12 setembro, 2022

Que Fazer com R$ 3.000 ou 30.000


Vim a saber que existem certas doenças cuja medicação custa R$ 3.000 por mês. Ao manifestar meu espanto ao narrador dessa triste história, ele disse que isso não é nada, pois há muitos remédios de R$ 3 por mês. Ri, satisfeito, pensando que esses sim é que ajudam a formar a sociedade igualitária. Mas minha satisfação durou pouco, pois o narrador falou em outro medicamento que requer R$ 30.000 para fazer o tratamento por esses 28 ou 29 ou 30 ou 31 dias.

Como sabemos, R$ 30.000 é mais que o faturamento mensal de um juiz do supremo tribunal, e a eles seguem todos os demais enfarpelados do governo, nos encastelados nos três poderes da república. O único poder realmente em falta é o poder do imposto de renda, para não falar no combalido poder popular.

Pois então. Se um juiz pode pagar seu remédio por um mês, que dizer do antigamente chamado Zé Ninguém, que ganha um salário mínimo que apenas em 2023 chegará em R$ 1.300? Que posso dizer? Que será apenas com a sociedade igualitária que veremos esse arco de rendimentos assumir (em não muito menos de 20 ou 30 anos).

E quais as virtudes da sociedade igualitária? Há controvérsias. Eu mesmo considero que ela é a única forma de governança que garantirá não apenas vida eterna a tod@s, mas principalmente meios para fugirmos ao colapso do Sol, à expansão de nosso rei dos astros, buscando tornar-se uma gigante vermelha. E que dizer, para finalizar, da possibilidade tétrica de que Bolsonaro seja reeleito presidente da república? Digo: 30.000 vezes pior que o colapso do Sol. Ou 30.001 vezes e até mais. Esse evento trágico iria, felizmente não irá, afastar-nos ainda mais do mundo igualitário, beneficiando os mesmos de sempre.

Tenho dito que chamar Lula de ladrão é, primeiro, olvidar que os malfeitos que apareceram durante o lulismo se deveram precipuamente à liberdade de ação que o presidente ofereceu ao Ministério Público e à Polícia Federal. Segundo: chamando-o de ladrão, lança-se poderosa cortina de fumaça sobre os malfeitos desde sempre da família Bolsonaro, agora culminando com a acusação de ter pago 51 imóveis com dinheiro vivo.

DdAB

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