Querido diário:
O jornal Zero Hora, que leio com exação quase que diariamente, vem apresentando uma série de artigos de eminências sul-riograndenses sobre o futuro deste estado. Confesso que me falta paciência para ler todas as opiniões com exação, tendo-o feito no estilo rayuela (isto é, leio saltadinho), desacreditando que daí possa surgir algum caminho que leve ao céu.
Ao contrário, tenho sugerido neste vero blog esposar a opinião de que uma das formas de ajudar a salvação do Brasil é fechar os estados (o que cancelaria a assembleia legislativa e o senado, claro, não é mesmo?), além de outras medidas radicais. E os municípios que achassem conveniente fariam suas associações. No limite estaríamos também fechando o governo federal, ficando as associações de municípios como detentoras de todo poder.
O título do artigo de hoje é "Confiança no Rio Grande" e a assinatura do autor deixa-se ler como "Germano Rigotto", como sabemos, ex-governador. A frase emblemática do artigo, destacada sobre o mapa desta região do planeta, é "Não se pode, jamais, duvidar da capacidade de superação do povo gaúcho". Eu, cuja carteira de identidade dá o local de nascimento como o Rio de Janeiro, pensei: então talvez minha capacidade de superação pode não ser subestimada, mas seria eu mais capaz se não tivesse sido carregado dentro de um útero e dado à luz nas plagas de cá e não nas de lá? Mas esta questiúncula de estrelas regendo o instante de meu nascimento não ajudam a entender.
Minha visão é que, já começando com a renda per capita de não muito mais que R$ 8 mil por família e um índice de Gini de, pelo menos, 0,5, não vejo que tenhamos (o 'nós' vê-me falando como gaúcho de concepção) tido esta desejável capacidade nos últimos, digamos, 200 anos. Ou apenas 100, ou meus 68, que seja.
E não é de hoje que se pensa assim do Rio Grande Amado. Vejamos o que diz o gaúcho escaldado:
Não quero deixar pro meu filho a pampa pobre que herdei de meu pai.
DdAB
Imagem daqui. E a letra que segue é daqui:
Herdeiro da Pampa Pobre
Popularizada pelos Engenheiros do Hawaii
Compositores: Gaúcho da Fronteira e Vainê Darde
(e alguma edição do Planeta 23)
Mas que pampa é esse que eu recebo agora
Com a missão de cultivar raízes
Se dessa pampa que me fala a estória
Não me deixaram nem sequer matizes?
Passam às mãos da minha geração
Heranças feitas de fortunas rotas
Campos desertos que não geram pão
Onde a ganância anda de rédeas soltas
Heranças feitas de fortunas rotas
Campos desertos que não geram pão
Onde a ganância anda de rédeas soltas
Se for preciso, eu volto a ser caudilho
Por essa pampa que ficou pra trás
Porque não quero deixar pro meu filho
A pampa pobre que herdei de meu pai
Por essa pampa que ficou pra trás
Porque não quero deixar pro meu filho
A pampa pobre que herdei de meu pai
Porque não quero deixar pro meu filho
A pampa pobre que herdei de meu pai
A pampa pobre que herdei de meu pai
Herdei um campo onde o patrão é rei
Tendo poderes sobre o pão e as águas
Onde esquecido vive o peão sem leis
De pés descalços cabresteando mágoas
O que hoje herdo da minha grei chirua
É um desafio que a minha idade afronta
Pois me deixaram com a guaiaca nua
Pra pagar uma porção de contas
Tendo poderes sobre o pão e as águas
Onde esquecido vive o peão sem leis
De pés descalços cabresteando mágoas
O que hoje herdo da minha grei chirua
É um desafio que a minha idade afronta
Pois me deixaram com a guaiaca nua
Pra pagar uma porção de contas
Se for preciso, eu volto a ser caudilho
Por essa pampa que ficou pra trás
Porque eu não quero deixar pro meu filho
A pampa pobre que herdei de meu pai
Por essa pampa que ficou pra trás
Porque eu não quero deixar pro meu filho
A pampa pobre que herdei de meu pai
Porque eu não quero deixar pro meu filho
A pampa pobre que herdei de meu pai
A pampa pobre que herdei de meu pai
abcz
Nenhum comentário:
Postar um comentário