Querido diário:
Que posso dizer daquele vexame dos juízes do supremo relativamente àquela encrenca do Eunício de Oliveira sobre proteção aos senadores processados por roubo? Primeiro que foi vergonhoso os senadores do PT defenderem a "autonomia do senado". Segundo que também vergonhoso foi aqueles juízes terem duas opiniões equivalentes, com aquele 6x5. Terceiro que tenho recomendado a extinção dos estados e, com ele, as assembleias legislativas e o senado. Quarto, também recomendo a extinção do poder judiciário, delegando a uma empresa júnior finlandesa a administração de todo sistema judiciário brasileiro, do guarda de rua ao rapaz que serve cafezinho aos doutos do latinório e, lógico, também estes.
Militar, não, muito obrigado. E o Gilmar? Não está citado no longo artigo que reproduzo no rodapé. Retirei-o de uma dica do mural de Ingrid Schneider e rastreado por Sérgio Saraiva.
DdAB
A imagem veio de De Tremura do próprio Facebook. E tem este demolidor artigo aqui retirado do TheIntercept em português, que me foi indicado por uma postagem de Ingrid Schneider e comentário de Sérgio Saraiva:
ESFERA DE INFLUÊNCIA: COMO OS LIBERTÁRIOS AMERICANOS ESTÃO REINVENTANDO A POLÍTICA LATINO-AMERICANA
Lee Fang
PARA
ALEJANDRO CHAFUEN, a reunião desta primavera no Brick Hotel, em
Buenos Aires, foi tanto uma volta para casa quanto uma volta
olímpica. Chafuen, um esguio argentino-americano, passou a vida
adulta se dedicando a combater os movimentos sociais e governos de
esquerda das Américas do Sul e Central, substituindo-os por uma
versão pró-empresariado do libertarianismo.
Ele
lutou sozinho durante décadas, mas isso está mudando. Chafuen
estava rodeado de amigos no Latin America Liberty Forum 2017. Essa
reunião internacional de ativistas libertários foi patrocinada pela
Atlas Economic Research Foundation, uma organização sem fins
lucrativos conhecida como Atlas Network (Rede Atlas), que Chafuen
dirige desde 1991. No Brick Hotel, ele festejou as vitórias
recentes; seus anos de trabalho estavam começando a render frutos –
graças às circunstâncias políticas e econômicas e à rede de
ativistas que Chafuen se esforçou tanto para criar.
Nos
últimos 10 anos, os governos de esquerda usaram “dinheiro para
comprar votos, para redistribuir”, diz Chaufen, confortavelmente
sentado no saguão do hotel. Mas a recente queda do preço das
commodities, aliada a escândalos de corrupção, proporcionou uma
oportunidade de ação para os grupos da Atlas Network. “Surgiu uma
abertura – uma crise – e uma demanda por mudanças, e nós
tínhamos pessoas treinadas para pressionar por certas políticas”,
observa Chafuen, parafraseando o falecido Milton Friedman. “No
nosso caso, preferimos soluções privadas aos problemas públicos”,
acrescenta.
Chafuen
cita diversos líderes ligados à Atlas que conseguiram ganhar
notoriedade: ministros do governo conservador argentino, senadores
bolivianos e líderes do Movimento Brasil Livre (MBL), que ajudaram a
derrubar a presidente Dilma Rousseff – um exemplo vivo dos frutos
do trabalho da rede Atlas, que Chafuen testemunhou em primeira mão.
“Estive
nas manifestações no Brasil e pensei: ‘Nossa, aquele cara tinha
uns 17 anos quando o conheci, e agora está ali no trio elétrico
liderando o protesto. Incrível!’”, diz, empolgado. É a mesma
animação de membros da Atlas quando o encontram em Buenos Aires; a
tietagem é constante no saguão do hotel. Para muitos deles, Chafuen
é uma mistura de mentor, patrocinador fiscal e verdadeiro símbolo
da luta por um novo paradigma político em seus países.
