17 dezembro, 2020

Segunda Piada e mais uma Extra


 

Postagem dedicada a Carlos, Eduardo e Flávio 

(você sabe o sobrenome comum)

Os prolegômenos
Quem já andou olhando meus armários (como o fizeram amigos do alheio com os nomes similares aos que cito na dedicatória), viu que um dos cadernos que guardo com desvelo contempla piadas de salão que selecionei, reescritas ou coladas por mim na ordem tradicional. Faz parte de minha biografia ter sido objeto de uma objeção de outro amigo, este, sim, honesto e trabalhador, que o caderno também deveria conter "piadas sujas". Que pude fazer? Também comecei a colecioná-las, só que guardando-as no final do caderno. Um dia, elas devem encontrar-se, lá pelo meio, talvez as "sujas" tomando mesmo dois terços, vai saber!
Pois, das piadas de salão, a melhor de todas que já li na vida (pois é, li em Zero Hora...) é do Joãozinho. Vou narrá-la em seguida, mas antes preciso falar em outra, pois foi ela -esta outra- que me trouxe a pagar a promessa que fiz há dias, quando falei na dupla Zorro-Tonto.
Pois então. E apenas então. Na seção de hoje do jornal Zero Hora tem uma piada que descrevo mais ou menos assim.

Primeira Piada 
Um casalzinho, passando as férias em Verona, num calorão meridional de fazer os sorvetes derreterem só de receberem a primeira lambida, conversa animadamente. De repente, o rapaz dirige-se à garota, chamando-a de Zulieta. Ela, achando que aquilo de lambida em sorvete já anestesiou a língua do amado, amuada, diz:
-Meu nome é Julieta, ju, ju, ju e não zu. Garanto que não erras ao pronunciar teu próprio nome.
O enamorado jovem, sedutor e brigão, diz:
-Érromeu.
Fim da primeira piada

Segunda piada
Esta é a minha preferida, que conto aqui 'par coeur', pois o caderno que anteriormente referi está sumido na pandemia:
Joãozinho está na escola assistindo à aula de moral-e-cívica, muito a contragosto. E a professora lhe indaga, doce e solícita:
-Joãozinho, você reza antes das refeições?
O solerte garoto responde:
-Não é necessário, professora: minha mãe é excelente cozinheira.
Fim da Segunda Piada.

Comentário
Da primeira piada não há nada a dizer, a não ser que meus/minhas leitor@s não são obrigados a rir por mera delicadeza. A segunda permite-nos divagar sobre a vida em sociedade. Aparentemente Joãozinho é um rapaz deslocado das classes altas, pois quem faz as refeições em sua morada é a mãe e não uma "secretária", como diz a turma hoje em dia, querendo disfarçar sua relação de "master" relativamente às senhoras que são inegavelmente suas "servas".

Além disso, parece-me que Joãozinho desenvolve um bom estilo para ser ou tornar-se um materialista: quem acha a assistência de Deus para abençoar as refeições por razões mundanas pode -depois do curso de moral-e-cívica- entender que a questão mente-corpo não dá muito lugar a "outras mentes" como a de Deus. Ou, como diz Carlos Roberto Cirne-Lima, por educação, declarar-se agnóstico. Sei lá, entende.

DdAB
P.S. Naturalmente o Menino Maluquinho é criação de Ziraldo, meu amado e que omiti ao citar revistinhas. Seu Pererê fez-me rir, rir, rir. E pensar na vida.

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