Querido Diário:
Fui olhar, em meus sistema de dicionários, o que quer dizer "meão", "meeiro", essas coisas que me recendem a "média". Parei em "sacho de monda", que ilustra a postagem de hoje, tratando-se, na verdade, de um prosaico sacho-de-monda-com-ponta. Jurara que nunca procuraria saber o que é o sacho de monda. Agora o sei: um instrumento de jardinagem, mas não sei bem o que é a monda ou o monda. Se monda for prima de moeda redonda, então esta postagem justifica seu marcador "Economia Política".
Se não for, posso dizer que estou contestando a filosofia popperiana sobre o papel das "unended quests". Todas são, logo nem precisamos dizer isto. Mesmo quando, por exemplo, dou por encerrada a demonstração de um teorema, haverá outras formas talvez mais elegantes e, certamente, menos elegantes, de fazê-lo. Brouwers e Kakutani (grafias?) são exemplos. Não duvido que, in due time, haverá ainda outro rapaz criando novas formas de entendermos propriedades dos pontos fixos.
Em minha opinião, que poderíamos, talvez, dizer tratar-se da opinião de Andras Bródy, se existe um ponto fixo em torno do qual todos os demais pontos se organizam (e desorganizam), então também poderemos pensar em explodi-lo e ficar apenas com as proporções entre as frações daquilo que, assim, outrora foi apenas um ponto. Isto significará que a matriz A de coeficientes técnicos de produção e a matriz D de coeficientes institucionais de distribuição constituem apenas dois fragmentos daquele ponto popperiano-bródyano original. Logo, força-nos a lógica aristotélica a concluir que o que importa são as proporções, a estrutura, sendo tudo o que de mais resta perfunctório. Mais constrangidos, ainda, somos a pensar que as matrizes A e D são constrangidas a multiplicarem certos vetores de demanda final ou de produto setorial ou de renda institucional pelo Sr. Banco Central. Ele joga na economia uma quantidade de pedacinhos de plástico (como sabemos, os cartões de crédito são os substitutos contemporâneos dos pedacinhos de papel de outrora) que se transformam em vetores que se transformam dinheirinho no bolso da gente...
Categórico é o imperativo de concluirmos dizendo o que segue.
M: Sempre achei os Sr. Olívio Dutra e Raul Pont dois debilóides que estragaram o projeto de esquerda para o Brasil, mas não apenas eles, alegro-me em admitir. Nunca falara, creio, do Sr. Tarso Dutra, outra criatura que deu-nos o azar de reencarnar precisamente no tempo em que o fazemos.
m: Nunca falara em demagogos, que não é o caso dos três senhores citados, mas -por exemplo- de Hugo Chávez (que vi falando no Ginásio de Esportes Beira-Rio, onde também vi Rita Lee, Eduardo Duzek e milhares de outros) e de Pedro Simon (que andei achando ser o mais iluminado político de todos os tempos).
C: Simon, ao criticar o uso político da Polícia Federal, e Tarso ao ter aceito o cargo de Ministro da Justiça e, nesta condição, rebater o que disse o senador, causam mais desserviço ao projeto de implantação de reformas democráticas que conduzam ao socialismo do que o mal-estar que provoquei na diretoria do Bandeirantes de Futebol e Regatas, de Jaguari, quando, por puro engano, confundi alguns fundos que guardava em seu benefício com recursos de meu próprio orçamento infantil.
Todos somos ladrões, políticos, farinha do mesmo saco? Claro que não. Embora eu tenha feito milhares de burradas em minha sexagenária vida, nunca marquei bobeira nestas questões de princípios fundamentais, ou seja, nunca entrei na política, nem na profissionalização de confundir dinheiro governamental ou comunitário com o de minhas próprias burras.
DdAB
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