Querido diário:
Segue-se logicamente que hoje é 31/dez/2012. Segue-se logicamente (ao hai-kai n.13) o de número 14.
Millôr:
PASSEIO AFLITO;
TANTOS AMIGOS
JÁ GRANITO.
Planeta 23
Já granito?
Já hesito: de que serve
o êxito no infinito?
DdAB
P.S.: com tanta pedra aqui, fico por aqui.
31 dezembro, 2012
29 dezembro, 2012
Política Nacional: se não cheira...
Querido diário:
Tem, na ZH de hoje, duas notícias que se complementam lindamente para culminar com o enterro da política no Brasil.
Na p.2 tem uma carta do leitor debatendo o tema "O que você acha do projeto que pretende proibir a prática de rodeios no país?". Diz o sr. Albino Perleberg, aposentado de Pelotas: "Deveriam antes proibir o rodeio de políticos no poder por mais de quatro anos. Com isto, seria evitada a perpetuação de imbecis que só visam ao enriquecimento ilícito."
Em compensação, na p.8, a coluna "Página 10" tem, em seguimento da notícia "EM CONSTRUÇÃO" o seguinte descalabro:
[...] Mas as costuras [da montagem do secretariado do governo Fortunati] não param por aí. Além de definir o titular do Urbanismo, falta encontrar um espaço para o suplente [de vereador] Pablo Mendes Ribeiro, que, após a decisão de Cecchim [que estava cotado para o tal Urbanismo] de permanecer na Câmara, não terá mais a chance de assumir mandato de vereador. Pai de Pablo, o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, tem ligado diariamente para o vice-prefeito eleito, Sebastião Melo, para cobrar uma definição Mendes também conversou com Fortunati nos últimos dias. [...] Diante das dificuldades em acomodá-lo, a tendência é de que ele assuma como secretário adjunto ou como assessor do gabinete do vice-prefeito."
Tenho duas legendas para o caso:
.a. só bebendo
.b. também quero.
Quer dizer, Mendes Ribeiro Filho é filho do finado jornalista esportivo (programa "Bola Branca", na Rádio Guaíba, há 50 anos), jornalista político, deputado, etc.. Seu filho por pura herança genética também ingressou na política. Seu neto, filho do filho, também está na política. Agora, o segundo rebento tentou eleger-se vereador e, como podemos ver, terá sua sinecura na Prefeitura. Dá hai-kai:
Deseleito vereador
Pablo pode ganhar prebenda,
Pura sinecura na prefeitura.
DdAB
Imagem: dá outro hai-kai:
Minha gente, é o Tintim
agora sendo afetado
por outro cheiro ruim?
Aqui.
Tem, na ZH de hoje, duas notícias que se complementam lindamente para culminar com o enterro da política no Brasil.
Na p.2 tem uma carta do leitor debatendo o tema "O que você acha do projeto que pretende proibir a prática de rodeios no país?". Diz o sr. Albino Perleberg, aposentado de Pelotas: "Deveriam antes proibir o rodeio de políticos no poder por mais de quatro anos. Com isto, seria evitada a perpetuação de imbecis que só visam ao enriquecimento ilícito."
Em compensação, na p.8, a coluna "Página 10" tem, em seguimento da notícia "EM CONSTRUÇÃO" o seguinte descalabro:
[...] Mas as costuras [da montagem do secretariado do governo Fortunati] não param por aí. Além de definir o titular do Urbanismo, falta encontrar um espaço para o suplente [de vereador] Pablo Mendes Ribeiro, que, após a decisão de Cecchim [que estava cotado para o tal Urbanismo] de permanecer na Câmara, não terá mais a chance de assumir mandato de vereador. Pai de Pablo, o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, tem ligado diariamente para o vice-prefeito eleito, Sebastião Melo, para cobrar uma definição Mendes também conversou com Fortunati nos últimos dias. [...] Diante das dificuldades em acomodá-lo, a tendência é de que ele assuma como secretário adjunto ou como assessor do gabinete do vice-prefeito."
Tenho duas legendas para o caso:
.a. só bebendo
.b. também quero.
Quer dizer, Mendes Ribeiro Filho é filho do finado jornalista esportivo (programa "Bola Branca", na Rádio Guaíba, há 50 anos), jornalista político, deputado, etc.. Seu filho por pura herança genética também ingressou na política. Seu neto, filho do filho, também está na política. Agora, o segundo rebento tentou eleger-se vereador e, como podemos ver, terá sua sinecura na Prefeitura. Dá hai-kai:
Deseleito vereador
Pablo pode ganhar prebenda,
Pura sinecura na prefeitura.
DdAB
Imagem: dá outro hai-kai:
Minha gente, é o Tintim
agora sendo afetado
por outro cheiro ruim?
Aqui.
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Economia Política
28 dezembro, 2012
Rútilos Alimentares
Querido diário:
Quem clica ao lado, em meus links preferidos, vê a conexão para o Sul21. Chamá-lo de "amado" já é exagero, pois há gente que por lá dentro escreve que não me parece amável, não. Isto que ninguém se chama "Waldomiro Diniz". Volta e meia, porém, leio coisas interessantes. E agora deixam-me uma dica para um trabalho investigativo dos que me agradam, pois colocam como direitistas as opiniões de:
Augusto Nunes
Demétrio Magnoli
Dora Kramer
Eliane Catanhede
Ferreira Gullar
João Ubaldo Ribeiro
Marco Antonio Villa
Merval Pereira
Reinaldo Azevedo
Ricardo Noblat
Um decálogo. Conheço-os pouco, não muito mais do que "de vista". Uns caem-me aos olhos mais que outros, nada sistemático, pois não leio sistematicamente seus escritos, como leio os dos cronistas de Zero Hora. Talvez este seja meu consolo e minha justificativa de ler o tal nanico picado.
Tenho que fazer mais duas amostras de conveniência:
.a. em Zero Hora, pensando em ter uma variável de controle e
.b. no próprio Sul21, eu -que me sinto desalentado por não ter um veículo de esquerda que mais ou menos me expresse. Aliás, entre Carta Capital e Sul21 tenho ficado sempre com a primeira, ela que é ela.
Claro que vou ter que pedir financiameno para o cnpq, a fim de levar a cobro esta intenção. Enquanto isto, fico me perguntando por que razão será que não tem mesmo um site com estas coisas intersssantes que fariam minha felicidade audio-visual? Seremos todos lacaios do imperialismo? Por que não faço eu mesmo um site de esquerda, noticiário e pontos-de-vista? Resposta: como posso, sem armas, revoltar-me? (Who?).
DdAB
P.S.: pensei na imagem acima como: garfadas com a direita e boa alimentação com a esquerda. Bem chavonesco, não é mesmo?
Quem clica ao lado, em meus links preferidos, vê a conexão para o Sul21. Chamá-lo de "amado" já é exagero, pois há gente que por lá dentro escreve que não me parece amável, não. Isto que ninguém se chama "Waldomiro Diniz". Volta e meia, porém, leio coisas interessantes. E agora deixam-me uma dica para um trabalho investigativo dos que me agradam, pois colocam como direitistas as opiniões de:
Augusto Nunes
Demétrio Magnoli
Dora Kramer
Eliane Catanhede
Ferreira Gullar
João Ubaldo Ribeiro
Marco Antonio Villa
Merval Pereira
Reinaldo Azevedo
Ricardo Noblat
Um decálogo. Conheço-os pouco, não muito mais do que "de vista". Uns caem-me aos olhos mais que outros, nada sistemático, pois não leio sistematicamente seus escritos, como leio os dos cronistas de Zero Hora. Talvez este seja meu consolo e minha justificativa de ler o tal nanico picado.
Tenho que fazer mais duas amostras de conveniência:
.a. em Zero Hora, pensando em ter uma variável de controle e
.b. no próprio Sul21, eu -que me sinto desalentado por não ter um veículo de esquerda que mais ou menos me expresse. Aliás, entre Carta Capital e Sul21 tenho ficado sempre com a primeira, ela que é ela.
Claro que vou ter que pedir financiameno para o cnpq, a fim de levar a cobro esta intenção. Enquanto isto, fico me perguntando por que razão será que não tem mesmo um site com estas coisas intersssantes que fariam minha felicidade audio-visual? Seremos todos lacaios do imperialismo? Por que não faço eu mesmo um site de esquerda, noticiário e pontos-de-vista? Resposta: como posso, sem armas, revoltar-me? (Who?).
DdAB
P.S.: pensei na imagem acima como: garfadas com a direita e boa alimentação com a esquerda. Bem chavonesco, não é mesmo?
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Economia Política
26 dezembro, 2012
Hai-Kai n.13
Querido diário:
Millôr:
(À MANEIRA DE BASHÔ, sic)
NEM GRILO, GRITO OU GALOPE;
NO SILÊNCIO IMENSO
UMA RÃ MERGULHA - PLÓÓP!
Planeta 23:
Uma rã mergulha - plóóp!
Na Grécia, onomatopeias. Aqui..
só quem anda é centopeia.
DdAB
P.S.: Happy War! Christmas is over...
Imagem:
Millôr:
(À MANEIRA DE BASHÔ, sic)
NEM GRILO, GRITO OU GALOPE;
NO SILÊNCIO IMENSO
UMA RÃ MERGULHA - PLÓÓP!
Planeta 23:
Uma rã mergulha - plóóp!
Na Grécia, onomatopeias. Aqui..
só quem anda é centopeia.
DdAB
P.S.: Happy War! Christmas is over...
Imagem:
23 dezembro, 2012
Hai-Kai n. 12
Querido diário:
Objetivamente,
Millôr:
USUCAPIÃO
É CONTEMPLAR AS NUVENS
DO PRÓPRIO CHÃO.
Planeta 23:
Do próprio chão
sacar o sustento
só pode ser maldição...
DdAB
P.S.: torne-se claro que não sou contrário à alimentação, mas favorável à delegação de todo o trabalho rotineiro às máquinas de um livro de Isaac Azimov cujo nome fugiu-me na velocidade da luz. Pelo menos foi o que entendi ao ler as "Economic possibilities for our grandchildren". Ver mais tratamento do tema do P.S. aqui.
Objetivamente,
Millôr:
USUCAPIÃO
É CONTEMPLAR AS NUVENS
DO PRÓPRIO CHÃO.
Planeta 23:
Do próprio chão
sacar o sustento
só pode ser maldição...
DdAB
P.S.: torne-se claro que não sou contrário à alimentação, mas favorável à delegação de todo o trabalho rotineiro às máquinas de um livro de Isaac Azimov cujo nome fugiu-me na velocidade da luz. Pelo menos foi o que entendi ao ler as "Economic possibilities for our grandchildren". Ver mais tratamento do tema do P.S. aqui.
22 dezembro, 2012
Democracia, Direito das Minorias e a Festa da Firma
Querido diário:
Nas festas de natal, em especial na da firma da gente, ocorre um fenômeno democrático interessante. Depois de metermos as cangebrinas tradicionais durante o expediente, saímos todos para jantar. Ao chegarmos ao ponto do ônibus, fez-se uma votação: o que queremos jantar, pizza ou churrasco. Venceu pizza 19 x 7 churras (éramos 26 pessoas, iríamos lotar um ônibus de carreira!). A minoria não se declarou minoria e, mais ainda, preferiu acompanhar a maioria vegetariana, comendo lá sua pizza de linguicinha calabreza.
