Querido diário:
Caíram-me nas mãos por meio do amigo do amigo do Facebook os dados da primeira coluna da tabela que nos encima. Por aqui, com a ajuda do prof. Adalmir Marquetti, fiz um gráfico mostrando a correlação entre as variáveis:
.a participação do emprego público no emprego total
.b índice de Gini da desigualdade na distribuição da renda.
Pois os tais dados que nos encimam mostram o número de funcionários públicos por 1.000 habitantes da população (ou alguma outra unidade que não capturei) e o mesmíssimo índice de Gini da distribuição da renda. Tive um pouco de vergonha de pedir novamente ao prof. Adalmir para colocar no gráfico e além de não saber fazer gráficos no Libre Office, agora também desaprendi de calcular o coeficiente de correlação.
Mas a moral da história não foge aos olhos: também tá na cara que essas duas colunas têm um razoável coeficiente de correlação. Meus leitores podem checar por si mesmos e, se forem gentis, podem enviar-me os resultados: gráfico e coeficiente de correlação.
A moral da história é que
.a tá na cara que os países em que o estado de bem-estar (social-democracia) não foi suficientemente desmantelado são mais igualitários que os demais
.b tá na cara que é melhor que um país abrace a social-democracia, em detrimento do chamado neo-liberalismo.
.c tá na cara que, na linha de Kenneth Boulding, as ameaças à sobrevivência da humanidade dadas pela
.a explosão demográfica
.b deterioração ambiental
(que é mais ou menos a mesma coisa) vão concretizar-se mesmo, caso o mundo não institucionalize o governo mundial orientado por um programa social-democrata.
Conclusão: parece evidente que o emprego público é fundamental para o igualitarismo. Parece evidente que o setor privado (dada a relação produto/capital vigente no mundo moderno) jamais poderá absorver toda a população em idade ativa. Dada esta escassez de empregos congênita do capitalismo mundial, falar em reduzir o emprego público é atentado ao bom-senso e ao igualitarismo.
DdAB
P.S. aquele unzinho do lado dos dados da Alemanha é para ressaltar que aquele índice de Gini foi retirado de outra fonte diversa da Wikipedia (que agora não lembro, é a idade...).
P.S.S. aproveito para dizer que ainda não vi um número suficiente de autocríticas daqueles que consideravam que o Brasil iria melhorar com o impeachment da presidenta Dilma. Agora parece óbvio que a manutenção dela no cargo teria exibido menos problemas do que o indigitado governo Temer. Estamos chegando no final do ano, no final do mandato roubado por uma interpretação capciosa da lei, uma vergonha judiciária, e as autocríticas devem começar a aparecer.
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