedme sobre os setores produtivos, ou seja, que incidem sobre as instituições, como as famílias. não é lá das famílias que tudo veio e para onde tudo vai? então toca o imposto lá dentro. e mais ainda faz elas (epa!) elegerem governos decentes.

seja como for (IV), amanhã vai ser outro dia, e declaro encerradas as comemorações do primeiro ano bissexto com blog (ou algo parecido)!
DdAB

4 comentários:

Sílvio e Ana disse...

Parabéns pela importantíssima data. Na volta, quero que haja festa com bolo e tudo que se tem direito.
(Sílvio)

... DdAB - Duilio de Avila Berni, ... disse...

oh, tchê Sílvio:
tu nunca te cansa de le besteira?
DdAB

... DdAB - Duilio de Avila Berni, ... disse...

epa! não era isto o que eu queria ter dito!
DdAB

maria da Paz Brasil disse...

Bolo?
Também quero!
MdPB