Ousted
Honduras' President Manuel Zelaya, left, looks down inside a car on
his way to the airport where he will board a flight to Nicaragua on
the outskirts of San Jose, Sunday, June 28, 2009. Soldiers seized
Honduras' national palace and sent the President Zelaya into exile in
Costa Rica on Sunday, hours before a disputed constitutional
referendum. Zelaya, an ally of Venezuelan President Hugo Chavez, said
he was victim of a coup. Honduras' Congress sworn in Sunday
congressional leader Roberto Micheletti as the country's new
President. (AP Photo/Kent Gilbert)
O
presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, à esquerda, dentro de
um carro em direção ao aeroporto, onde pegaria um voo para a
Nicarágua nos arredores de San José. Domingo, 28 de junho de
2009.Foto: Kent Gilbert/AP
UMA
GUINADA À DIREITA está em marcha na política latino-americana,
destronando os governos socialistas que foram a marca do continente
durante boa parte do século XXI – de Cristina Kirchner, na
Argentina, ao defensor da reforma agrária e populista Manuel Zelaya,
em Honduras –, que implementaram políticas a favor dos pobres,
nacionalizaram empresas e desafiaram a hegemonia dos EUA no
continente.
Essa
alteração pode parecer apenas parte de um reequilíbrio regional
causado pela conjuntura econômica, porém a Atlas Network parece
estar sempre presente, tentando influenciar o curso das mudanças
políticas.
A
história da Atlas Network e seu profundo impacto na ideologia e no
poder político nunca foi contada na íntegra. Mas os registros de
suas atividades em três continentes, bem como as entrevistas com
líderes libertários na América Latina, revelam o alcance de sua
influência. A rede libertária, que conseguiu alterar o poder
político em diversos países, também é uma extensão tácita da
política externa dos EUA – os think tanks associados à Atlas são
discretamente financiados pelo Departamento de Estado e o National
Endowment for Democracy (Fundação Nacional para a Democracia –
NED), braço crucial do soft power norte-americano.
Embora
análises recentes tenham revelado o papel de poderosos bilionários
conservadores – como os irmãos Koch – no desenvolvimento de uma
versão pró-empresariado do libertarianismo, a Atlas Network – que
também é financiada pelas fundações Koch – tem usado métodos
criados no mundo desenvolvido, reproduzindo-os em países em
desenvolvimento.
A
rede é extensa, contando atualmente com parcerias com 450 think
tanks em todo o mundo. A Atlas afirma ter gasto mais de US$ 5 milhões
com seus parceiros apenas em 2016.
Ao
longo dos anos, a Atlas e suas fundações caritativas associadas
realizaram centenas de doações para think tanks conservadores e
defensores do livre mercado na América Latina, inclusive a rede que
apoiou o Movimento Brasil Livre (MBL) e organizações que
participaram da ofensiva libertária na Argentina, como a Fundação
Pensar, um think tank da Atlas que se incorporou ao partido criado
por Mauricio Macri, um homem de negócios e atual presidente do país.
Os líderes do MBL e o fundador da Fundação Eléutera – um think
tank neoliberal extremamente influente no cenário pós-golpe
hondurenho – receberam financiamento da Atlas e fazem parte da nova
geração de atores políticos que já passaram pelos seus seminários
de treinamento.
A
Atlas Network conta com dezenas de think tanks na América Latina,
inclusive grupos extremamente ativos no apoio às forças de oposição
na Venezuela e ao candidato de centro-direita às eleições
presidenciais chilenas, Sebastián Piñera.
EM
NENHUM OUTRO LUGAR a estratégia da Atlas foi tão bem sintetizada
quanto na recém-formada rede brasileira de think tanks de defesa do
livre mercado. Os novos institutos trabalham juntos para fomentar o
descontentamento com as políticas socialistas; alguns criam centros
acadêmicos enquanto outros treinam ativistas e travam uma guerra
constante contra as ideias de esquerda na mídia brasileira.
