10 setembro, 2015

Infernais


Querido diário:

Até hoje não sei se a frase 'o inferno são os outros' é mesmo de Jeal Paul Sartre ou de José Antônio da Silva. O certo é que não é minha. Outra frase que não é minha, esta pelo menos sei de onde veio a parar em minhas células cinzentas:

Imagina como não será o inferno.

Era o tempo de Collor na presidência, aquela doutrinação em que ele era apontado como salvação do Brasil, livrando o país dos braços do esquerdismo representado, então, por Luiz Inácio Lula da Silva, o Lula.

No outro dia, falei que vivi os tempos prévios à quebra institucional que despachou o presidente João Belchior Marques Goulart (era assim que lia nos livros distribuídos -pagos- pelo Ministério da Educação). E claro que o comparo com a queda de Collor e à espantosa turbulência que agora vivemos.

Uma vez que não sei mais o que dizer sobre o que aconteceu com o Brasil e com o projeto de esquerda capitaneado pelo PT, decidi esperar dez anos, a fim de ver -evolucionariamente- como as condições mundanas se recompõem. Evolucionariamente? É. De acordo com uma cartilha da turma da teoria da escolha pública, o mundo se divide em visão evolucionária e visão constitucional. Um pouco de inglês americano nestas minhas expressões do português.

Os evolucionários acham (achamos?) que não precisamos preocupar-nos em mudar os estados do mundo, pois este se ajeitará independentemente de nossos esforços. Hiroshima? Platôs da Amazônia? Pirâmides guatemaltecas? Tudo vira pó evolucionário e os seixos também se mantêm evolucionariamente.

Os constitucionalistas acham (achamos?) que arranjos institucionais (constitucionais, né?) podem mudar o meio-ambiente. Hiroshima, platôs da Amazônia, e por aí vai. Até o Sol pode receber uma injeção de ânimo e ter sua expansão retardada, se pensarmos com verdadeira fé.

E o inferno? Parece que para a turma da campanha "Ateus, Saiam do Armário!", a qual me enquadra, com galhardia (minha) acredita mais em inferno do que em Paraíso, this sort of thing.

Que mais? Mais é que uns dizem que a Dilma já caiu, outros que quem caiu foi o ministro da fazenda. E outros que poderia surgir uma elevação do imposto de renda que agradaria os orçamentos federal e de muitos estados necessitados, como é o caso do modelo de façanhas, que modernamente transformou-se em façanhudo.

DdAB
Imagem daqui.

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