querido blog:
nada há de mais turístico do que contemplar esta foto, especialmente, se procuras por "islay" na wikipedia internacional (inglês). pois muito menos turística é a realidade daquelas ilhas do norte da Escócia ("surrounded by waters temperamental enough to test the most skilled captain"), tanto é que elas tradicionalmente acomodaram pouca população. e, a julgar pela National Geographic (em inglês, jan/2010, p.55-77). considerando que "Islei" é nome de mulher, no Brasil, somos forçados a concluir que este "Islay" se refere a uma ilha, uma das ilhas que foi objeto dessa maravilhosa reportagem fotográfica da N.G.. mas que tem isto a ver para declarar "economia política" o marcador desta postagem, que até agora cheira mais a "escritos"?
resposta fácil: o seguinte trecho::
The famous cranky 18th-century London intellectual Samuel Johnson declared that mainlanders to the south knew no more of them than they did "of Borneo or Sumatra." What little was written focused on "improvindg the islands: What crops could be grown? What resources exploited? How large a population could the varios islands support, and what sort of rents could they generate for their landlors?" Johnson mostly filled the journal of his Hebridean journey with complaints about the difficulties of travel and the rustic aaccomodation tha he endured.
eu já ouvira falar em Samuel Johnson, mas não mais que uma vaga lembrança... fui à Wikipedia (não tem registro em português), agora sei um pouco mais, pois há milhares de Johnsons, Samuels, mas fixei-me naquele que viveu entre 1709 e 1784. parece-se com um "intelectual". vamos ao que diz a National e que diz ela que acima disse ele.
ele estaria dizendo que os moradores daquele cafundó mal sabiam quem eram. e eu, apressado, já achei que ele queria dizer que aquela turma sabia tanto de si quanto os aborígenes de Bornéu e Sumatra. mas não faz mal. se Johnson sabia o que é "bornéu", não haveria maiores problemas em que o habitante médio das Ilhas Hebrides (não tem na wiki/pt), em média, o soubesse.
e o que permitiu a um saber e aos demais não conhecerem? Johnson, se bem entendo, foi meu colega. não, não no St. Peter's, mas no Pembroke's. meu próprio college, se bem lembro, fundou-se apenas em, digamos, 1926 (mais velho que a USP e com fama de ser um dos mais pobres, aliás, todos gostariam de ser o mais rico e ter a fama de querer ser o mais pobre...). todo graduado por Pembroke, desde o ano zero, terá que saber essas coisas fundamentais para o escanhoamento correto do rosto, como era o caso da foto da wiki/eng.
mas não foi apenas a falta de educação, no sentido oxfordiano. faltaram-lhes também meios de poderem descolar, como diriam os próprios ingleses, "a mão da boca". quem vive pensando na próxima refeição ou é gordo ou é pobretão. mas, descontando o ano zero, se recuarmos mais 13.000 anos, chegaremos a um espaço coberto por uma montanha de gelo. global warming? claro, não fosse este hoje considerado vilão, não estaríamos contemplando os verbetes que tão orgulhosamente a Wiki/inglês exibe.
qual o tamanho ideal da população a ser carregada pelas ilhas? esta pergunta de Johnson é boa. eu mesmo, durante a ditadura militar, achava que era proibido falar em "controle demográfico", "planejamento familiar", essas coisas. mas o problema não estava errado, o erro era dos proponentes da discussão, a milicada, em achar que o que achava era o melhor para o Brasil. eu acho que quem acha que sabe o que é melhor para o Brasil tem o direito de achá-lo e mesmo de expressá-lo, com eu mesmo penso que o faço. o que não temos direito, eu e os demais pensadores, é de dar um golpe de estado e depois arrancarmos unhas a desafetos políticos et pour cause.
em resumo, a capacidade de carga das ilhas é uma realidade. já pensou se ela abrigasse toda a população de São Paulo? e a da Índia, a da China e de Jaguari, irmanadas? o conceito de capacidade de carga do planeta é algo absolutamente sólido e causador de preocupação. é claro que há coisas a fazer para amenizar o "efeito estufa", essas coisas. a segunda, claro, é melhorar a tecnologia anti-poluidora. e a primeira, óbvio, é não exagerar no crescimento populacional.
a primeira questão fundamental da economia ("o que, quanto produzir"), diz o livro texto, fala em "mais agora ou muito mais depois", os canhões ou manteiga de Paul Samuelson. e parece óbvio que mais população agora significa menos crescimento depois, pois temos uma gama de desvalidos que fariam inveja aos aborígenes australianos e aos britânicos de Isley Whatever. ouvi dizer que tem gente entrando com liminares para impedir que pessoa que ganha menos do que a renda básica universal seja declarada "gente".
de onde veio meu mote para falar em individuação? como é que pode alguém que desconhece conceitos falar sobre eles? como é que pode alguém que desconhece noções comezinhas de geografia (heliocentrismo), biologia (o macaco é descendente do peixe...), psicologia (nossa percepção do mundo é originada de nosso inconsciente), essas coisas, falar sobre elas? como pode questionar-se de onde veio e para onde vai? como pode, enfin (com "n", pois é pronunciado em francês), individuar-se? como pode valorizar o que faz, se nem sabe o que quer?
DdAB
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