Leitor praticamente indefectível do extraordinário jornal Zero Hora, vi com o usual contentamento um elenco de informações que servem como contrapropaganda à vulgaridade e radicalismo das campanhas contra os governos populares brasileiros dos últimos anos. Trata-se agora das falsas acusações de que os governos do lulismo deram "dinheiro dado" para Cuba e para a Venezuela.
Então, e apenas pois então. Na página 9 do jornal de hoje, vemos a coluna +Economia, assinada por Marta Sfredo. Na quarta parte do lado direito da página, vemos uma entrevista da redatora com Paulo Rabello de Castro:
Pioneiro da doutrina liberal no Brasil, [ele] foi presidente do BNDES no governo Michel Temer e é um duro crítico das gestões petistas. Em sua gestão, relata, fez devassa nos empréstimos para ter certeza de que não havia ameaça à instituição [...] Diante da insistência do governo Bolsonaro em 'abrir a caixa-preta do BNDES', focando em operações feitas em Cuba e na Venezuela, avisa que será 'uma busca inútil'.
Transcrevo apenas um dos quatro "drops" derrubados (usando o lugar comum achegado à jornalista...) por Marta:
CUBA E VENEZUELA
'[...] Cuba não pode vir aqui pedir um empréstimo. A aprovação é para uma obra, para exportação de serviços em que empresas do Brasil com CNPJ brasileiro exportam produtos como guindastes e tratores, mais o serviço de engenharia. Todo e qualquer centavo que sai do BNDES é para notas fiscais desses produtos e desses serviços. Ou seja, 100% geração de emprego made in Brasil [sic] É irrelevante se você vende a cama para convento, hotel ou casa de tolerância. E a venda da cama é segurada, então o financiador recebe, mesmo quando o pagante atrasa. É um erro total dizer que o BNDES vai ter prejuízo, nem 1% dessas operações são descuradas.'
Ou seja, estou quotando a Marta quotando o Rabello. E o Rabello? Já foi presidente do IBGE na gestão Temer e depois emplacou o BNDES, possivelmente por ser acolherado com outro doutor chicaguense, o sr. Paulo Guedes, ministro da economia este nefando governo. E parece que ele andou colocando seu nome à disposição para o cargo de vice-presidente da república. Como sabemos, estaríamos em caravela muito menos sujeita a calmarias econômicas, como a que vemos sob a égide do divertido presidente Bolsonaro.
Quero dizer: se o comunismo foi uma baixaria, ainda mais baixaria é ser contra a baixaria e ainda assim dizer baixarias, inverdades conduzidas por uma ideologia que preza a burrice.
DdAB
P.S. Drops derrubados? Caravelas e calmarias? É meu lado lugar-comum...
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