E se aquela metidinha do xerox não quisesse de jeito e maneira ir à pizzaria? Acho que seria bem sensato irmos todos à churrascaria (afinal, há buffets de salada em todos os cantos) e chamarmo-la de ditadora benigna muito bonitinha. Tachá-la-íamos de antidemocrática, e -pelo sim, pelo não- o governo taxou-nos pelo exagerado consumo de álcool etílico. E nós falamos mal dele, dos governantes, da ladroagem que assola todos os cantos da vida econômica nacional. E o rapaz da expedição avisou que, por ele, colocaríamos, já em 2013, grupos de observadores em qualquer repartição pública de interesse popular. E o rapaz dos investimentos estrangeiros plagiou minha ideia e queria fechar -naquela hora mesmo- todos os estados. Fiquei com medo que tudo virasse pizza e empinei mais um chopp.
DdAB
Imagem: daqui.
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Escritos
21 dezembro, 2012
Presunção de Inocência e a PMPA
Querido diário:
Desde criança, sei que PMPA quer dizer "prefeitura municipal de Porto Alegre", aliás, já ia intuindo essas coisas mesmo antes de alfabetizarem-me (ao que resisti lindamente). O que me surpreende é que ainda não tenham mudado os nomes: de prefeitura para vilegiatura, sei lá, de municipal para fenomenal, sabe-se lá, e de Porto Alegre para... ah, isto mudou, agora quem abriga o porto não é mais rio e sim lago. E alegre, nem se fala, alguns meninos de rua me disseram que têm parcos momentos de alegria, que ocorrem quando aprecatam alguns trocados e os trocam por crack. Então, como pode?
Parece ficção. E o que dizer da Página 10 da p.10 de hoje? Rosane de Oliveira escreveu:
O convite (feito pelo atual e futuro prefeito José Fortunati ao atual e futuro) vereador Mauro Zacher (PDT) para assumir a Secretaria de Obras provocou divergência no partido do prefeito. Ontem, o presidente estadual da Juventude Socialista do PDT, João Henrique Cella, divulgou uma carta aberta questionando a indicação e Zacher.
'Então, como pode? Substituir um (secretário / sic) que está sendo investigado por práticas de crimee leitoral por outro que está sendo investigado pelo Ministério Público do Trabalho e que já foi indiciado pela Polícia Federal, por práticas administrativas não recomendadas e cometidas na própria gestão da cidade de Porto Alegre', critica o texto, referindo-se a suspeitas levantadas sobre a gestão de Zacher na secretaria da Juventude da Capital e ao afastamento do secretário Adriano Borges Gularte da Secretaria de Obras por apontamentos do MP.
O presidente do diretório metropolitano do PDT, Vieira da Cunha, invoca o princípio de presunção de inocência para justificar a indicação de Zacher para o cargo e atribui o fogo amigo a divergências internas no partido.
Cella é ligado a Juliana Brizola, que se tornou rival de Zacher por desentendimentos envolvendo a Secretaria da Juventude.
-Do ponto de vista do partido, Zacher reúne todas as condições para o secretariado. O fato de estar indiciado não quer dizer que seja culpado. Esta manifestação está vinculada a uma desavença que se tornou pessoal - diz Vieira. [...]
Fiquei pensando: PMPA? Então:
.a. a morosidade do poder judiciário é a maior praga da política patrícia, inclusive quanto à fiscalização do cumprimento das promessas eleitorais,
.b. este negócio de presunção de inocência é muito complicado, claro que não pode ficar prendendo neguinho ao deus-dará, ainda que minha presunção seja de que o Ministério Público e a Polícia Federal também sejam inocentes, não carregando nada de pessoal contra o economista Mauro Zacher. Que também ouviu acusações similares no DCE-PUCRS. Mas que já foi presidente da câmara dos vereadores, com vários assessores.
.c. a saída é, de saída, colocarmos observadores por tudo que é canto da Secretaria de Obras, a fim de evitar - no dizer da presidenta Dilma - o malfeito. E não só na secretaria de obras!
DdAB
AVISO: Benévola com algumas instituições patrícias, esta postagem contradiz os estatudos do MAL*.
P.S.: imagem daqui. Belíssimo site de belíssima artista plástica. Evocou-me Dubuffet. Só plástica? Por exemplo (e antecede o texto a explicação: filme de John Wayne com dois cavalos, o Dollor, de dor, e o dollar de dinheiro):
John Wayne had a horse named Dollor.
John Wayne had a horse named Dollar.
I had a dollar.
It’s gone.
I had some pain.
You had a dollar.
It’s gone.
You had some pain.
You had a dollar and you didn’t give it to me.
He doesn’t have a dollar.
She has some dolor.
John Wayne had a horse named Dollor.
Ol’ Dollor.
We don’t’ have the money for the rent.
Ol Dollor we don’t have the money for the groceries.
Ol Dollor.
We don’t have the money for medicine.
Ol Dollor.
We don’t have the money to retire.
Oh Dollar.
Oh Dolor.
Desde criança, sei que PMPA quer dizer "prefeitura municipal de Porto Alegre", aliás, já ia intuindo essas coisas mesmo antes de alfabetizarem-me (ao que resisti lindamente). O que me surpreende é que ainda não tenham mudado os nomes: de prefeitura para vilegiatura, sei lá, de municipal para fenomenal, sabe-se lá, e de Porto Alegre para... ah, isto mudou, agora quem abriga o porto não é mais rio e sim lago. E alegre, nem se fala, alguns meninos de rua me disseram que têm parcos momentos de alegria, que ocorrem quando aprecatam alguns trocados e os trocam por crack. Então, como pode?
Parece ficção. E o que dizer da Página 10 da p.10 de hoje? Rosane de Oliveira escreveu:
O convite (feito pelo atual e futuro prefeito José Fortunati ao atual e futuro) vereador Mauro Zacher (PDT) para assumir a Secretaria de Obras provocou divergência no partido do prefeito. Ontem, o presidente estadual da Juventude Socialista do PDT, João Henrique Cella, divulgou uma carta aberta questionando a indicação e Zacher.
'Então, como pode? Substituir um (secretário / sic) que está sendo investigado por práticas de crimee leitoral por outro que está sendo investigado pelo Ministério Público do Trabalho e que já foi indiciado pela Polícia Federal, por práticas administrativas não recomendadas e cometidas na própria gestão da cidade de Porto Alegre', critica o texto, referindo-se a suspeitas levantadas sobre a gestão de Zacher na secretaria da Juventude da Capital e ao afastamento do secretário Adriano Borges Gularte da Secretaria de Obras por apontamentos do MP.
O presidente do diretório metropolitano do PDT, Vieira da Cunha, invoca o princípio de presunção de inocência para justificar a indicação de Zacher para o cargo e atribui o fogo amigo a divergências internas no partido.
Cella é ligado a Juliana Brizola, que se tornou rival de Zacher por desentendimentos envolvendo a Secretaria da Juventude.
-Do ponto de vista do partido, Zacher reúne todas as condições para o secretariado. O fato de estar indiciado não quer dizer que seja culpado. Esta manifestação está vinculada a uma desavença que se tornou pessoal - diz Vieira. [...]
Fiquei pensando: PMPA? Então:
.a. a morosidade do poder judiciário é a maior praga da política patrícia, inclusive quanto à fiscalização do cumprimento das promessas eleitorais,
.b. este negócio de presunção de inocência é muito complicado, claro que não pode ficar prendendo neguinho ao deus-dará, ainda que minha presunção seja de que o Ministério Público e a Polícia Federal também sejam inocentes, não carregando nada de pessoal contra o economista Mauro Zacher. Que também ouviu acusações similares no DCE-PUCRS. Mas que já foi presidente da câmara dos vereadores, com vários assessores.
.c. a saída é, de saída, colocarmos observadores por tudo que é canto da Secretaria de Obras, a fim de evitar - no dizer da presidenta Dilma - o malfeito. E não só na secretaria de obras!
DdAB
AVISO: Benévola com algumas instituições patrícias, esta postagem contradiz os estatudos do MAL*.
P.S.: imagem daqui. Belíssimo site de belíssima artista plástica. Evocou-me Dubuffet. Só plástica? Por exemplo (e antecede o texto a explicação: filme de John Wayne com dois cavalos, o Dollor, de dor, e o dollar de dinheiro):
John Wayne had a horse named Dollor.
John Wayne had a horse named Dollar.
I had a dollar.
It’s gone.
I had some pain.
You had a dollar.
It’s gone.
You had some pain.
You had a dollar and you didn’t give it to me.
He doesn’t have a dollar.
She has some dolor.
John Wayne had a horse named Dollor.
Ol’ Dollor.
We don’t’ have the money for the rent.
Ol Dollor we don’t have the money for the groceries.
Ol Dollor.
We don’t have the money for medicine.
Ol Dollor.
We don’t have the money to retire.
Oh Dollar.
Oh Dolor.
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Economia Política
20 dezembro, 2012
Hai-Kai n.11
Querido diário:
Parece que hoje é o solstício de verão. Tá calor e vai aumentar! Isto implica necessariamente na trova que criei entre oo hai-kai n.10 e o meu próprio hai-kai.
MILLÕR:
SOLUÇO E FUÇO
VERSO E REVERSO -
TÁ TUDO RUÇO.
Planeta 23:
Ta tudo ruço:
algum rebuliço
e muito funguço.
DdAB
Imagem: aqui. Diz-se por aqui: "cuidado que o debaixo é meu".
Parece que hoje é o solstício de verão. Tá calor e vai aumentar! Isto implica necessariamente na trova que criei entre oo hai-kai n.10 e o meu próprio hai-kai.
MILLÕR:
SOLUÇO E FUÇO
VERSO E REVERSO -
TÁ TUDO RUÇO.
Planeta 23:
Ta tudo ruço:
algum rebuliço
e muito funguço.
DdAB
Imagem: aqui. Diz-se por aqui: "cuidado que o debaixo é meu".
19 dezembro, 2012
Congresso x Cachoeira
Querido diário:
Faltou algo no título desta postagem: o judiciário, esta bagunça brasileira que não sabemos bem a razão de existir. O Planeta 23 não se cansa de propor seu fechamento (claro que não no sentido de que o fez o gen. Ernesto Geisel, no exercício da presidência da república) e substituição pela contratação de uma empresa júnior originária de alguma universidade europeia de respeito. Esta iria administrar a justiça no Brasil, também com o encargo de formar ou supervisionar empresas júniores em universidades congêneres brasileiras que se encarregariam, digamos que em 1.000 anos, a assumir a tarefa. Pessimismo a esta hora da manhã? Até parece...
A estupefação de hoje é que a CPI - comição parlamentar de inquérito para apurar o processo que está em apuração na Polícia Federal e concluir algo. Diz-se que seu parecer final tem duas páginas. Então acho que o veredito seria rápido: inocente, culpado, sei lá. Duas páginas. Oito meses, quantos jetons, quantas diárias, outros pagamentos, papel, papel de secar mãos, mãos lavadas?
Quando anunciaram a CPI e milhares de outras aqui mesmo fiquei abismado e reclamando. Por que esse pessoal não trabalha em algo de útil? Qual pessoal? Falo, claro, dos demagogos que criaram a comissão. Falo também da incompetência de todo o sistema judiciário, que abarca desde o motorista da viatura até o mais bem remunerado juiz do território nacional. Só bebendo!
DdAB
Imagem nada a ver? Aqui. Ainda faremos parte do acervo do Quai Branly como animais que roubam.
