Na edição de fim-de-semana do jornal Zero Hora (ou seja, 28 e 29 de janeiro), o Caderno DOC apresenta uma longa entrevista com o prof. Renato Janine Ribeiro. Como devemos lembrar, ele era um de meus candidatos a presidente da república até o início do ano que passou. A lista completa era, pela ordem alfabética:
Renato Janine Ribeiro (Ministro da Educação de Dilma)
Sílvio Luiz de Almeida (Ministro dos Direitos Humanos de Lula)
Tatiana Marins Roque (Secretária de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro)
Pois então. O prof. Renato Janine disse muita coisa interessante. Diz o jornal que ele é um estudioso de filosofia política. Mas, ao lê-lo, fiquei o tempo inteiro pensando que ele é um filósofo da educação (no estilo Richard Rorty).
Olha o que ele diz:
Há pouco tempo me contaram uma história muito boa de cientistas que queriam estabelecer como se faz a criação de peixe-boi em cativeiro. E pensaram muitas coisas, tiveram ideias, debateram, até que um sujeito muito simples que estava lá disse: 'Vocês não sabem que o peixe-boi só transa de pé?' Quer dizer, os cientistas não estavam atentos a algo fundamental, que era fazer um tanque com uma certa profundidade, para que essa espécie pudesse efetivamente se reproduzir. Você tem de coletar conhecimento que é também popular. Tem muito erro no conhecimento popular, mas tem coisas importantes também, que ajudam a esclarecer dúvidas e alcançar resultados. Então, se você tem o hábito da curiosidade, você pode ser um cientista ou, pelo menos, fazer perguntas. Uma coisa muito importante, atualmente, é formar as pessoas na universidade para que elas saibam onde buscar as respostas às dúvidas que tiverem. Mas, se você souber, em qualquer curso universitário, os sites que têm informação nova, já é muito importante.
Admirável. Entendo que a grande mensagem é aquela de olhar a natureza física ou social e fazer-se perguntas sobre seu funcionamento. Ainda durante meu doutorado, meu orientador, o inolvidável Mr. Andrew Glyn, dizia: precisamos fazer perguntas interessantes das quais vão seguir-se respostas provisórias. Invertendo: apenas perguntas interessantes geram respostas interessantes.
DdAB
Fonte da imagem: aqui.
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