O
esforço para direcionar a raiva da população contra a esquerda
rendeu frutos para a direita brasileira no ano passado. Os jovens
ativistas do MBL – muitos deles treinados em organização política
nos EUA – lideraram um movimento de massa para canalizar a o
descontentamento popular com um grande escândalo de corrupção para
desestabilizar Dilma Rousseff, uma presidente de centro-esquerda. O
escândalo, investigado por uma operação batizada de Lava-Jato,
continua tendo desdobramentos, envolvendo líderes de todos os
grandes partidos políticos brasileiros, inclusive à direita e
centro-direita. Mas o MBL soube usar muito bem as redes sociais para
direcionar a maior parte da revolta contra Dilma, exigindo o seu
afastamento e o fim das políticas de bem-estar social implementadas
pelo Partido dos Trabalhadores (PT).
A
revolta – que foi comparada ao movimento Tea Party devido ao apoio
tácito dos conglomerados industriais locais e a uma nova rede de
atores midiáticos de extrema-direita e tendências conspiratórias –
conseguiu interromper 13 anos de dominação do PT ao afastar Dilma
do cargo por meio de um impeachment em 2016.
O
cenário político do qual surgiu o MBL é uma novidade no Brasil.
Havia no máximo três think tanks libertários em atividade no país
dez anos atrás, segundo Hélio Beltrão, um ex-executivo de um fundo
de investimentos de alto risco que agora dirige o Instituto Mises,
uma organização sem fins lucrativos que recebeu o nome do filósofo
libertário Ludwig von Mises. Ele diz que, com o apoio da Atlas,
agora existem cerca de 30 institutos agindo e colaborando entre si no
Brasil, como o Estudantes pela Liberdade e o MBL.
“É
como um time de futebol; a defesa é a academia, e os políticos são
os atacantes. E já marcamos alguns gols”, diz Beltrão,
referindo-se ao impeachment de Dilma. O meio de campo seria “o
pessoal da cultura”, aqueles que formam a opinião pública.
Beltrão
explica que a rede de think tanks está pressionando pela
privatização dos Correios, que ele descreve como “uma fruta
pronta para ser colhida” e que pode conduzir a uma onda de reformas
mais abrangentes em favor do livre mercado. Muitos partidos
conservadores brasileiros acolheram os ativistas libertários quando
estes demonstraram que eram capazes de mobilizar centenas de milhares
de pessoas nos protestos contra Dilma, mas ainda não adotaram as
teorias da “economia do lado da oferta”.
Fernando
Schüler, acadêmico e colunista associado ao Instituto Millenium –
outro think tank da Atlas no Brasil – tem uma outra abordagem. “O
Brasil tem 17 mil sindicatos pagos com dinheiro público. Um dia de
salário por ano vai para os sindicatos, que são completamente
controlados pela esquerda”, diz. A única maneira de reverter a
tendência socialista seria superá-la no jogo de manobras políticas.
“Com a tecnologia, as pessoas poderiam participar diretamente,
organizando – no WhatsApp, Facebook e YouTube – uma espécie de
manifestação pública de baixo custo”, acrescenta, descrevendo a
forma de mobilização de protestos dos libertários contra políticos
de esquerda.
Os
organizadores das manifestações anti-Dilma produziram uma torrente
diária de vídeos no YouTube para ridicularizar o governo do PT e
criaram um placar interativo para incentivar os cidadãos a
pressionarem seus deputados por votos de apoio ao impeachment.
Schüler
notou que, embora o MBL e seu próprio think tank fossem apoiados por
associações industriais locais, o sucesso do movimento se devia
parcialmente à sua não identificação com partidos políticos
tradicionais, em sua maioria vistos com maus olhos pela população.
Ele argumenta que a única forma de reformar radicalmente a sociedade
e reverter o apoio popular ao Estado de bem-estar social é travar
uma guerra cultural permanente para confrontar os intelectuais e a
mídia de esquerda.
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Fernando Schüler.Foto:captura de tela do YouTube
UM
DOS FUNDADORES do Instituto Millenium, o blogueiro Rodrigo
Constantino, polariza a política brasileira com uma retórica
ultrassectária. Constantino, que já foi chamado de “o Breitbart
brasileiro” devido a suas teorias conspiratórias e seus
comentários de teor radicalmente direitistas, é presidente do
conselho deliberativo de outro think tank da Atlas – o Instituto
Liberal. Ele enxerga uma tentativa velada de minar a democracia em
cada movimento da esquerda brasileira, do uso da cor vermelha na
logomarca da Copa do Mundo ao Bolsa Família, um programa de
transferência de renda.
