19 maio, 2018

Modelos Preditivos e Falta de Vergonha na Cara


Querido blog:

Dias atrás, vi duas fotos nas redes sociais e decidi reuni-las no que nos antecede. Primeiro era a revista IstoÉ, um lixo nacional que abandonei há muito tempo e que, para certificar-me de que não faliu, dou uma olhada nos consultórios médicos que, episodicamente, frequento. Segundo era a Míriam Leitão, comentarista da Rede Globo, parece que economista, sei lá. Fala sobre economia.

A figura que engendrei fala que IstoÉ está no clube dos que não acertam uma... Ou seja, só previsão errada. No caso, vemos o engajamento da revista na escolha de péssimos palpites para a sagração de um candidato de direita para as próximas eleições presidenciais. Da baixaria de vermos "a ofensiva de Aécio", o que podemos lembrar é aquela gravação em que, consciente de completa impunidade, ele discutia subornos e assassinatos. Quer dizer, se formos depender da IstoÉ para ungirmos um bom candidato a quebrar o imbroglio institucional que toma conta do Brasil, estamos -como se diz por aqui- mal-entaipados.

E a Míriam Leitão, prevendo sucesso no programa econômico da Argentina, sob a égide da "macroeconomia neoliberal", também nos deixa desconfortáveis, pois deu tudo errado. E mesmo no Brasil, que tem alguma semelhança ideológica e orloffiana com os vizinhos, parece que o abalo local e mundial vai mostrar que essa mesmíssima macroeconomia é um fracasso.

Falei sobre a falta de vergonha, mas pode ser exagero meu, pois é bem possível que os capistas da IstoÉ ou a própria Míriam nada tenham a ver com o método científico. Se tivessem/tiverem, precisarão cuidar de suas previsões e testar os resultados delas, confrontando-os com o que verdadeiramente aconteceu no mundo. Mas, desolado, reconheço que este tipo de comportamento não é compatível com as ações mesmo de uma plêiade de rematados economistas acadêmicos. Tem gente que não consegue ver que a desigualdade é perniciosa para a sociedade, que não consegue ver que sempre deve indagar-se sobre os reflexos de tais ou quais medidas de política econômica sobre a desigualdade.

DdAB

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