Querido Sr. Blog:
Todos sabem o apreço que sempre nutri por pessoas que ganham ou ganhariam (com seus dotes intelectuais) muito mais dinheiro do que eu. Tal é o caso de gigantes como Aristóteles, Leonardo da Vinci e Karl Heirich Marx e mesmo de pigmeus como o Senador Renan Calheiros e o Deputado Antonio Delfim Netto, além do Sr. Charles de Windsor (e Balmoral). Ambos compareceram à última Carta Capital que me caiu às mãos. Do primeiro pigmeu ético, nada tenho a falar. Do segundo, vou comentar o artigo "Por que Educação". Ter-me-á dado ele a oportunidade de saber mais sobre a palavra "humbug", in English (como o de Shakespeare, os dois Francis Bacon e outros).
Fui ao Sr. Google Images e saí com as três ilustrações de hoje, que procuram deixar meu tratamento do tema ainda mais confuso. First, o que quer dizer "bah", quando sabemos que "b" + "a" = "bá", ou "barbaridade", ou ainda "barbaridade, isto é bom que mete medo...". Pois
.a. meu Webster em papel diz: humbug, n. [18th-c. slang; orig. reference lost.]
.1. (a) something made or done to cheat or deceive; fraud; sham; hoax; (b) misleading, dishonest, or empty talk.
.2. a dishonest person; a person who does not live up to his claims; an impostor
.3. a spirit to trickery, deception, etc.
E se despacha para dois verbos humbug.
Satisfiz-me. Todavia, como pensara que nada lá encontraria, cogitara de ir-me à Wikipedia, onde juraria que encontraria. E há uma explicação que, se não for humbug, è bene trovata. Aliás, até que -se for mesmo fraud- até que é ainda mais "bem apanhada", como teria dito o Sr. Jumento ao revelar sua opinião sobre a Sra. Galinha ("bem apanhadíssima, Vossa Galinidade", ou pelo menos é o que penso que ele teria dito).
Humbug is an old term meaning 'hoax' or 'jest'. While the term was first described in 1751 as student slang, its etymology is unknown. Its present meaning as an exclamation is closer to 'nonsense' or 'gibberish', while as a noun, a humbug refers to a fraud or impostor, implying an element of unjustified publicity and spectacle. The term is also used for certain types of candy.
In modern usage, the word is probably most associated with Ebenezer Scrooge, a character created by Charles Dickens. His famous reference to Christmas, "Bah! Humbug!", declaring Christmas to be a fraud, is heard afresh every year around Christmas time when the perennial favorite A Christmas Carol is played on stage or TV.[1]
Famous Humbug of the actress/singer/manager Jenny Lind outside P. T. Barnum's New American Museum, New York City, 1850.
P. T. Barnum was a master of humbug, creating public sensations and fascination with his masterful sense of publicity. Many of his promoted exhibitions were obvious fakes, but the paying public enjoyed viewing them, either to scoff or for the wonder of them. If the word humbug enjoyed contemporary usage, it would likely be applied to supermarket tabloids and the publicity industry. A famous humbug took place on the arrival of the actress/theatre manager Jenny Lind to America, just outside the showplace of P. T. Barnum, the New American Museum, in 1850 (etching, right).
Vamos ao "bah". No Webster: bäh, interj. an exclamation expressive of contempot, disgust or scorn. Parece que não precisamos de mais nada, de sorte a fecharmos a primeira versão interpretativa des derniers évenéments de la journée. Mas sigamos: e que diz nosso popular Novo Aurelião? Diz: [Do esp. plat. bah.] Interj. Bras. 1. Barbaridade (2): 2 & . [Cf. bá.] .
2. Bras. S. Exprime espanto, surpresa, estupefação; bah.. Disse o menino de rua: "It is thick bark".
Vamos a nova, ainda que velha, faceta do Sr. Humbug. Ok, ou melhor do Prof. Anwar Shaikh. Dei-lhe uma olhada à página e achei que o melhor mesmo, para o leitor interessado, é olhar pessoalmente, se é que olhar pode abdicar da condição de "pessoal" (exceto em "Lançou-lhe um olhar impessoal...").