Faltou algo no título desta postagem: o judiciário, esta bagunça brasileira que não sabemos bem a razão de existir. O Planeta 23 não se cansa de propor seu fechamento (claro que não no sentido de que o fez o gen. Ernesto Geisel, no exercício da presidência da república) e substituição pela contratação de uma empresa júnior originária de alguma universidade europeia de respeito. Esta iria administrar a justiça no Brasil, também com o encargo de formar ou supervisionar empresas júniores em universidades congêneres brasileiras que se encarregariam, digamos que em 1.000 anos, a assumir a tarefa. Pessimismo a esta hora da manhã? Até parece...
A estupefação de hoje é que a CPI - comição parlamentar de inquérito para apurar o processo que está em apuração na Polícia Federal e concluir algo. Diz-se que seu parecer final tem duas páginas. Então acho que o veredito seria rápido: inocente, culpado, sei lá. Duas páginas. Oito meses, quantos jetons, quantas diárias, outros pagamentos, papel, papel de secar mãos, mãos lavadas?
Quando anunciaram a CPI e milhares de outras aqui mesmo fiquei abismado e reclamando. Por que esse pessoal não trabalha em algo de útil? Qual pessoal? Falo, claro, dos demagogos que criaram a comissão. Falo também da incompetência de todo o sistema judiciário, que abarca desde o motorista da viatura até o mais bem remunerado juiz do território nacional. Só bebendo!
DdAB
Imagem nada a ver? Aqui. Ainda faremos parte do acervo do Quai Branly como animais que roubam.
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Economia Política
18 dezembro, 2012
O Mensalão e o MAL*
Querido diário:
Como lembramos, o MAL* é o Movimento pela Anistia aos Ladrões Estrela, um movimento radical sugerindo que a hipocrisia reside mais em desleixar os cuidados com o futuro roubo do que tentar vingança com relação a coisas passadas. O MAL* sabe muito bem que a impunidade é o maior incentivo ao crime, mas -neste fio de navalha- prefere que tudo comece a contar mesmo a partir do próximo 1o. de janeiro.
O MAL* deseja que seja criada uma estrutura judiciária/policial/política que impeça a ladroagem para cima do dinheiro público (inclusive a sonegação de impostos). Mas a política brasileira, do jeito que se transformou em programa de auditório, em que há duas torcidas insanas, não promete maiores reformas. Daí o certo niilismo do MAL*.
E o Mensalão? Pois acabou o julgamento, mas ainda falta tanta coisa para a negadinha ir para o xilindró que nem sei se ainda lembraremos do assunto quando isto começar a rolar. E ainda tem este imgroblio entre os juristas que anunciam a cassação do mandato de três políticos eleitos (e como é que foram eleitos, se tinham um processo de probidade em julgamento?) e o presidente da câmara dos deputados, que acha que isto é um desrespeito.
No outro dia, fiquei a indagar-me -e ainda não tive resposta- se a câmara autorizou o judiciário a fazer o processo. O certo é que o executivo o fez, pois foi ele que encaminhou o pedido. E o último juiz a votar, Celso de Mello, disse algo meridiano:
Não se pode vislumbrar o exercício de mandato parlamentar por aqueles cujos direitos políticos estão suspensos.
Quero entender: se nos mandaram o caso para julgar, é que queriam que julgássemos. Neste caso, nossa decisão não está sob consideração dos deputados. De modo simétrico, se -depois da condenação pelos juízes- o processo voltasse aos deputados, eles poderiam absolver os condenados. Meridiano. Mas, meridiano por meridiano, até o Meridiano de Tordesilhas já deu muita encrenca.
DdAB
P.S.: tirei o mapa daqui.
Como lembramos, o MAL* é o Movimento pela Anistia aos Ladrões Estrela, um movimento radical sugerindo que a hipocrisia reside mais em desleixar os cuidados com o futuro roubo do que tentar vingança com relação a coisas passadas. O MAL* sabe muito bem que a impunidade é o maior incentivo ao crime, mas -neste fio de navalha- prefere que tudo comece a contar mesmo a partir do próximo 1o. de janeiro.
O MAL* deseja que seja criada uma estrutura judiciária/policial/política que impeça a ladroagem para cima do dinheiro público (inclusive a sonegação de impostos). Mas a política brasileira, do jeito que se transformou em programa de auditório, em que há duas torcidas insanas, não promete maiores reformas. Daí o certo niilismo do MAL*.
E o Mensalão? Pois acabou o julgamento, mas ainda falta tanta coisa para a negadinha ir para o xilindró que nem sei se ainda lembraremos do assunto quando isto começar a rolar. E ainda tem este imgroblio entre os juristas que anunciam a cassação do mandato de três políticos eleitos (e como é que foram eleitos, se tinham um processo de probidade em julgamento?) e o presidente da câmara dos deputados, que acha que isto é um desrespeito.
No outro dia, fiquei a indagar-me -e ainda não tive resposta- se a câmara autorizou o judiciário a fazer o processo. O certo é que o executivo o fez, pois foi ele que encaminhou o pedido. E o último juiz a votar, Celso de Mello, disse algo meridiano:
Não se pode vislumbrar o exercício de mandato parlamentar por aqueles cujos direitos políticos estão suspensos.
Quero entender: se nos mandaram o caso para julgar, é que queriam que julgássemos. Neste caso, nossa decisão não está sob consideração dos deputados. De modo simétrico, se -depois da condenação pelos juízes- o processo voltasse aos deputados, eles poderiam absolver os condenados. Meridiano. Mas, meridiano por meridiano, até o Meridiano de Tordesilhas já deu muita encrenca.
DdAB
P.S.: tirei o mapa daqui.
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Economia Política
17 dezembro, 2012
Boa Notícia: o setor público funciona
Querido diário:
Dois Hai-Kais on my own
Hoje fui ao supermercado:
Ida e volta distraído.
Tudo sem ser assaltado.
Ontem fui no terminal.
Saquei dinheiro sem assalto.
Achei milagre, e coisa e tal.
DdAB
Imagem: se o hai-kai é delicado, só imagina os da figura daqui.
Dois Hai-Kais on my own
Hoje fui ao supermercado:
Ida e volta distraído.
Tudo sem ser assaltado.
Ontem fui no terminal.
Saquei dinheiro sem assalto.
Achei milagre, e coisa e tal.
DdAB
Imagem: se o hai-kai é delicado, só imagina os da figura daqui.
16 dezembro, 2012
Quem Regula as Agências Reguladoras?
Querido diário:
Esta, que nos encima, é a grande manchete das páginas centrais do caderno "Dinheiro", de Zero Hora de hoje. É uma excelente matéria do repórter Erik Farina (erik.farina@zerohora.com.br), com belo conteúdo e que me deixou precisamente ao final com a mesma pergunta do título, só que mudada.
Quem regula o presente, a situação de hoje, ou a situação de ontem? O governo de hoje ou o governo de ontem? A situação ou a oposição? Parece que, como andei sugerindo sobre as causas judiciais (dividir os butins 50%-50% para o reclamante e o reclamado, que a sociedade fica com seus 100% do mesmo jeito), o melhor mesmo seria o governo fazer as regulamentações das atividades privadas pensando em evitar o rent-seeking não de si próprio mas daquela parte do governo que luta sobranceiramente por retirá-lo do poder e encastelar-se ela própria como governo.
Se cada um (governo de cá e oposição de lá) pensasse como participante em um dilema de prisioneiros dinâmico portador de parâmetros que o distanciam da cooperação, então eles fariam regulamentações alheias ao nepotismo, alheias à incompetência e alheias ao malfeito.
DdAB
Imagem: pensei que estar imobilizado não significa ser burro. E que a visão de curto prazo que têm essa dupla situação-oposição brasileira é que é exasperante. Exemplo de inteligência viva e baixo comparecimento nas eleições está aqui.
P.S.: Suavidade dominical, Lula, Zero Hora.
Na p.2 da mesmíssima Zero Hora, tem algo que me inquieta. Está na Carta da Editora, assinada por Marta Gleich - diretora de redação. O título é Lulistas, antilulistas e a leitura apaixonada. Fala do pensamento grenalesco associado à expressiva maioria dos gaúchos. Uns não podem viver sem odiar os outros. E diz o mesmo de Lula, nosso popular Luiz Inácio Lula da Silva, apelido que virou sobrenome, como sabemos, pois a ditadura militar, quando ele foi candidato, proibiu que se votasse em apelido. Ele, engenhosamente, inseriu o apelido como "sobrenome materno". O que sempre achei ridículo é que a esposa é a sra. Marisa Lula da Silva, um troço assim.
Pois Marta procura isenção, que Zero Hora é o jornal comprometido. E não adianta dizer que
[...] as reportaens, asim como a capa do jornal, não são a favor nem contra governos, governantes, políticos ou partidos. Elas apenas relatam o ocorrido, vevelam bastidores, trazem análises e contextualizações [...].
Em continuação, Marta fala da repercussão de uma coluna de Rosane de Oliveira, a cronista política "página 10", cujo título é neutramente: "Fala, Lula, que a casa caiu". Eu lera o título e a matéria e fiquei com a impressão de sempre: um jorna lde direita. Fala, Lula: imperativo. Fala tu, tuteando o homem. Mas a grande entrega é a declaração da Rosane para a Marta:
O gaúcho é muito passional em matéria de política. O curioso foi que muitas pessoas que me elogiavam pela imparcialidade quando eu criticava ou cobrava alguma coisa da ex=governadora Yeda Crusius agora me atacam por ter tocado em um mito, o ex-presidente Lula. Estou acostumada à crítica e não abro mão de minha independência na hora de escrever.
Então fiquei pensando: por que a comparação? Lula envolvido com Rosemary Nóvoa e com Marcos Valério. Em compensação, Yeda também era objeto de crítica ou cobrança. E daí?
(Este bruta P.S. é das 19h56min)
Esta, que nos encima, é a grande manchete das páginas centrais do caderno "Dinheiro", de Zero Hora de hoje. É uma excelente matéria do repórter Erik Farina (erik.farina@zerohora.com.br), com belo conteúdo e que me deixou precisamente ao final com a mesma pergunta do título, só que mudada.
Quem regula o presente, a situação de hoje, ou a situação de ontem? O governo de hoje ou o governo de ontem? A situação ou a oposição? Parece que, como andei sugerindo sobre as causas judiciais (dividir os butins 50%-50% para o reclamante e o reclamado, que a sociedade fica com seus 100% do mesmo jeito), o melhor mesmo seria o governo fazer as regulamentações das atividades privadas pensando em evitar o rent-seeking não de si próprio mas daquela parte do governo que luta sobranceiramente por retirá-lo do poder e encastelar-se ela própria como governo.
Se cada um (governo de cá e oposição de lá) pensasse como participante em um dilema de prisioneiros dinâmico portador de parâmetros que o distanciam da cooperação, então eles fariam regulamentações alheias ao nepotismo, alheias à incompetência e alheias ao malfeito.
DdAB
Imagem: pensei que estar imobilizado não significa ser burro. E que a visão de curto prazo que têm essa dupla situação-oposição brasileira é que é exasperante. Exemplo de inteligência viva e baixo comparecimento nas eleições está aqui.
P.S.: Suavidade dominical, Lula, Zero Hora.
Na p.2 da mesmíssima Zero Hora, tem algo que me inquieta. Está na Carta da Editora, assinada por Marta Gleich - diretora de redação. O título é Lulistas, antilulistas e a leitura apaixonada. Fala do pensamento grenalesco associado à expressiva maioria dos gaúchos. Uns não podem viver sem odiar os outros. E diz o mesmo de Lula, nosso popular Luiz Inácio Lula da Silva, apelido que virou sobrenome, como sabemos, pois a ditadura militar, quando ele foi candidato, proibiu que se votasse em apelido. Ele, engenhosamente, inseriu o apelido como "sobrenome materno". O que sempre achei ridículo é que a esposa é a sra. Marisa Lula da Silva, um troço assim.
