Querido Blog:
Jair Soares é o carinha da esquerda, digo, na posição fotográfica mais para o lado, pois na política a foto já diz tudo: os dois extremistas são ministros dos tempos da ditadura militar eletiva. Jair também formou-se em odontologia e também foi governador do Rio Grande do Sul. Jair, enquanto ministro da previdência social, encanadíssimo com o déficit, propôs e conseguiu elevar a alíquota de desconto dos trabalhadores de 8 para 8 1/2 por cento. A malta reclamou, mas ele invocou apenas que nada havia de errado com aquilo, pois -com a inflação- tudo subia e ele não via razão para que só o ministério lá dele ficasse sempre com o mesmo preço.
Hoje a pérola jornalística do Rio Grande do Sul tem, na página dos artigos assinados, uma pérola assinada pelo político que, saindo-se como pôde do cargo de governador, passou uma temporada fora das burras e a elas voltou no cargo de vereador. Rimar, rima. Contracheque também há, mas era já a tradição de cargo a qualquer custo. Depois, o combativo vereador elegeu-se deputado estadual. Hoje não sei bem quem lhe paga os estipêndios, o fato é que ele preocupa-se com "o contribuinte". Título esclarecedor: "Em defesa dos contribuintes". Então aquele negócio dos otto e mezzo era bafo? Ele não queria que, com a inflação ascendente, sua participação no produto interno bruto a preços do consumidor, ascendesse a 100%? Ou mais? Marx falara "nem que os preços caiam 1.000%", Jair queria que a alíquita da previdência subisse a 1.000%? Só pode ser jogada da turma da galhofa.
Por toda essa realidade, advogo a ideia de iniciarmos aqui, através de legislação local, o que servirá [...] de normas restritivas ao aumento da carga tributária, bem como de freio aos gastos correntes, evitando déficits/dívidas que ao fim serão suportados pela comunidade.
Faltou-lhe, nestes anos todos, o curso de teoria da escolha pública que desejo ver como norma restritiva à prática eleitoral, inclusive para que a comunidade possa parar de suportar o amadorismo não apenas dele mas -principalmente- de milhares de outros. Será que ele sabe a diferença entre impostos diretos e indiretos? Será que ele sabe que apenas os últimos é que são distorcivos? Será que ele sabe que a Malásia exporta mais de 100% de seu PIB? E que o imposto de renda poderia ser de 250%, 251%, sei lá? E que o PIB seguiria representando 100% do PIB e, como tal, a despesa também representaria 100% da despesa e o consumo das famílias, que seriam seus "contribuintes", eleitores, sei lá, seguiria representando os mesmos 100% do consumo das famílias? Não, acho que ele não sabe e também acho que ele não quer saber.
DdAB
2 comentários:
A CF prevê que o Estado é responsável pela seguridade social do trabalhador, quer dizer, do contribuinte. Quem não conhece, assim como eu, casos de pessoas que necessitam do auxílio mas precisam do crivo dos médicos peritos do INSS? Uma tortura e uma longa jornada se trava nesses casos. Mas o importante é contribuir, mas se puder dar minha opinião como futuro economista eu darei. Se o ministro perguntar como acabar com o déficit previdenciário eu responderei de imediato, cobra uma taxa dos salários dos parlamentares. Marx estava mesmo errado, quando dizia que o valor do trabalho era correspondente ao valor necessário para sua manutenção. O valor da manutenção de um deputado não passa de um kilo de batata.
Aí, Daniel!
e eu já ia dizer que o kilo deveria ser de alfafa. meu desespero com o Brasil ameniza quando penso em casos assemelhados com final feliz. A Itália é um, a Coréia do Sul é outro. E meu determinismo econômico leva-me a crer que a alta renda per capita conduzirá à democracia na China. Caso eu abandone a leitura de jornais (rsrsrs), peço que confiras este troço, digamos, daqui a 20 anos.
DdAB
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