24 abril, 2009

México e Érico: já era tempo

Querido Diário:
Desde que terminei de ler o livro "México", de Érico Veríssimo, um volume comprado de segundamão aos 5/jan/2009, da Editora Globo (não confundir com a manifestação de poder de monopólio da Rede Globo), publicado em Porto Alegre, em setembro de 1985, redigido com a ortografia de 1973, contrariando o original, que -presumo- deixou-se lançar em 1957, pensei em fazer uma grande postagem a respeito. Vejamos, que não o farei hoje, quando o farei. Seja como for, ainda como arabescos iniciais, devo dizer que registrei -in due place- a pergunta: "quem fez as ilustrações" da edição que tenho em mãos? Estavam no original? Neste 1985, não há créditos a ninguém, registrando-se na portada tratar-se da nona edição. Tampouco há créditos para o desenhista da portada, presumidamente diversa da edição original.

Terei pensado, antes de terminar de ler "México", na verdade, em fazer esta espécie de book review esfigmonanométrica. Esta fotografia um tanto esmaecida, presumo, esteja mostrando o casal Diego-Frida, que a retirei da Internet/Images/Google. Ambos são mexicanos, pelo que entendo, depreendo. Frida não foi mencionada em "México", de Veríssimo. Diego foi, algumas vezes, menos do que Siqueiros, com quem Érico chegou a ter um ou outro contato pessoal durante a visita.

Nem todas as reflexões que fiz durante a leitura estarão aptas a serem recuperadas. Ou, por outra, não mais estarei apto a recuperar todas as reflexões que fiz. [Comecei há pouco tempo a tentar retomar uma campanha contra os antropocentrismos e etnocentrismos que comecei há tempos].

Além da capa de papel coberto com plástico, portando duas orelhas, o primeiro traço mais característico, que pararei de citar os traços gráficos em detalhe, reservando-me o direito de mencioná-los sem detalhe, ou melhor, apenas em detalhes selecionados, vejo o preço que paguei: R$ 6,00. Não pestanejei, pois naquele verão um picolé custava R$ 2,00, o.s.l.t.. Seguiu-se um conjunto de cálculos, dos quais destaco 0,2 x R 3.200 = 640 (a unidade de medida foi omitida por razões que agora não lembro; talvez por simples olvido).

Seguem-se, como disse, outras obervações irrelevantes para a presente postagem. A elas segue se uma lista de 27 obras de Érico, não sei se podemos declará-la definitiva, pois certamente há o livrinho "O Ataque", da Coleção Catavento da mesma editora, que juro ter lido. Tinha esquilos em Washington, tinha tiros no rincão e tinha Pomona. Se me não falha a memória. Ela falha, a memória.

Assinalei coisas, o que me deu indizível satisfação. Vejamos:
2. Clarissa
3. Caminhos Cruzados
5. Música ao Longe
6. Um Lugar ao Sol
8. Olhai os Lírios do Campo
10. Gato Preto em Campo de Neve
11. O Resto é Silêncio
12. A Volta do Gato Preto
13-19. O Tempo e o Vento (em sete volumes)
20. Pimba! (ou melhor, México)
21. O Senhor Embaixador (não esquecer que poderia ser "O Sr. Embaixador", que a primeira edição de "São Bernardo" deixava-se ler como "S. Bernardo").
23. Israel em Abril
24. Incidente em Antares
26-27. Solo de Clarineta (em dois volumes).

Estes são os livros que li, lerei ou menti ou minto que li, como passarei a mentir que li, a partir de 31/julho/2017, o livro "A Theory of Justice", de John Rawls, pois não o lerei. Ou mentirei que não o li? Se a memória não falha, tudo já li em um ou outro momento de minha carreira literária. Não lembro qual foi o primeiro, talvez "O Ataque" que, como sabemos, não está na lista que não listei toda... Depois, talvez, "O Sr. Embaixador", sabe-se lá. Também li um dos velhinhos, por aqueles tempos. Não lembro qual. Certamente lembro de ter lido os sete de "O Tempo e o Vento", emprestados que me foram pelo colega Aldo Faraco. Era Aldo? Era de Alegrete? Era parente de Sérgio Faraco? Aldo era legal, preparava-se, creio, para o vestibular de direito. Penso ter devolvido todos os sete exemplares. De quem era "O Sr. Embaixador"? Já não lembro, o fato é que -ao lê-lo- pensei em virar diplomata. Pablo Astorga, ou Ortega, sabe-se lá, entusiasmou-me: um intelectual sofisticado que acaba na guerrilha e no poder, sentindo-se mal com este. Outro assunto, para talvez nunca de núncaras. You never know.