Pois Marta procura isenção, que Zero Hora é o jornal comprometido. E não adianta dizer que
[...] as reportaens, asim como a capa do jornal, não são a favor nem contra governos, governantes, políticos ou partidos. Elas apenas relatam o ocorrido, vevelam bastidores, trazem análises e contextualizações [...].
Em continuação, Marta fala da repercussão de uma coluna de Rosane de Oliveira, a cronista política "página 10", cujo título é neutramente: "Fala, Lula, que a casa caiu". Eu lera o título e a matéria e fiquei com a impressão de sempre: um jorna lde direita. Fala, Lula: imperativo. Fala tu, tuteando o homem. Mas a grande entrega é a declaração da Rosane para a Marta:
O gaúcho é muito passional em matéria de política. O curioso foi que muitas pessoas que me elogiavam pela imparcialidade quando eu criticava ou cobrava alguma coisa da ex=governadora Yeda Crusius agora me atacam por ter tocado em um mito, o ex-presidente Lula. Estou acostumada à crítica e não abro mão de minha independência na hora de escrever.
Então fiquei pensando: por que a comparação? Lula envolvido com Rosemary Nóvoa e com Marcos Valério. Em compensação, Yeda também era objeto de crítica ou cobrança. E daí?
(Este bruta P.S. é das 19h56min)
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Economia Política
15 dezembro, 2012
Hai-Kai n. 10
Querido diário:
Vejamos o número dez:
Millôr:
NUNCA TIVE MEDO, GENTE,
SE, ONDE HÁ PERIGO,
ALGUÉM VAI NA FRENTE.
Planeta 23:
Algúem vai na frente
olhando para cima.
Mirada inteligente.
DdAB
Increíble. Pedi ao Google "Mirada inteligente." e ele respondeu, em boa medida, com algo na linha de "quem for valente que me lidere". E o site aqui também é um tanto vacúncio, no bom sentido da palavra. E não sei bem quem é Froilán.
Vejamos o número dez:
Millôr:
NUNCA TIVE MEDO, GENTE,
SE, ONDE HÁ PERIGO,
ALGUÉM VAI NA FRENTE.
Planeta 23:
Algúem vai na frente
olhando para cima.
Mirada inteligente.
DdAB
Increíble. Pedi ao Google "Mirada inteligente." e ele respondeu, em boa medida, com algo na linha de "quem for valente que me lidere". E o site aqui também é um tanto vacúncio, no bom sentido da palavra. E não sei bem quem é Froilán.
14 dezembro, 2012
Nanico Picado
No capitalismo, tudo vira mercadoria, até o serviço de entrega de jornal. Leio Zero Hora, não gosto de seu tamanho chamado antigamente de nanico. Tampouco me agrada o trabalhinho matinal que faço para desencadernar os milhares de caderninhos em que suas "rotativas" a picam.
Hoje, por exemplo, vemos indicado na quarta capa: "Encartes (circulação parcial): Cia. Zaffari, Del Turista, Super Auto Distribuidora Ltda. e Casa Menino Jesus de Praga."
Na ordem em que li:
Caderno Principal: 56 páginas
Caderno de Culinária - Gastrô: seis páginas
Campo e Lavoura: quatro páginasZero Hora Agenda (cultural): quatro páginas
Segundo Caderno: oito páginas
KZUKA: oito páginas (voltarei a ele)
MPE Brasil (Prêmio de Competitivade para Micro e Pequenas Empresas): oito páginas
Natal del Turista (encarte): quatro páginas
Natal em Família (encarte): 36 páginas.
Desde que comecei a fazer serviços bancários, por delegação dos acionistas, imprimindo meus próprios talões de cheques, fazendo retiradas autóctones, saldos e depósitos, vejo-me participando de um mudo moderno que odeia o emprego (dos outros). Se sou auxiliar de serviços bancários, por que não o seria no que tange ao desmembramento do jornal?
Agora, falando no caderno KZUKA, temos em ação a velha Zero Herra. Estamos metidos no tema daquele probleminha do fim do mundo ocorrer daqui a oito dia. Tentando tranquilizar-nos, Zero Hora cita o mister Don Yeomans, da NASA, especialista em aero-spacial things. Mas ele pisa na bola, ao invocar uma das razões para abortar-se o programa do fim-do-mundo com um argumento... o fim do mundo.
ANO BISSEXTO
Todo mundo faz uma tremenda comfusão em anos que temos o 29o. dia em fevereiro. Pois saiba que isso foi criado em 45 a.C. pelo romano Júlio César. Ao todo já existiram 514 edições do ano bissexto. Ou seja, se os Maias tivessem conhecimento disso, hoje, na verdade, seria 8 de junho de 2014. Copa do Mundo, gente! O mundo não acabou e não deve acabar em sete dias. A menos que você receba uma lugação de uma tal Samara e...#SevenDays!
Nâo é preciso ser um destemido leitor de ficção científica e até história da América para entender que os maias não tinham nenhuma obrigação de dividir o ano em meses, com um bissexto, essas coisas. Em outras palavras, não é impossível que o mundo acabe mesmo ainda antes do Natal. E aqueles dois cadernos convidando a comemorações deem com a cara o tacho.
DdAB
13 dezembro, 2012
1 x 2 ou 2 x 1: quem desempata?
Querido diário:
No futebol, aprendi que 1 x 2 é 1 para cá e dois para lá, ou seja, o time hospedeiro fez um gol e o time visitante fez dois, ganhou a parada. Ergo 2 x 1 dá a vitória ao hospedeiro. No cenário político brasileiro, temos três poderes (e eu recomendo substituir o judiciário por uma empresa júnior atrelada a alguma faculdade de direito suíça, norueguesa, sei lá, que iria administrar a justiça, com ganhos maiores do que o status quo). Quando há conflito entre dois deles, o terceiro é que deve tomar posição, seria esta a ideia.
Mas os legisladores de 1988 deixaram a perda de mandato por corrupção ou o que seja como responsabilidade de julgamento dos próprios pares. Li que é o artigo 55 da constituição. Nâo vou examinar com mais vagar. O que quero dizer é que, do jeito que contei, esta encrenca sobre se o tribunal que julga o mensalão vai cassar ou não três deputados federais acusados de ladroagem deveria ser vencida com dois votos pela cassação e um voto pelo "liberô geral". Se não cassar, não cassou, se cassar, significa que o executivo (por meio da negadinha que iniciou o processo do mensalão e conseguiu processar até políticos em exercício de mandato) e o judiciário têm uma posição. E quem seria o legislativo para vencer o jogo por 1 x 2? No Brasil?
DdAB
As imagens vêm daqui. Uma aula (a que assisti) sobre como tocar reco-reco está aqui. Não é tudo um carnavalão mesmo? Não podemos esquecer que quem deveria ter processado toda essa macacada envolvida na corrupção do mensalão seria mesmo o poder legislativo. Nâo o fez, o executivo tomou conta e remeteu ao judiciário, pois parece que seria arbitrário parar simplesmente de pagar os réprobos (se réprobos houvesse). Emoção po emoção, vai um hai-kai:
Afinal, quem é o maioral,
o reco-reco de madeira
ou o instrumento de metal?
(Atualizado às 11h35min de 20/dez/2012)
No futebol, aprendi que 1 x 2 é 1 para cá e dois para lá, ou seja, o time hospedeiro fez um gol e o time visitante fez dois, ganhou a parada. Ergo 2 x 1 dá a vitória ao hospedeiro. No cenário político brasileiro, temos três poderes (e eu recomendo substituir o judiciário por uma empresa júnior atrelada a alguma faculdade de direito suíça, norueguesa, sei lá, que iria administrar a justiça, com ganhos maiores do que o status quo). Quando há conflito entre dois deles, o terceiro é que deve tomar posição, seria esta a ideia.
Mas os legisladores de 1988 deixaram a perda de mandato por corrupção ou o que seja como responsabilidade de julgamento dos próprios pares. Li que é o artigo 55 da constituição. Nâo vou examinar com mais vagar. O que quero dizer é que, do jeito que contei, esta encrenca sobre se o tribunal que julga o mensalão vai cassar ou não três deputados federais acusados de ladroagem deveria ser vencida com dois votos pela cassação e um voto pelo "liberô geral". Se não cassar, não cassou, se cassar, significa que o executivo (por meio da negadinha que iniciou o processo do mensalão e conseguiu processar até políticos em exercício de mandato) e o judiciário têm uma posição. E quem seria o legislativo para vencer o jogo por 1 x 2? No Brasil?
DdAB
As imagens vêm daqui. Uma aula (a que assisti) sobre como tocar reco-reco está aqui. Não é tudo um carnavalão mesmo? Não podemos esquecer que quem deveria ter processado toda essa macacada envolvida na corrupção do mensalão seria mesmo o poder legislativo. Nâo o fez, o executivo tomou conta e remeteu ao judiciário, pois parece que seria arbitrário parar simplesmente de pagar os réprobos (se réprobos houvesse). Emoção po emoção, vai um hai-kai:
Afinal, quem é o maioral,
o reco-reco de madeira
ou o instrumento de metal?
(Atualizado às 11h35min de 20/dez/2012)
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Economia Política
12 dezembro, 2012
Tecnologia e Conhecimento
Querido diário:
A foto que nos ilustra com o título que nos encima é de milhares, com exagero, de telefonistas que servem-se de uma tecnologia divina para a época e hoje ultrapassada. Transformar trabalho vivo em trabalho morto, esta é a legenda do capitalismo. Frase de Marx. Eu, como às vezes espalho que o capitalismo acabou há mais de 15 dias, usaria a expressão de Fernand Braudel e John von Neumann e falaria em economias de mercado, ou economias monetárias. Nelas, há uma tendência a reduzir o conteúdo de trabalho humano, substituindo-o por máquinas. Quer dizer: elevar a produtividade do trabalho. Tanto é que aquele exército de telefonistas não é mais necessário para bilhões de telefones hoje falando em todos os pontos cardeais do planeta.
É? A tecnologia está na máquina. O conhecimento é que reside na mente do engenheiro. Caso o engenheiro o utilizepara produzir novas máquinas em condições internacionalmente não competitivas, o melhor é não produzi-las, mas importá-las. Se as condições tornam-se competitivas, o país torna-se exportador, após abastecer o mercado interno, naturalmente protegido por custos de transportes.
Foi Akio Morita que disse que não se pode competir no exterior sem ser competitivo localmente. No caso da importação maciça de máquinas e equipamentos, o engenheiro nacional poderá voltar-se àquela parte da indústria moderna que não é indústria, e nem foi inaugurada por Jack Welsh, mas cuja aplicação deu notoriedade ao afamado dirigente da General Electric: a prestação de serviços de engenharia.
Um país protecionista incide no erro de valorizar a engenharia que se mostra incapaz de postar-se competitivamente na economia mundial. Sob a alegação de manter os empregos nacionais com a produção ineficiente, o que secria é mesmo uma pesada "infecção de custos" direta e indireta que acaba por adoentar todo o aparato produtivo nacional.
Basta pensarmos neste tipo de argumentação que se torna óbvio: precisamos cada vez mais de corrida pela produtividade. Seria uma crueldade, à justificativa da manutenção de empregos, que nossas garotas tivessem que passar o dia sentadas à frente daquelas máquinas antiquíssimas, puxando e enfiando fios, a fim de viabilizar a comunicação telefônica. E isto nos tornaria menos competitivos. É do capitalismo, é das economias de mercado, é das economias monetárias. Agora, torna-se óbvio que, cada vez mais, a tecnologia vai liberar cada vez mais mão de obra. E esta precisa viver.
