05 fevereiro, 2015

Mais na Marta: o lugar da eficiência alocativa


Querido diário:

Podemos meio adivinhar que estou falando da colunista do + Economia de Zero Hora, a sra. Marta Sfredo. No outro dia, falei em lugar comum. Hoje não é este o tema, mas não dá para ler a coluna sem tremer, sobre as baixarias da Petrobrás: "[...]
   Agora, encolhe o tempo para encontrar o substituto legal [da atual diretoria], mas estanca o sangramento na imagem já descorada da companhia. [...]" Sangramento adicional em imagem já descorada? É um quase-lugar comum.

Mas não era isto. Lá pelas tantas, cita-se o

[...]
"ex-diretor geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), David Zulbersztajn [que] ponderou à coluna que não adianta mudar as pessoas, é preciso mudar a orientação do governo em relação à estatal:
   -A Petrobrás tem de ser tratada como uma empresa, que dê lucro para o acionista.
[...]

Volta e meia, sugiro que os políticos sejam obrigados -sob as penas da lei- a fazerem um curso de teoria da escolha pública, ainda antes de pensarem em candidatar-se a cargos eletivos, ganharem prebendas (os cargos em comissão), e por aí vai. E que dizer, então, de um ex-dirigente de uma empresa que não sabe que está recomendando que se alcancem lucros extraordinários, beneficiando acionistas e prejudicando consumidores? Lucro extraordinário é sinal de ineficiência alocativa. Digo que tem cada uma!

DdAB
P.S. Procurei no Google "eficiência alocativa" e encontrei a simpática figura lá de cima no simpático blog daqui. Como sabemos, lá se vê à esquerda as principais curvas para determinar o vetor [p q] da empresa e, a sua direita, a situação do mercado. A demanda da empresa é horizontal, desenhando-se precisamente no ponto de equilíbrio do mercado, no ponto Q* do eixo das quantidades. Se houver equilíbrio no mercado (e para que haja), haverá eficiência alocativa se empresa produzir a quantidade correspondente a seu custo marginal. Ela estará maximizando seus lucros a longo prazo. E não haverá ineficiência alocativa. Naquele gráfico, tampouco haverá ineficiência produtiva (produz-se na quantidade que corresponde ao custo médio mínimo) e nem ineficiência distributiva (produz-se até quando o custo médio iguala a receita média (aquela linha horizontal). Não é?

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