26 agosto, 2018

A Corrupção e o Futuro Governo Lula


Querido diário:

Comecei lá no Facebook:

Minha amiga Iara Ussan indagou em seu mural o que o futuro governo Lula fará de sorte a combater a corrupção. Lá escrevi o que segue:
Nas páginas 6-7 do plano de governo de Lula, lemos:
"Será preciso avançar na Reforma do Estado, desprivatizando e combatendo privilégios patrimonialistas ainda presentes em todos os Poderes e instituições públicas, e na Reforma do Sistema de Justiça, democratizando as estruturas do Poder Judiciário e do Ministério Público, impedindo abusos e aumentando o acesso à Justiça a todas as parcelas da população, em particular os mais pobres."

Página 14: "Vamos aperfeiçoar as leis e procedimentos que garantam cada vez maior transparência e prevenção à corrupção, bem como aprimorar os mecanismos de gestão e as boas práticas regulatórias dos órgãos públicos. Enfrentar a corrupção exige combate permanente à impunidade de corruptores e corruptos e enfrentar uma cultura histórica de apropriação do público pelos interesses privados, como os governos Lula e Dilma vinham fazendo, com medidas de fortalecimento dos órgãos de controle e de maior transparência da gestão pública. No entanto, a pauta do combate à corrupção não pode servir à criminalização da política: ela não legitima a adoção de julgamentos de exceção, o atropelamento dos direitos e garantias fundamentais ou a imposição de uma agenda programática que visa privatizar os serviços e o patrimônio público."

E na página 31, o que acho fundamental: a relação entre a política de drogas e a destruição da polícia e do judiciário:
"É premente alterar a política de drogas, para combater o que de fato é prioritário, o poder local armado despótico exercido sobre territórios e comunidades vulneráveis. É preciso enfrentar a rede de negócios ilegais que o tráfico internacional promove. O dinheiro decorrente do tráfico alimenta várias esferas da economia, viabiliza o acesso a armas em grande quantidade – que favorecem a violência letal – e financia a
corrupção e outras atividades criminosas."

Mas não é apenas isto. Minha antipatia pelo chavismo é grande, por entender que o que ocorre na Venezuela é absolutamente o antônimo de minha concepção de esquerda moderna.

-o-

Homenageando a corrupção que será combatida em nosso próximo governo, ia colocar por aqui um post da Deutsche Welle em que diz-se que os afilhados do presidente da Venezuela roubaram US$ 1,2 bilhões depositados na Suíça, conforme denuncia nos Estados Unidos um banqueiro em delação premiada.

DdAB
P.S. Naqueles tempos antigos, uma vez ou outra, li que Érico Veríssimo declarava-se totalmente contrário a "todas as ditaduras, de direita ou de esquerda". Eu vacilava, pois não via sinais de existência de uma ditadura de esquerda. Claro que, usando novas lentes, passei a entender que ainda hoje no mundo restam ditaduras de esquerda aqui e ali. Entendo que, se o truculento Nicolás Maduro (nem lembrava que o truculento se chama Nicolás) fosse mesmo decente, ele seria o primeiro a abdicar do poder e deixar o congresso venezuelano dialogar a fim de montar um governo de união nacional. Aquilo não é esquerda, mas um sindicato de ladrões.

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