Pois vamos agora ao Prof. Antonio Delfim Netto, em seu artigo da p.31 de Carta Capital de 8/abr/2009. Ele cita
LEIJONHUFVUD, Alex :: não dá o título:: mas dá European Journal of the History of Economic Though, v.15 n.3 p.529-538.
Lá vai:
"É efetivamente notável como a teoria econômica corrente (mainstream) conseguiu esconder a clara vitória da velha Cambridge inglesa (Joan Robinson e aliados) sobre a nova Cambridge americana (Paul Samuelson e aliados) e, depois, ignorar as suas implicações para a mensuração do capital, para afunção de produção agregada e para as proposições delas deduzidas. Os economistas que levam a sério o problema da mensuração do capital e a teoria da produção, e estão a par das fraudes (humbug) empíricas engendradas com a função de produção neoclássica, reconhecem qus os problemas da velha Cambridge eram genuínos e que continuar a jogá-los para baixo do tapete, como faz a teoria corrente, não pode, decentemente, continuar para sempre."
(foto de Delfim & Alex Such)
Dará certo trabalho responder tintim por tintim. Ou era Tin-tin por Tin-tin (o que nos levaria a Dupond e Dupont, do outro dia...). Gostei da tradução para mainstream: corrente, like the Gulf Stream, a corrente do Golfo do México, ou era o contrário, conforme postagem recente? Para a University of Sussex (inglesinha dos anos 1950), Harvards, MITs, Boston Colleges e o que lá os valha, são arcaicos. Pois não é pura coincidência que, com a Profa. Julia Hebden, da "universidade vermelha", aprendi que "eppur si muove: insumos e produtos seguirão sendo relacionados por meio de funções matemáticas, mesmo que o homem delete sua própria existência, pois a abelha tem sua atividade descrita por uma função de produção..." Claro que
.a. primeiro veio a produção
.b. depois veio a matemática
.c. depois veio a função de produção y = f(x).
About .c.: Todos os meninos de rua terão o direito legal de dizer que y é o output e que x é o input. E se, versejando em álgebra, disserem que x é o vetor do output e y é o vetor da demanda final (uma das três óticas de mensuração do valor adicionado, chamada por brevidade, preguiça e confusão, de PIB), então x = g(y). Com a notação que lhe ensinei, o menino de rua disse:
x = Ax + y, onde x é o vetor da produção setorial, A é a matriz dos coeficientes técnicos de produção e y é o vetor da demanda final setorial. Ergo -sorriu triunfantemente- podemos jurar que a função de produção é um troço muito do lá relevante." E pensei se ele estava a referir-se a um "Lá 440" ou outro qualquer.
Um fato concreto é dois:
.a. Leijonhhufvud ganha muito mais que eu, como o faz Delfim Netto
.b. a teoria da distribuição macroeconômica é que não pode valer-se das estimativas que utilizam o método dos estoques perpetuados ou qualquer outro -qualquer outro, eu disse!- para definir o tamanho do estoque de capital
.c. mas a teoria da produção não tem nenhuma lei que impeça o menino de rua de estudar do Colégio Estadual Padre Rambo e aprender que y = f(x) e depois desenvolver na Faculdade de Economia do eixo João Pessoa-Bento Gonçalves.
.d. e, se o Sr. Menino de Rua estudar econometria num desses locais, então seremos forçados a concluir que ele poderá estimar os parâmetros da função que lá ele bem entender, inclusive substituindo o escalar x por um vetor x que, no caso, não necessariamente será o net output setorial -podendo sê-lo- mas um vetor linha em que cada xi seria nada mais nada menos do que uma variável que ele lá bem entenda.
DdAB
Moraleja: para cada gigante há pelo menos 2^64 pigmeus e por isto é que esta joça não vai para frente.
2 comentários:
não pude ler até o fim, mas sugiro trocar a cor do blog. Eu explico.
o fundo deve ser cinza, branco, bege, preto ou azul claro. Nada de cores marcantes que agridem os olhos
Não creio que Anônimo tenha desistido da leitura por causa dar cor de fundo ... mas vejo que o Sr., Professor, acatou rapidamente a sugestào de mudá-la. De minha parte - se lhe interessa - noto que seu blog ficou mais pálido. E o novo tom escolhido ... ai! É meio "rosa antigo" - HORRÍVEL!
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