Constantino
é considerado o responsável pela popularização de uma narrativa
segundo a qual os defensores do PT seriam uma “esquerda caviar”,
ricos hipócritas que abraçam o socialismo para se sentirem
moralmente superiores, mas que na realidade desprezam as classes
trabalhadoras que afirmam representar.
A
“breitbartização” do discurso é apenas uma das muitas formas
sutis pelas quais a Atlas Network tem influenciado o debate político.
“Temos
um Estado muito paternalista. É incrível. Há muito controle
estatal, e mudar isso é um desafio de longo prazo”, diz Schüler,
acresentando que, apesar das vitórias recentes, os libertários
ainda têm um longo caminho pela frente no Brasil. Ele gostaria de
copiar o modelo de Margaret Thatcher, que se apoiava em uma rede de
think tanks libertários para implementar reformas impopulares. “O
sistema previdenciário é absurdo, e eu privatizaria toda a
educação”, diz Schüler, pondo-se a recitar toda a litania de
mudanças que faria na sociedade, do corte do financiamento a
sindicatos ao fim do voto obrigatório.
Mas
a única maneira de tornar tudo isso possível, segundo ele, seria a
formação de uma rede politicamente engajada de organizações sem
fins lucrativos para defender os objetivos libertários. Para
Schüler, o modelo atual – uma constelação de think tanks em
Washington sustentada por vultosas doações – seria o único
caminho para o Brasil.
E
é exatamente isso que a Atlas tem se esforçado para fazer. Ela
oferece subvenções a novos think tanks e cursos sobre gestão
política e relações públicas, patrocina eventos de networking no
mundo todo e, nos últimos anos, tem estimulado libertários a tentar
influenciar a opinião pública por meio das redes sociais e vídeos
online.
Uma
competição anual incentiva os membros da Atlas a produzir vídeos
que viralizem no YouTube promovendo o laissez-faire e ridicularizando
os defensores do Estado de bem-estar social. James O’Keefe,
provocador famoso por alfinetar o Partido Democrata americano com
vídeos gravados em segredo, foi convidado pela Atlas para ensinar
seus métodos. No estado americano do Wisconsin, um grupo de
produtores que publicava vídeos na internet para denegrir protestos
de professores contra o ataque do governador Scott Walker aos
sindicatos do setor público também compartilharam sua experiência
nos cursos da Atlas.
Caracas,
Distrito Federal, Venezuela, South America
Manifestantes
queimam um boneco do presidente Hugo Chávez na Plaza Altamira, em
protesto contra o governo. Foto: Lonely Planet Images/Getty Images
EM
UMA DE SUAS ÚLTIMAS REALIZAÇÕES, a Atlas influenciou uma das
crises políticas e humanitárias mais graves da América Latina: a
venezuelana. Documentos obtidos graças ao “Freedom of Information
Act” (Lei da Livre Informação, em tradução livre) por
simpatizantes do governo venezuelano – bem como certos telegramas
do Departamento de Estado dos EUA vazados por Chelsea Manning –
revelam uma complexo tentativa do governo americano de usar os think
tanks da Atlas em uma campanha para desestabilizar o governo de Hugo
Chávez.
Em
1998, a CEDICE Libertad – principal organização afiliada à Atlas
em Caracas, capital da Venezuela – já recebia apoio financeiro do
Center for International Private Enterprise (Centro para a Empresa
Privada Internacional – CIPE). Em uma carta de financiamento do
NED, os recursos são descritos como uma ajuda para “a mudança de
governo”. O diretor da CEDICE foi um dos signatários do
controverso “Decreto Carmona” em apoio ao malsucedido golpe
militar contra Chávez em 2002.
Um
telegrama de 2006 descrevia a estratégia do embaixador americano,
William Brownfield, de financiar organizações politicamente
engajadas na Venezuela: “1) Fortalecer instituições democráticas;
2) penetrar na base política de Chávez; 3) dividir o chavismo; 4)
proteger negócios vitais para os EUA, e 5) isolar Chávez
internacionalmente.”