Isto significa a economia das duas recompensas:
.a. recompensa para não se ingressar no mercado de trabalho (renda básica universal)
.b. recompensa para se entrar no mercado de trabalho (correndo para elevar a produtividade) e tornar cada vez mais os empregos existentes em empregos redundantes..
DdAB
Imagem que recortei veio daqui.
A foto que nos ilustra com o título que nos encima é de milhares, com exagero, de telefonistas que servem-se de uma tecnologia divina para a época e hoje ultrapassada. Transformar trabalho vivo em trabalho morto, esta é a legenda do capitalismo. Frase de Marx. Eu, como às vezes espalho que o capitalismo acabou há mais de 15 dias, usaria a expressão de Fernand Braudel e John von Neumann e falaria em economias de mercado, ou economias monetárias. Nelas, há uma tendência a reduzir o conteúdo de trabalho humano, substituindo-o por máquinas. Quer dizer: elevar a produtividade do trabalho. Tanto é que aquele exército de telefonistas não é mais necessário para bilhões de telefones hoje falando em todos os pontos cardeais do planeta.
É? A tecnologia está na máquina. O conhecimento é que reside na mente do engenheiro. Caso o engenheiro o utilizepara produzir novas máquinas em condições internacionalmente não competitivas, o melhor é não produzi-las, mas importá-las. Se as condições tornam-se competitivas, o país torna-se exportador, após abastecer o mercado interno, naturalmente protegido por custos de transportes.
Foi Akio Morita que disse que não se pode competir no exterior sem ser competitivo localmente. No caso da importação maciça de máquinas e equipamentos, o engenheiro nacional poderá voltar-se àquela parte da indústria moderna que não é indústria, e nem foi inaugurada por Jack Welsh, mas cuja aplicação deu notoriedade ao afamado dirigente da General Electric: a prestação de serviços de engenharia.
Um país protecionista incide no erro de valorizar a engenharia que se mostra incapaz de postar-se competitivamente na economia mundial. Sob a alegação de manter os empregos nacionais com a produção ineficiente, o que secria é mesmo uma pesada "infecção de custos" direta e indireta que acaba por adoentar todo o aparato produtivo nacional.
Basta pensarmos neste tipo de argumentação que se torna óbvio: precisamos cada vez mais de corrida pela produtividade. Seria uma crueldade, à justificativa da manutenção de empregos, que nossas garotas tivessem que passar o dia sentadas à frente daquelas máquinas antiquíssimas, puxando e enfiando fios, a fim de viabilizar a comunicação telefônica. E isto nos tornaria menos competitivos. É do capitalismo, é das economias de mercado, é das economias monetárias. Agora, torna-se óbvio que, cada vez mais, a tecnologia vai liberar cada vez mais mão de obra. E esta precisa viver.
Isto significa a economia das duas recompensas:
.a. recompensa para não se ingressar no mercado de trabalho (renda básica universal)
.b. recompensa para se entrar no mercado de trabalho (correndo para elevar a produtividade) e tornar cada vez mais os empregos existentes em empregos redundantes..
DdAB
Imagem que recortei veio daqui.
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Economia Política
11 dezembro, 2012
Marx e o Valor
A palavra valor tem muitos significados. Na ciência econômica, considera-se que uma mercadoria tem valor quando, submetida ao processo de troca, recebe (dá o salto mortal) outra que lhe é equivalente. Em toda ciência econômica ou apenas em uma pequena fração dos segmentos heterodoxos? Acho que apenas na pequena fração...
E por que estou filosofando sobre valor?
.a. entre 4 e 14 de maio do ano passado, li o fascinante livro
ALCHIN, Nicholas (2003) Theory of knowledge. London: Hodder Murray.
ou seja, tal foi meu fascínio que praticamente parei de respirar até concluí-lo. E por que o comecei? Porque a profa. Brena Fernandez o indicou. Ela que tem o blog aqui e que está aqui. E que tem/os o trabalho disponível com um clique aqui.
.b. na p.258, temos a seguinte frase de Alchin dirigindo-se ao sistema marxista, com minha tradução:
Individualmente, temos reduzida capacidade de desenvolver os recursos materiais - apenas as comunidades e sociedades é que podem fazê-lo. Consequentemente, a riqueza criada neste processo pertence a toda a comunidade ou sociedade.
Tem muita coisa aqui. E por que pensei no valor? Claro que apenas existe valor na troca econômica, que é - por definição - abrigada pela vida social. Não existia troca entre Robinson Crusoé e o navio que lhe cedeu cordames, velames e barris de água potável. Nem mesmo entre Robinson e Sexta-Feira. E a renda básica universal? Todos têm direito a alguma fração deste valor, já que ele foi gerado em sociedade e esta, por definição, abarca todos os indivíduos, desde os bebezinhos, passando pelos loucos, velhos e até... políticos.
E como sabemos qual o montante de valor circulando pela sociedade? Eu e o Marx (estou isentando a profa. Brena, hehehe) pensamos que este é um múltiplo ou submúltiplo da quantidade de dinheiro que está sendo avalizada a cada instante pela vida societária.
DdAB
valor adicionado, riqueza produzida pela comunidade, riqueza produzida pela sociedade, apropriação da riqueza da sociedade.
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Vida Pessoal
10 dezembro, 2012
Hai-Kai n.9
Querido diário:
Millôr (sic):
(OLHANDO BABAÇUS EM ALCÂNTARA)
A PALMEIRA E SUA PALMA
ONDULAM O IDEAL
DA CALMA.
Planeta 23:
Da calma
da noiva na manhã,
a alegria de uma roda de fãs.
DdAB
Imagem: aqui.
Millôr (sic):
(OLHANDO BABAÇUS EM ALCÂNTARA)
A PALMEIRA E SUA PALMA
ONDULAM O IDEAL
DA CALMA.
Planeta 23:
Da calma
da noiva na manhã,
a alegria de uma roda de fãs.
DdAB
Imagem: aqui.
09 dezembro, 2012
Políticos: agora no táxi...
Querido diário:
Tenho dito que a lei da oferta e procura é mais insinuante que a lei da gravidade. Mesmo sem desconhecer as implicações econômicas de se contrariar a primeira, o papel da regulamentação dos mercados é capítulo relevante da economia industrial. Da vivência que tive com o diagnóstico da indústria de alimentos, ficou claro que a fiscalização é a mãe da higiene.
Mas tem cada regulamentação que até Midas duvida: agora vai a sanção presidencial uma lei que dá direito aos filhos de taxistas a herdarem a licença. Cá entre nós.
DdAB
Imagem daqui. A dianteira deste modelo nem é exatamente o táxi que me ocorreu como exemplo, mas reconheço as cercanias: o Picadilly Circus. E o interessante é que parece que o táxi não tem motorista (alegoria aos políticos sem cabeça brasileiros), é que ele está sentado à direita.
Tenho dito que a lei da oferta e procura é mais insinuante que a lei da gravidade. Mesmo sem desconhecer as implicações econômicas de se contrariar a primeira, o papel da regulamentação dos mercados é capítulo relevante da economia industrial. Da vivência que tive com o diagnóstico da indústria de alimentos, ficou claro que a fiscalização é a mãe da higiene.
Mas tem cada regulamentação que até Midas duvida: agora vai a sanção presidencial uma lei que dá direito aos filhos de taxistas a herdarem a licença. Cá entre nós.
DdAB
Imagem daqui. A dianteira deste modelo nem é exatamente o táxi que me ocorreu como exemplo, mas reconheço as cercanias: o Picadilly Circus. E o interessante é que parece que o táxi não tem motorista (alegoria aos políticos sem cabeça brasileiros), é que ele está sentado à direita.
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Economia Política
08 dezembro, 2012
Falhas de Mercado e Segurança Privada
Querido diário:
Os economistas clássicos e Marx nada sabiam sobre falhas de mercado, ou melhor, talvez até soubessem, mas não deviam achar o fenômeno importante o suficiente de sorte a desviá-los da descrição do lado alegre do sistema e sua capacidade de crescer (e estagnar...). A mais interessante, sob o ponto de vista da capacidade do próprio mercado em reerguer-se ("no capitalismo, tudo vira mercadoria") é a assimetria de informação. Hà dois tipos de assimetria de informação especificamente destinadas à manipulação que os agentes fazem da informação disponível:
.a. seleção adversa
.b. perigo (risco moral).
O interessante é, na seleção adversa, que o vendedor atrai precisamente o comprador complicado. E no perigo moral é que o comprador é que desleixa em suas obrigações.
No mercado de seguros, surgiram soluções para ambas. No primeiro caso, há carência para uma apólice começar a vigorar. No segundo, há franquia, para sinistros inferiores a certo montante.
DdAB
Os economistas clássicos e Marx nada sabiam sobre falhas de mercado, ou melhor, talvez até soubessem, mas não deviam achar o fenômeno importante o suficiente de sorte a desviá-los da descrição do lado alegre do sistema e sua capacidade de crescer (e estagnar...). A mais interessante, sob o ponto de vista da capacidade do próprio mercado em reerguer-se ("no capitalismo, tudo vira mercadoria") é a assimetria de informação. Hà dois tipos de assimetria de informação especificamente destinadas à manipulação que os agentes fazem da informação disponível:
.a. seleção adversa
.b. perigo (risco moral).
O interessante é, na seleção adversa, que o vendedor atrai precisamente o comprador complicado. E no perigo moral é que o comprador é que desleixa em suas obrigações.
No mercado de seguros, surgiram soluções para ambas. No primeiro caso, há carência para uma apólice começar a vigorar. No segundo, há franquia, para sinistros inferiores a certo montante.
DdAB
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Economia Política
07 dezembro, 2012
Hai-Kai n.8
Querido diário:
Diz Millôr na p.14, em seu oitavo hai-kai:
Millôr:
SE O CÃO É UIVANTE
A LUA VIRA
QUARTO MINGUANTE.
Planeta 23:
Quarto minguante
Da lua foi-se bastante
Então a paixão encolhe.
DdAB
Achei por bem ilustrar esta lua minguante com o "Casario" de Carlos? Scliar, que bem me cheira a Cézzane. Mas o japonês era Van Gogh, não é, não era?
Diz Millôr na p.14, em seu oitavo hai-kai:
Millôr:
SE O CÃO É UIVANTE
A LUA VIRA
QUARTO MINGUANTE.
Planeta 23:
Quarto minguante
Da lua foi-se bastante
Então a paixão encolhe.
DdAB
Achei por bem ilustrar esta lua minguante com o "Casario" de Carlos? Scliar, que bem me cheira a Cézzane. Mas o japonês era Van Gogh, não é, não era?
06 dezembro, 2012
Hai-Kai n.7
Querido diário:
Indo direto ao assunto:
Millôr:
NO AEROPORTO, PUXA-SACOS
SE DESPEDEM
DE VELHACOS.
Planeta 23:
De velhacos
O Brasil de hoje
Tem vários sacos.
DdAB
P.S.: Por contraste, ontem se foi Oscar Niemayer, um dos gênios da humanidade. Comunista até o fim, o que -dados seus 104 anos- nem pode ser considerado um problema.
P.S.S.: A imagem é o tribunal de são paulo tirada daqui. É este? Lembram?
Indo direto ao assunto:
Millôr:
NO AEROPORTO, PUXA-SACOS
SE DESPEDEM
DE VELHACOS.