Dizia eu: li coisas há tempos. Destaca-se que bem lembro, se lembro, de ter lido "Gato Preto em Campo de Neve". Se é da "Coleção Catavento", então está claro que li chez moi. Se não é, tê-lo-ei lido na Biblioteca do Colégio Estadual Júlio de Caudilhos. Ou elsewhere. Empréstimos de meu amado Walter Browne Maia?

Como cheguei a "México"? Faraco, Sérgio e outros, colocaram-me na trilha de Érico, talvez pelas comemorações do centenário de nascimento. O fato é que, depois de ter visitado os Estados Unidos, no início de 2001, decidi reler, que -como disse- juro que lera o "Gato Preto". Dele eu lembrava que havia uma história com botinas, para o autor proteger-se da neve de Nova Iorque, não a tangenciando, pois andou de limos daqui para lá e, na festa, observava o povo na estica e suas botinas, até que deliberou esquecê-las, "para não estragar a festa". Eu pensei ao contrário: às vezes trajava (calçava?) sapatos de verniz impecáveis e, mesmo assim, procurava estragar a festa... Mas gravei mais coisas do "Gato Preto". Na volta de Nova Iorque, repito, decidi ler "A Volta do Gato Preto". Depois, reli o próprio "Gato Preto". Na linha, achei "O Sr. Embaixador" e o reli pela segunda vez, ou seja, lera-o, relera-o em torno de1975 e voltei a fazê-lo, registrando o final da leitura como "26/abr/2002. 23h50min. Amanhã, vou a Bento (Gonçalves, progressista cidade onde passei anos de minha primeira infância), com a PUCRS". Para alegria do Prof. Adalmir Marquetti, hospedei-me em um quarto compartilhado com o Prof. Balarine, agora deceased. Quer saber as razões? Indague lá a ele, o que está vivo...

Textos relacionados ao centenário levaram-me a distinguir um trio literário que me interessou olhar mais de perto
.1. Caminhos Cruzados, de Érico
.2. Contraponto, de Aldous Huxley (que li uma cópia de Walter Browne Maia e estou relendo agora, que não acabo nunca, às vezes acho enfadonho e às vezes sublime; o último "tempo" que lhe estou dando ocorre a pretexto de olhar coisas importantíssimas sobre finanças em meu amado livro de Milgrom & Roberts)
.3. Merry-go-round, de William Somerset Maugham (que ainda não li).

Então comecei o grande projeto que me tomou boa parte do tempo de lazer de 2008. Li Clarissa, Caminhos Cruzados, Música ao Longe, Um Lugar ao Sol, Olhai os Lírios do Campo e O Resto é Silêncio, O Senhor Embaixador e Incidente em Antares, mais ou menos nesta ordem. Pinguei o ponto final em "O Resto é Silêncio" às 9h32min de 13/jul/2008 na progressista cidade de Três Passos, costa do Rio Uruguay. Trata-se de uma cópia caseira maravilhosamente executada you-know-by-whom. Como disse, lerei a.s.a.p. "Israel em Abril". E voltarei a ler, in due time, "O Tempo e o Vento" e "Solo de Clarineta". Quando acabar tudo, recomeçarei tudo. E o que não cito provavelmente jamais venha a ler. Em Maceió, onde li boa parte de "México", quase comprei um "Tempo e o Vento" reproduzido, o que não fiz, pois era em quatro volumes, e eu queria uma cópia da edição em três volumes, que me parece ter sido a forma original. Ou de um lançamento de estirpe. Ou ambas as coisas, ao revés de uma ou de outra o de ambas.

Ok?
DdAB

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