Na
atual crise venezuelana, a CEDICE tem promovido a recente avalanche
de protestos contra o presidente Nicolás Maduro, o acossado sucessor
de Chávez. A CEDICE está intimamente ligada à figura da
oposicionista María Corina Machado, uma das líderes das
manifestações em massa contra o governo dos últimos meses. Machado
já agradeceu publicamente à Atlas pelo seu trabalho. Em um vídeo
enviado ao grupo em 2014, ela diz: “Obrigada à Atlas Network e a
todos os que lutam pela liberdade.”
Em
2014, a líder opositora María Corina Machado agradeceu à Atlas
pelo seu trabalho: “Obrigada à Atlas Network e a todos os que
lutam pela liberdade.”
NO
LATIN AMERICA LIBERTY FORUM, organizado pela Atlas Network em Buenos
Aires, jovens líderes compartilham ideias sobre como derrotar o
socialismo em todos os lugares, dos debates em campi universitários
a mobilizações nacionais a favor de um impeachment.
Em
uma das atividades do fórum, “empreendedores” políticos de
Peru, República Dominicana e Honduras competem em um formato
parecido com o programa Shark Tank, um reality show americano em que
novas empresas tentam conquistar ricos e impiedosos investidores.
Mas, em vez de buscar financiamento junto a um painel de capitalistas
de risco, esses diretores de think tanks tentam vender suas ideias de
marketing político para conquistar um prêmio de US$ 5 mil. Em outro
encontro, debatem-se estratégias para atrair o apoio do setor
industrial às reformas econômicas. Em outra sala, ativistas
políticos discutem possíveis argumentos que os “amantes da
liberdade” podem usar para combater o crescimento do populismo e
“canalizar o sentimento de injustiça de muitos” para atingir os
objetivos do livre mercado.
Um
jovem líder da Cadal, um think tank de Buenos Aires, deu a ideia de
classificar as províncias argentinas de acordo com o que chamou de
“índice de liberdade econômica” – levando em conta a carga
tributária e regulatória como critérios principais –, o que
segundo ela geraria um estímulo para a pressão popular por reformas
de livre mercado. Tal ideia é claramente baseada em estratégias
similares aplicadas nos EUA, como o Índice de Liberdade Econômica
da Heritage Foundation, que classifica os países de acordo com
critérios como política tributária e barreiras regulatórias aos
negócios.
Os
think tanks são tradicionalmente vistos como institutos
independentes que tentam desenvolver soluções não convencionais.
Mas o modelo da Atlas se preocupa menos com a formulação de novas
soluções e mais com o estabelecimento de organizações políticas
disfarçadas de instituições acadêmicas, em um esforço para
conquistar a adesão do público.
As
ideias de livre mercado – redução de impostos sobre os mais
ricos; enxugamento do setor público e privatizações; liberalização
das regras de comércio e restrições aos sindicatos – sempre
tiveram um problema de popularidade. Os defensores dessa corrente de
pensamento perceberam que o eleitorado costuma ver essas ideias como
uma maneira de favorecer as camadas mais ricas. E reposicionar o
libertarianismo econômico como uma ideologia de interesse público
exige complexas estratégias de persuasão em massa.
Mas
o modelo da Atlas, que está se espalhando rapidamente pela América
Latina, baseia-se em um método aperfeiçoado durante décadas de
embates nos EUA e no Reino Unido, onde os libertários se esforçaram
para conter o avanço do Estado de bem-estar social do pós-guerra.
A
base das ideias de Fisher vêm de Friedrich Hayek, um dos pais da
defesa do Estado mínimo. Em 1946, depois de ler um resumo do livro
seminal de Hayek, O Caminho da Servidão, Fisher quis se encontrar
com o economista austríaco em Londres. Segundo seu colega John
Blundell, Fisher sugeriu que Hayek entrasse para a política. Mas
Hayek se recusou, dizendo que uma abordagem de baixo para cima tinha
mais chances de alterar a opinião pública e reformar a sociedade.