Planeta 23:
De velhacos
O Brasil de hoje
Tem vários sacos.
DdAB
P.S.: Por contraste, ontem se foi Oscar Niemayer, um dos gênios da humanidade. Comunista até o fim, o que -dados seus 104 anos- nem pode ser considerado um problema.
P.S.S.: A imagem é o tribunal de são paulo tirada daqui. É este? Lembram?
05 dezembro, 2012
Rosemary Nóvoa Noronha
Tenho lido em alguns sites noticiosos da internet exclamações sobre o caso Rosemary Nóvoa Noronha, o que me evocou a Rosemary que nos encima, via YouTube. Analogias? Claro, com o caso Wellington (aqui). Nâo direi que pessoas localizadas nos 1% da parada de muitos anões e alguns gigantes (aqui), como a Rosemary e o governador Wellington sejam vítimas. Ainda assim, o xará Wellington (da postagem) e esta garota, agora remetida para a lapidação têm algo de vítima em comum.
Não sei bem quais são as credenciais acadêmicas da moça. É mais fácil julgar seus dotes morais, essas coisas. Seu azar foi ter sorte, seu azar foi envolver-se com o "chefão", como diz-se. E Lula? Diz-se que ele disse que não gostaria de tratar de seus assuntos privados publicamente. Don't wash your linen in public, de acordo com o velho ditado que me foi ensinado nas aulas de inglês.
O que me desagrada neste tipo de escândalo é o oportunismo de parte da imprensa e parte do governo (refiro-me agora à oposição descabelada), imiscuindo-se na atividade policial que cabe ao governo (que seja, a oposição de dentro...). Pedir comissão de inquérito no Congresso Nacional nada mais é do que manter o caráter de programa de auditório desta política de baixa renda, como a praticada pelos eleitores brasileiros.
Penso que um papel decente reservado aos políticos seria estarem discutindo os frangalhos em que se encontram, por exemplo, o sistema judiciário brasileiro, o sistema escolar, o sistema de transportes, e tantas outras mazelas. E deixar a polícia resolver seu inquérito. Por falar em devassidão, não é agora que estão laureando o sr. Aécio Neves como candidato da oposição à sucessão (amanhã? não, daqui a dois anos) presidencia. Devasso, Aécio? Não sei, não, parece que li algo desabonador seus hábitos na Carta Capital.
DdAB
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04 dezembro, 2012
Como Acelerar o Crescimento Mundial
Querido diário:
Diagonalizado pelo blog de Leonardo Monastério, cheguei aqui (onde foi remetido às duas postagens anteriores). A frase que nos intitula inspirou-se nos textos de Mansueto Almeida (que, na verdade, vejo volta e meia indicado pelo LeoMon), mas não é literal.
A primeira diferença em meu título é que não estou falando em "crescimento e desenvolvimento econômico de países", mas da economia mundial. Ou seja, penso que o futuro apenas tem futuro (e penso na África) se a modelagem contemplar o que acontece com a África, onde a miséria é maior do que em qualquer país isoladamente no mundo. Mas não é apenas isto. O incipiente governo mundial que hoje vemos (nas áreas monetária, comércio internacional, segurança-crime comum, segurança-drogas, segurança-armas) muito precisa ser expandido, a fim de alcançar o meio-ambiente e a migração.
E principalmente, e com isto, praticamente chego ao final do meu segredo de aceleração do crescimento mundial, alguns lemas de estratosférica importância:
.a. a finalidade de qualquer sistema econômico é expandir o bem-estar material da sociedade,
.b. este consegue-se exclusivamente por meio da elevação do consumo per capita,
.c. a estabilidade social e política apenas ocorre em sociedades em que o consumo per capita não é muito diferente com relação a diferentes indivíduos,
.d. e também nas sociedades em que este é alisado, ao longo do tempo (resistir a pressões descendentes),
.e. a vida societária assenta-se em três organizações: comunidade, estado e mercado (possivelmente nascidos precisamente nesta ordem),
.f. a produção dos bens e serviços que levam ao bem-estar material pode ser feita por qualquer destas três organizações (comunidade que faz farol para barcos pesqueiros voltarem à costa e contornarem os arrecifes, estado que complementa a ação comunitária, a fim de manter a ordem pública e mercado que responde a incentivos positivos na forma de preços altos ou incentivos negativos na forma de preços baixos),
.g. a provisão destes bens e serviços também pode ser feita pelas três organizações, ainda que cada uma delas apresente restrições quanto aos incentivos, a fim de produzir determinados bens ou serviços (por exemplo, o mercado falha quanto à provisão de bens públicos).
Agora chego ao ponto. Comunidades como a de um kibutz prescindem de mercado ou estado, mas aparentemente não conseguem levar a melhor sobre estas outras duas formas de organizações econômicas, tanto é que são peculiares à cultura judaica, e apenas parcialmente, pois a economia de Israel tem como forma dominante de provisão, naturalmente, o mercado. Mercados, como referi, enfrentam diversos problemas tanto para a provisão quanto para a produção, mas destaco a provisão: bens públicos e bens de mérito. Os primeiros simplesmente representam a falha absoluta: não há incentivo para uma empresa coletar o lixo da casa de Luana Piovanni, se esta -por alguma razão- recusar-se a contribuir voluntariamente para o custeio da iniciativa.
Em resumo, na hora de pensarmos em provisão realmente abrangente e estável de bens e serviços, especialmente no momento da transição dos governos nacionais para o governo mundial e especialmente na fase do desenvolvimento das economias de mercado que presenciamos, é mais fácil organizarmos as coisas de forma que o governo (epa, parei de falar em estado...) arrecade de quem tem e repasse a quem não tem. Naturalmente, haverá os "bens regulares" de provisão produção mercantis que nada requerem da parte do governo (inclusive merecendo uma alíquota tributária nula!). E os bens de demérito (cigarro, maconha) cuja "censura ao consumo" deve ser sinalizada pela sociedade (e expressa pela política tributária) por meio de impostos indiretos, ou seja, impostos pagos pelo consumidor, mas recolhidos ao governo pelo produtor (lá do cigarro ou do baseado).
Segue-se: não há razão para pensarmos que o governo deva assumir outras funções que não as de provedor de bens públicos ou de mérito, retendo a produção apenas daqueles cuja produção privada seja indesejável (por exemplo, segredos da segurança nacional, segredo judicial, segredo policial, tudo com seu tempo de duração, claro, sendo mais óbvio o da segurança nacional que desapareceria na medida em que realmente estivéssemos tratando do governo mundial).
E qual seria a ordem de prioridade para a provisão pública de bens públicos ou de mérito? Naturalmente seria estabelecida pela política, a forma estabelecida de agregação de preferências coletivas neste tipo de assunto. Regras? Critério de hierarquização das necessidades de Abraham Maslow (aqui). Modo de fazer: por meio do orçamento universal. Que quer dizer isto? Só dá tratamento psicológico para stiff lip, por exemplo, depois de ter dado chance a todos os detentores de lábio leporino que desejarem de receberem correção para este defeito congênito. E o financiamento? Impostos, claro. Os indiretos sobre bens de demérito e o resto todo é de impostos diretos originários de duas fontes: album obulozinho da empresa (pessoa jurídica, com alíquota única, a fim de não influir no tamanho ótimo da empresa) e uma retenção mais significativa das famílias na forma de imposto de renda progressivo.
E as grandes eminências? Hà dois clubes:
.a. não intervencionistas no mercado (não sei o que eles dizem sobre esta questãozinha das falhas de mercado, como queriam que fosse feita a provisão de bens públicos, como a segurança pública, a administração da justiça, etc.)
.b. intervencionistas. Estes podem propugnar por câmbio livre ou câmbio controlado. Podem desejar mais ou menos política industrial, e por aí vai. Entre eles, há duas comunalidades: mais educação e melhores instituições.
Culmino com uma lista dos itens que me chamaram a atenção nas entrevistas compiladas pelo Mansueto:
.a. educação como indutora da formação de capital humano [e acho que, quando falta emprego, quem tem que prover é o governo, com o que na aba deste blog chamo de "brigada ambiental mundial",
.b. instituições (desde que não sejam avalizadoras de práticas de rent-seeking),
.c. microcrédito,
.d. transferências de renda (renda básica universal?),
.e. políticas de governo,
.f. fortalecimento sindical,
.g. imposto de renda progressivo,
.h. redes de bem-estar (?),
.i. regulamentação do sistema financeiro,
.j. política industrial de fomento à inovação (em minha opinião totalmente associada à extensão universitária),
.k. comércio internacional.
Tem um coroa que sugere que os países ricos não devem ajudar os países pobres. Acho que é louco. Em minha opinião, deve-se fazer exatamente o contrário: ajudar mais. Mas ajudar significa essencialmente gastar em torno do foco "educação", naquele sentido que tenho dado ao termo: professores e alunos, claro, mas também cozinheiros, motoristas, assistentes sociais, dentistas, etc.
DdAB
Imagem: aqui.
Diagonalizado pelo blog de Leonardo Monastério, cheguei aqui (onde foi remetido às duas postagens anteriores). A frase que nos intitula inspirou-se nos textos de Mansueto Almeida (que, na verdade, vejo volta e meia indicado pelo LeoMon), mas não é literal.
A primeira diferença em meu título é que não estou falando em "crescimento e desenvolvimento econômico de países", mas da economia mundial. Ou seja, penso que o futuro apenas tem futuro (e penso na África) se a modelagem contemplar o que acontece com a África, onde a miséria é maior do que em qualquer país isoladamente no mundo. Mas não é apenas isto. O incipiente governo mundial que hoje vemos (nas áreas monetária, comércio internacional, segurança-crime comum, segurança-drogas, segurança-armas) muito precisa ser expandido, a fim de alcançar o meio-ambiente e a migração.
E principalmente, e com isto, praticamente chego ao final do meu segredo de aceleração do crescimento mundial, alguns lemas de estratosférica importância:
.a. a finalidade de qualquer sistema econômico é expandir o bem-estar material da sociedade,
.b. este consegue-se exclusivamente por meio da elevação do consumo per capita,
.c. a estabilidade social e política apenas ocorre em sociedades em que o consumo per capita não é muito diferente com relação a diferentes indivíduos,
.d. e também nas sociedades em que este é alisado, ao longo do tempo (resistir a pressões descendentes),
.e. a vida societária assenta-se em três organizações: comunidade, estado e mercado (possivelmente nascidos precisamente nesta ordem),
.f. a produção dos bens e serviços que levam ao bem-estar material pode ser feita por qualquer destas três organizações (comunidade que faz farol para barcos pesqueiros voltarem à costa e contornarem os arrecifes, estado que complementa a ação comunitária, a fim de manter a ordem pública e mercado que responde a incentivos positivos na forma de preços altos ou incentivos negativos na forma de preços baixos),
.g. a provisão destes bens e serviços também pode ser feita pelas três organizações, ainda que cada uma delas apresente restrições quanto aos incentivos, a fim de produzir determinados bens ou serviços (por exemplo, o mercado falha quanto à provisão de bens públicos).
Agora chego ao ponto. Comunidades como a de um kibutz prescindem de mercado ou estado, mas aparentemente não conseguem levar a melhor sobre estas outras duas formas de organizações econômicas, tanto é que são peculiares à cultura judaica, e apenas parcialmente, pois a economia de Israel tem como forma dominante de provisão, naturalmente, o mercado. Mercados, como referi, enfrentam diversos problemas tanto para a provisão quanto para a produção, mas destaco a provisão: bens públicos e bens de mérito. Os primeiros simplesmente representam a falha absoluta: não há incentivo para uma empresa coletar o lixo da casa de Luana Piovanni, se esta -por alguma razão- recusar-se a contribuir voluntariamente para o custeio da iniciativa.