Enquanto
isso, nos Estados Unidos, outro ideólogo do livre mercado, Leonard
Read, chegava a conclusões parecidas depois de ter dirigido a Câmara
de Comércio de Los Angeles, onde batera de frente com o
sindicalismo. Para deter o crescimento do Estado de bem-estar social,
seria necessária uma ação mais elaborada no sentido de influenciar
o debate público sobre os destinos da sociedade, mas sem revelar a
ligação de tal estratégia com os interesses do capital.
Fisher
animou-se com uma visita à organização recém-fundada por Read, a
Foundation for Economic Education (Fundação para a Educação
Econômica – FEE), em Nova York, criada para patrocinar e promover
as ideias liberais. Nesse encontro, o economista libertário F.A.
Harper, que trabalhava na FEE à epoca, orientou Fisher sobre como
abrir a sua própria organização sem fins lucrativos no Reino
Unido.
Durante
a viagem, Fisher e Harper foram à Cornell University para conhecer a
última novidade da indústria animal: 15 mil galinhas armazenadas em
uma única estrutura. Fisher decidiu levar o invento para o Reino
Unido. Sua fábrica, a Buxted Chickens, logo prosperou e trouxe
grande fortuna para Fisher. Uma parte dos lucros foi direcionada à
realização de outro objetivo surgido durante a viagem a Nova York –
em 1955, Fisher funda o Institute of Economic Affairs (Instituto de
Assuntos Econômicos – IEA).
O
IEA ajudou a popularizar os até então obscuros economistas ligados
às ideias de Hayek. O instituto era um baluarte de oposição ao
crescente Estado de bem-estar social britânico, colocando
jornalistas em contato com acadêmicos defensores do livre mercado e
disseminando críticas constantes sob a forma de artigos de opinião,
entrevistas de rádio e conferências.
A
maior parte do financiamento do IEA vinha de empresas privadas, como
os gigantes do setor bancário e industrial Barclays e British
Petroleum, que contribuíam anualmente. No livro Making Thatcher’s
Britain (A Construção da Grã-Bretanha de Thatcher, em tradução
livre), dos historiadores Ben Jackson e Robert Saunders, um magnata
dos transportes afirma que, assim como as universidades forneciam
munição para os sindicatos, o IEA era uma importante fonte de poder
de fogo para os empresários.
Quando
a desaceleração econômica e o aumento da inflação dos anos 1970
abalou os fundamentos da sociedade britânica, políticos
conservadores começaram a se aproximar do IEA como fonte de uma
visão alternativa. O instituto aproveitou a oportunidade e passou a
oferecer plataformas para que os políticos pudessem levar os
conceitos do livre mercado para a opinião pública. A Atlas Network
afirma orgulhosamente que o IEA “estabeleceu as bases intelectuais
do que viria a ser a revolução de Thatcher nos anos 1980”. A
equipe do instituto escrevia discursos para Margaret Thatcher;
fornecia material de campanha na forma de artigos sobre temas como
sindicalismo e controle de preços; e rebatia as críticas à Dama de
Ferro na mídia inglesa. Em uma carta a Fisher depois de vencer as
eleições de 1979, Thatcher afirmou que o IEA havia criado, na
opinião pública, “o ambiente propício para a nossa vitória”.
“Não
há dúvidas de que tivemos um grande avanço na Grã-Bretanha. O
IEA, fundado por Antony Fisher, fez toda a diferença”, disse
Milton Friedman uma vez. “Ele possibilitou o governo de Margaret
Thatcher – não a sua eleição como primeira-ministra, e sim as
políticas postas em prática por ela. Da mesma forma, o
desenvolvimento desse tipo de pensamento nos EUA possibilitou o a
implementação das políticas de Ronald Reagan”, afirmou.
O
IEA fechava um ciclo. Hayek havia criado um seleto grupo de
economistas defensores do livre mercado chamado Sociedade Mont
Pèlerin. Um de seus membros, Ed Feulner, ajudou o fundar o think
tank conservador Heritage Foundation, em Washington, inspirando-se no
trabalho de Fisher. Outro membro da Sociedade, Ed Crane, fundou o
Cato Institute, o mais influente think tank libertário dos Estados
Unidos.