Em resumo, na hora de pensarmos em provisão realmente abrangente e estável de bens e serviços, especialmente no momento da transição dos governos nacionais para o governo mundial e especialmente na fase do desenvolvimento das economias de mercado que presenciamos, é mais fácil organizarmos as coisas de forma que o governo (epa, parei de falar em estado...) arrecade de quem tem e repasse a quem não tem. Naturalmente, haverá os "bens regulares" de provisão produção mercantis que nada requerem da parte do governo (inclusive merecendo uma alíquota tributária nula!). E os bens de demérito (cigarro, maconha) cuja "censura ao consumo" deve ser sinalizada pela sociedade (e expressa pela política tributária) por meio de impostos indiretos, ou seja, impostos pagos pelo consumidor, mas recolhidos ao governo pelo produtor (lá do cigarro ou do baseado).
Segue-se: não há razão para pensarmos que o governo deva assumir outras funções que não as de provedor de bens públicos ou de mérito, retendo a produção apenas daqueles cuja produção privada seja indesejável (por exemplo, segredos da segurança nacional, segredo judicial, segredo policial, tudo com seu tempo de duração, claro, sendo mais óbvio o da segurança nacional que desapareceria na medida em que realmente estivéssemos tratando do governo mundial).
E qual seria a ordem de prioridade para a provisão pública de bens públicos ou de mérito? Naturalmente seria estabelecida pela política, a forma estabelecida de agregação de preferências coletivas neste tipo de assunto. Regras? Critério de hierarquização das necessidades de Abraham Maslow (aqui). Modo de fazer: por meio do orçamento universal. Que quer dizer isto? Só dá tratamento psicológico para stiff lip, por exemplo, depois de ter dado chance a todos os detentores de lábio leporino que desejarem de receberem correção para este defeito congênito. E o financiamento? Impostos, claro. Os indiretos sobre bens de demérito e o resto todo é de impostos diretos originários de duas fontes: album obulozinho da empresa (pessoa jurídica, com alíquota única, a fim de não influir no tamanho ótimo da empresa) e uma retenção mais significativa das famílias na forma de imposto de renda progressivo.
E as grandes eminências? Hà dois clubes:
.a. não intervencionistas no mercado (não sei o que eles dizem sobre esta questãozinha das falhas de mercado, como queriam que fosse feita a provisão de bens públicos, como a segurança pública, a administração da justiça, etc.)
.b. intervencionistas. Estes podem propugnar por câmbio livre ou câmbio controlado. Podem desejar mais ou menos política industrial, e por aí vai. Entre eles, há duas comunalidades: mais educação e melhores instituições.
Culmino com uma lista dos itens que me chamaram a atenção nas entrevistas compiladas pelo Mansueto:
.a. educação como indutora da formação de capital humano [e acho que, quando falta emprego, quem tem que prover é o governo, com o que na aba deste blog chamo de "brigada ambiental mundial",
.b. instituições (desde que não sejam avalizadoras de práticas de rent-seeking),
.c. microcrédito,
.d. transferências de renda (renda básica universal?),
.e. políticas de governo,
.f. fortalecimento sindical,
.g. imposto de renda progressivo,
.h. redes de bem-estar (?),
.i. regulamentação do sistema financeiro,
.j. política industrial de fomento à inovação (em minha opinião totalmente associada à extensão universitária),
.k. comércio internacional.
Tem um coroa que sugere que os países ricos não devem ajudar os países pobres. Acho que é louco. Em minha opinião, deve-se fazer exatamente o contrário: ajudar mais. Mas ajudar significa essencialmente gastar em torno do foco "educação", naquele sentido que tenho dado ao termo: professores e alunos, claro, mas também cozinheiros, motoristas, assistentes sociais, dentistas, etc.
DdAB
Imagem: aqui.
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Economia Política
03 dezembro, 2012
Fux
Querido diário:
Luiz Fux, ministro do supremo tribunal é um boa praça. Toca guitarra, luta caratê, essas coisas, se não me engano, além de ganhar aqueles presumíveis R$ 30 mil característicos daquelas altas investiduras. A p.8 da Zero Hora de hoje diz que a Folha de São Paulo (jornal paulista, né?) de ontem diz que, na campanha para provar sua reputação ilibada e notório saber de molde a galgar esta invejável posição (refiro-me aos R$ 30 mil), pediu ajuda a:
A. diretamente:
.a. José Dirceu
.b. Antonio Palocci,
.c. João Pedro Stédile,
.d. Sérgio Cabral.
B. indiretamente:
.a. Cândido Vaccarezza
.b. Paulo Maluf
.c. João Paulo Cunha.
Somos forçados a concluir que este negócio de R$ 30 mil, mas principalmente o outro de reputação ilibada e notório saber, nos dias que correm, são agraciados em programas do tipo auditório. Não sou contra, apenas sugerindo uma pequena melhoria no processo: que participem do auditório todos os que se qualificaram para as eleições convencionais. Ou seja, que deveríamos de imediato passar a eleger, por tempo limitado e direito a apenas uma reeleição os membros do supremo, do executivo, do legislativo e tudo daí para frente.
E também somos forçados a concluir que precisamos saber quem foi que assoprou esta novidade para a Folha de São Paulo. O ministro disse que disputou a vaga quatro vezes. E mais:
O ministro concordou em quase todos os itens com o relator do caso, Joaquim Barbosa, o que incomodou a cúpula do PT.
Então não é muito difícil como é que o repórter investigativo chegou a evocar estes eventos precisamente no número de ontem da FSP. Quem é que está jogando que tipo de jogo? Eu evoco os benévolos tempos em que os meninos de rua jogavam (e não cheiravam) pedra.
DdAB
Achei por bem homenagear discretos jogadores com o velho Cézanne retirado daqui.
Luiz Fux, ministro do supremo tribunal é um boa praça. Toca guitarra, luta caratê, essas coisas, se não me engano, além de ganhar aqueles presumíveis R$ 30 mil característicos daquelas altas investiduras. A p.8 da Zero Hora de hoje diz que a Folha de São Paulo (jornal paulista, né?) de ontem diz que, na campanha para provar sua reputação ilibada e notório saber de molde a galgar esta invejável posição (refiro-me aos R$ 30 mil), pediu ajuda a:
A. diretamente:
.a. José Dirceu
.b. Antonio Palocci,
.c. João Pedro Stédile,
.d. Sérgio Cabral.
B. indiretamente:
.a. Cândido Vaccarezza
.b. Paulo Maluf
.c. João Paulo Cunha.
Somos forçados a concluir que este negócio de R$ 30 mil, mas principalmente o outro de reputação ilibada e notório saber, nos dias que correm, são agraciados em programas do tipo auditório. Não sou contra, apenas sugerindo uma pequena melhoria no processo: que participem do auditório todos os que se qualificaram para as eleições convencionais. Ou seja, que deveríamos de imediato passar a eleger, por tempo limitado e direito a apenas uma reeleição os membros do supremo, do executivo, do legislativo e tudo daí para frente.
E também somos forçados a concluir que precisamos saber quem foi que assoprou esta novidade para a Folha de São Paulo. O ministro disse que disputou a vaga quatro vezes. E mais:
O ministro concordou em quase todos os itens com o relator do caso, Joaquim Barbosa, o que incomodou a cúpula do PT.
Então não é muito difícil como é que o repórter investigativo chegou a evocar estes eventos precisamente no número de ontem da FSP. Quem é que está jogando que tipo de jogo? Eu evoco os benévolos tempos em que os meninos de rua jogavam (e não cheiravam) pedra.
DdAB
Achei por bem homenagear discretos jogadores com o velho Cézanne retirado daqui.
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Economia Política
02 dezembro, 2012
Domingo no IPEA e a Mesoeconomia
Querido diário:
Temos aqui nesta figura duas curvas, a azul delas constou do rodapé da postagem de ontem. A série 1 mostra a plotagem das taxas de crescimento anual do PIB da economia brasileira a cada 30 períodos, desde 1930 até 2011. Ou seja, a ordenada de 1930 é a taxa geométrica observada entre 1900 e 1930, o 1931 pega o 1901 e o 1931, e assim por diante. A série 2 mostra as taxas simples ano a ano, ou seja, o primeiro ponto mostra a razão entre os PIBs de 1930 e 1929.
Ontem assinalei, observando livremente a série azul, que o ápice daquela "parábola" (agora um pouco mais esbatida) de crescimento a cada três décadas superior a 7% ocorreu entre os anos 1972 e 1981. Mas o que preocupa é a séria de taxas de crescimento anual entre 1968 e 1976: apenas o 1975 abaixo de níveis "chineses". Eis as cifras:
Penso que há um erro por aqui. Meu ou do IPEA. Nunca se falara que o Milagre Brasileiro ocorrera entre 1968 e 1976. Ao contrário, o final oficial era 1972 e eu já observara as cifras deixando claro que a última taxa maiúscula era 1973. Em meu artigo "Industrialização e Duplo Deflacionamento: Reavaliando o Milagre Econômico Brasileiro". Nova Economia. V. 9, n.1, p.9-28, 1999", mostro que existe, bem naquele período do Milagre, uma grande diferença entre o crescimento do PIB e o crescimento da oferta total. Esta última é, como sabemos, usada pelo IBGE (e também pelo Handbook of National Accounts, da ONU). Mas sabe-se lá como aquele 14% de 1973, por exemplo, foi calculado. Um dia precisamos indagar ao IBGE, claro.
Ao pensar mais no gráfico de ontem (linha azul, em outra escala, na figura acima), dei-me conta do que significa meu treinamento enquanto economista ser mais afeito ao ambiente micro-meso e não ao macro. Harrod, Barrod e Ormerod, para mim, tudo é a mesma coisa: crescimento de longo prazo, que não sou especializado nestas coisas. Como tal, para mim, tudo é tão simples: educação muda as instituições que mudam a educação que muda as instituições. E instituições saudáveis garantem ambiente propício à inovação e ao crescimento econômico. Mas tem ainda mais: o próprio investimento, a meu ver, não cresce em resposta à má vontade e ânsia de manter a corrupção por parte dos governantes.
Por fim, se a economia cresce 7,017% ao ano, ela dobra a cada 10 anos. Ou seja, no final de 2022, não terei apenas uma cadeira para sentar e um computador para escrever, mas duas e dois. A casa era de dois quartos? Pois passa a ser de quatro. Ou, se quiser ficar com apenas uma e um, terei outros bens, possivelmente que nem sequer foram inventados as yet. E tá aqui o exercício que, para um rapaz da mesoeconomia, só pode apontar a má vontade das elites, hehehe:
Quero dizer: o Brasil de hoje tem a taxa de investimento sobre o PIB da ordem de 20%. Se mudássemos instantaneamente (o presidente do banco central?) para 25% e jogássemos um pacote sobre a construção, a educação, as professorinhas, essas coisas, fazendo essa turma crescer a 7,017% ao ano, mesmo mantendo a taxa de investimento em 25% do PIB (elevada para sempre), chegaríamos no dobro do bem-estar material lá em 2022. Alguém tinha que ir para a cadeia, e não acho que fosse o Planeta 23.
DdAB
Temos aqui nesta figura duas curvas, a azul delas constou do rodapé da postagem de ontem. A série 1 mostra a plotagem das taxas de crescimento anual do PIB da economia brasileira a cada 30 períodos, desde 1930 até 2011. Ou seja, a ordenada de 1930 é a taxa geométrica observada entre 1900 e 1930, o 1931 pega o 1901 e o 1931, e assim por diante. A série 2 mostra as taxas simples ano a ano, ou seja, o primeiro ponto mostra a razão entre os PIBs de 1930 e 1929.
Ontem assinalei, observando livremente a série azul, que o ápice daquela "parábola" (agora um pouco mais esbatida) de crescimento a cada três décadas superior a 7% ocorreu entre os anos 1972 e 1981. Mas o que preocupa é a séria de taxas de crescimento anual entre 1968 e 1976: apenas o 1975 abaixo de níveis "chineses". Eis as cifras:
1968 | 1969 | 1970 | 1971 | 1972 | 1973 | 1974 | 1975 | 1976 |
9,8 | 9,5 | 10,4 | 11,3 | 11,9 | 14,0 | 8,2 | 5,2 | 10,3 |
Penso que há um erro por aqui. Meu ou do IPEA. Nunca se falara que o Milagre Brasileiro ocorrera entre 1968 e 1976. Ao contrário, o final oficial era 1972 e eu já observara as cifras deixando claro que a última taxa maiúscula era 1973. Em meu artigo "Industrialização e Duplo Deflacionamento: Reavaliando o Milagre Econômico Brasileiro". Nova Economia. V. 9, n.1, p.9-28, 1999", mostro que existe, bem naquele período do Milagre, uma grande diferença entre o crescimento do PIB e o crescimento da oferta total. Esta última é, como sabemos, usada pelo IBGE (e também pelo Handbook of National Accounts, da ONU). Mas sabe-se lá como aquele 14% de 1973, por exemplo, foi calculado. Um dia precisamos indagar ao IBGE, claro.
Ao pensar mais no gráfico de ontem (linha azul, em outra escala, na figura acima), dei-me conta do que significa meu treinamento enquanto economista ser mais afeito ao ambiente micro-meso e não ao macro. Harrod, Barrod e Ormerod, para mim, tudo é a mesma coisa: crescimento de longo prazo, que não sou especializado nestas coisas. Como tal, para mim, tudo é tão simples: educação muda as instituições que mudam a educação que muda as instituições. E instituições saudáveis garantem ambiente propício à inovação e ao crescimento econômico. Mas tem ainda mais: o próprio investimento, a meu ver, não cresce em resposta à má vontade e ânsia de manter a corrupção por parte dos governantes.
Por fim, se a economia cresce 7,017% ao ano, ela dobra a cada 10 anos. Ou seja, no final de 2022, não terei apenas uma cadeira para sentar e um computador para escrever, mas duas e dois. A casa era de dois quartos? Pois passa a ser de quatro. Ou, se quiser ficar com apenas uma e um, terei outros bens, possivelmente que nem sequer foram inventados as yet. E tá aqui o exercício que, para um rapaz da mesoeconomia, só pode apontar a má vontade das elites, hehehe:
0a | 0b | 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 |
20,0 | 25,0 | 26,8 | 28,7 | 30,8 | 33,0 | 35,3 | 37,9 | 40,6 | 43,5 | 46,6 | 50,0 |
80,0 | 75,0 | 80,4 | 86,1 | 92,3 | 98,9 | 106,0 | 113,6 | 121,8 | 130,5 | 139,9 | 149,9 |
100,0 | 100,0 | 107,2 | 114,9 | 123,1 | 131,9 | 141,4 | 151,5 | 162,4 | 174,0 | 186,5 | 199,9 |
Quero dizer: o Brasil de hoje tem a taxa de investimento sobre o PIB da ordem de 20%. Se mudássemos instantaneamente (o presidente do banco central?) para 25% e jogássemos um pacote sobre a construção, a educação, as professorinhas, essas coisas, fazendo essa turma crescer a 7,017% ao ano, mesmo mantendo a taxa de investimento em 25% do PIB (elevada para sempre), chegaríamos no dobro do bem-estar material lá em 2022. Alguém tinha que ir para a cadeia, e não acho que fosse o Planeta 23.
DdAB
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01 dezembro, 2012
Má Notícia no Quarto
Querido diário:
Nâo sejamos maldosos: estou falando do quarto trimestre, quando vi divulgada em meu jornal a má notícia concernente ao terceiro trimestre de 2012. Tenho falado em crescimento rastejante da economia brasileira nos últimos 30 anos. Eu disse 30!
(Não confundir com o fatorial de 30, isto é, 30 x 29 x 28 x ... x 1, mas que parece uma eternidade, lá isto parece. Quem cresce a 7,12% ao ano dobra a cada 10 anos, o que nos faria ter oito vezes mais renda do que nossos antepassados de 1982. Na China, cresce-se (indeterminação das elites) a 10% ao ano, o que faz a economia dobrar a cada sete ou oito anos).
Pois bem. Estou falando sobre as notícias ontem divulgadas que dão o PIB do terceiro trimestre como tendo crescido apenas 0,6% relativamente ao trimestre correspondente de 2011. Na p.18 de ZH, há desdobramentos por setores, subsetores (lado do PIB) e por "origem dos gastos" (lado da despesa). Tudo rastejante, o que não seria tão desesperador na agricultura, que cresceu 2,5%, ou seja, quatro vezes mais que a média. Agricultura rima com sazonalidade, ainda que cada vez menos, dadas as incessantes inovações tecnológicas, subordinando-se à tentativa de regularizar a sazonalidade da produção de todo o agronegócio. O alisamento da produção é importante: se a vaquinha dá menos leite no inverso, os equipamentos de refrigeração do leite ficarão ociosos nesta estação. Se bolarem um jeito de alimentar as vacas com ração acumulada durante o verão, os equipamentos de refrigeração ficarão ocupados o ano inteiro. Se a receita marginal do leite de inverso "subornar" a ração de verão, estamos resolvidos!
Mas a indústria cresceu 1,1%. Quem é a indústria? Esta média rastejante foi metida para baixo pelos meros 0,3% do crescimento da construção civil. Aí começam os problemas. Um setor que responde por -diz-me a memória, há 10 anos- 70% do investimento deve ser usado para dinamizar a economia. O problema é o fetichismo industrializante que acha que "construção não é indústria" e que "indústria mesmo" é apenas a dupla química und metalmecânica.
Mas não é só. Os serviços cresceram precisamente zero por cento. Como disse o Chapeleiro Louco (era ele?) a Alice: você pode crescer mais, mas não menos do que zero. Tratava-se de uma xícara de chá. No caso, claro que a economia pode decrescer até 100%, como foi o caso da firma que meu primo abriu em desagradável experimento que consumiu todo o dinheiro de minha avó.
O primo poderia ter sido, em tempo hábil, submetido a tratamento psiquiátrico, gerando uma hora semanal de emprego contabilizado no setor serviços. Além disto, a educação. A educação! A educação, como a entendo, gera capital humano. E a entendo como requerendo empregos de assistente social, faxineiro, cozinheiro, professor, produtor de computadores, e por aí vai.
Claro que o Brasil não cresce em resposta a forças não 100% explicadas por quem quer que seja. O nó górdio rola naquela questão da causa da causa: como gastar em educação se este gasto iria implicar a eleição de políticos de corte mais decente?
DdAB
A imagem segue minha arte canina iniciada aqui. E não deve ser confundida com a efígie de algum menino de rua que se deseperou contra o desmazelo da política nacional, particularmente as boas práticas que conduzem ao crescimento econômico.
P.S.: hoje é sábado, fiquei brincando com umas cifras do IpeaData e cheguei ao seguinte gráfico que mostra a taxa de crescimento do PIB dos últimos 30 anos de um período iniciado em 1930. O auge está nos anos 1970s, quando houve a mais extraordinária mudança estrutural na economia brasileira. E que foi quando o velho Gini deu um salto grotesco. Lá vai:
Nâo sejamos maldosos: estou falando do quarto trimestre, quando vi divulgada em meu jornal a má notícia concernente ao terceiro trimestre de 2012. Tenho falado em crescimento rastejante da economia brasileira nos últimos 30 anos. Eu disse 30!
(Não confundir com o fatorial de 30, isto é, 30 x 29 x 28 x ... x 1, mas que parece uma eternidade, lá isto parece. Quem cresce a 7,12% ao ano dobra a cada 10 anos, o que nos faria ter oito vezes mais renda do que nossos antepassados de 1982. Na China, cresce-se (indeterminação das elites) a 10% ao ano, o que faz a economia dobrar a cada sete ou oito anos).
Pois bem. Estou falando sobre as notícias ontem divulgadas que dão o PIB do terceiro trimestre como tendo crescido apenas 0,6% relativamente ao trimestre correspondente de 2011. Na p.18 de ZH, há desdobramentos por setores, subsetores (lado do PIB) e por "origem dos gastos" (lado da despesa). Tudo rastejante, o que não seria tão desesperador na agricultura, que cresceu 2,5%, ou seja, quatro vezes mais que a média. Agricultura rima com sazonalidade, ainda que cada vez menos, dadas as incessantes inovações tecnológicas, subordinando-se à tentativa de regularizar a sazonalidade da produção de todo o agronegócio. O alisamento da produção é importante: se a vaquinha dá menos leite no inverso, os equipamentos de refrigeração do leite ficarão ociosos nesta estação. Se bolarem um jeito de alimentar as vacas com ração acumulada durante o verão, os equipamentos de refrigeração ficarão ocupados o ano inteiro. Se a receita marginal do leite de inverso "subornar" a ração de verão, estamos resolvidos!
Mas a indústria cresceu 1,1%. Quem é a indústria? Esta média rastejante foi metida para baixo pelos meros 0,3% do crescimento da construção civil. Aí começam os problemas. Um setor que responde por -diz-me a memória, há 10 anos- 70% do investimento deve ser usado para dinamizar a economia. O problema é o fetichismo industrializante que acha que "construção não é indústria" e que "indústria mesmo" é apenas a dupla química und metalmecânica.
Mas não é só. Os serviços cresceram precisamente zero por cento. Como disse o Chapeleiro Louco (era ele?) a Alice: você pode crescer mais, mas não menos do que zero. Tratava-se de uma xícara de chá. No caso, claro que a economia pode decrescer até 100%, como foi o caso da firma que meu primo abriu em desagradável experimento que consumiu todo o dinheiro de minha avó.
O primo poderia ter sido, em tempo hábil, submetido a tratamento psiquiátrico, gerando uma hora semanal de emprego contabilizado no setor serviços. Além disto, a educação. A educação! A educação, como a entendo, gera capital humano. E a entendo como requerendo empregos de assistente social, faxineiro, cozinheiro, professor, produtor de computadores, e por aí vai.
Claro que o Brasil não cresce em resposta a forças não 100% explicadas por quem quer que seja. O nó górdio rola naquela questão da causa da causa: como gastar em educação se este gasto iria implicar a eleição de políticos de corte mais decente?
DdAB
A imagem segue minha arte canina iniciada aqui. E não deve ser confundida com a efígie de algum menino de rua que se deseperou contra o desmazelo da política nacional, particularmente as boas práticas que conduzem ao crescimento econômico.
P.S.: hoje é sábado, fiquei brincando com umas cifras do IpeaData e cheguei ao seguinte gráfico que mostra a taxa de crescimento do PIB dos últimos 30 anos de um período iniciado em 1930. O auge está nos anos 1970s, quando houve a mais extraordinária mudança estrutural na economia brasileira. E que foi quando o velho Gini deu um salto grotesco. Lá vai:
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