EM
1981, Fisher, que havia se mudado para San Francisco, começou a
desenvolver a Atlas Economic Research Foundation por sugestão de
Hayek. Fisher havia aproveitado o sucesso do IEA para conseguir
doações de empresas para seu projeto de criação de uma rede
regional de think tanks em Nova York, Canadá, Califórnia e Texas,
entre outros. Mas o novo empreendimento de Fisher viria a ter uma
dimensão global: uma organização sem fins lucrativos dedicada a
levar sua missão adiante por meio da criação de postos avançados
do libertarianismo em todos os países do mundo. “Quanto mais
institutos existirem no mundo, mais oportunidade teremos para
resolver problemas que precisam de uma solução urgente”,
declarou.
Fisher
começou a levantar fundos junto a empresas com a ajuda de cartas de
recomendação de Hayek, Thatcher e Friedman, instando os potenciais
doadores a ajudarem a reproduzir o sucesso do IEA através da Atlas.
Hayek escreveu que o modelo do IEA “deveria ser usado para criar
institutos similares em todo o mundo”. E acrescentou: “Se
conseguíssemos financiar essa iniciativa conjunta, seria um dinheiro
muito bem gasto.”
A
proposta foi enviada para uma lista de executivos importantes, e o
dinheiro logo começou a fluir dos cofres das empresas e dos grandes
financiadores do Partido Republicano, como Richard Mellon Scaife.
Empresas como a Pfizer, Procter & Gamble e Shell ajudaram a
financiar a Atlas. Mas a contribuição delas teria que ser secreta
para que o projeto pudesse funcionar, acreditava Fisher. “Para
influenciar a opinião pública, é necessário evitar qualquer
indício de interesses corporativos ou tentativa de doutrinação”,
escreveu Fisher na descrição do projeto, acrescentando que o
sucesso do IEA estava baseado na percepção pública do caráter
acadêmico e imparcial do instituto.
A
Atlas cresceu rapidamente. Em 1985, a rede contava com 27
instituições em 17 países, inclusive organizações sem fins
lucrativos na Itália, México, Austrália e Peru.
E
o timing não podia ser melhor: a expansão internacional da Atlas
coincidiu com a política externa agressiva de Ronald Reagan contra
governos de esquerda mundo afora.
Embora
a Atlas declarasse publicamente que não recebia recursos públicos
(Fisher caracterizava as ajudas internacionais como uma forma de
“suborno” que distorcia as forças do mercado), há registros da
tentativa silenciosa da rede de canalizar dinheiro público para sua
lista cada vez maior de parceiros internacionais.
Em
1982, em uma carta da Agência de Comunicação Internacional dos EUA
– um pequeno órgão federal destinado a promover os interesses
americanos no exterior –, um funcionário do Escritório de
Programas do Setor Privado escreveu a Fisher em resposta a um pedido
de financiamento federal. O funcionário diz não poder dar dinheiro
“diretamente a organizações estrangeiras”, mas que seria
possível copatrocinar “conferências ou intercâmbios com
organizações” de grupos como a Atlas, e sugere que Fisher envie
um projeto. A carta, enviada um ano depois da fundação da Atlas,
foi o primeiro indício de que a rede viria a ser uma parceira
secreta da política externa norte-americana.
Memorandos
e outros documentos de Fisher mostram que, em 1986, a Atlas já havia
ajudado a organizar encontros com executivos para tentar direcionar
fundos americanos para sua rede de think tanks. Em uma ocasião, um
funcionário da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento
Internacional (USAID), o principal braço de financiamento
internacional do governo dos EUA, recomendou que o diretor da filial
da Coca-Cola no Panamá colaborasse com a Atlas para a criação de
um think tank nos moldes do IEA no país. A Atlas também recebeu
fundos da Fundação Nacional para a Democracia (NED), uma
organização sem fins lucrativos fundada em 1983 e patrocinada em
grande parte pelo Departamento de Estado e a USAID cujo objetivo é
fomentar a criação de instituições favoráveis aos EUA nos países
em desenvolvimento.
FINANCIADA
GENEROSAMENTE por empresas e pelo governo americano, a Atlas deu
outro golpe de sorte em 1985 com a chegada de Alejandro Chafuen.
Linda Whetstone, filha de Fisher, conta um episódio ocorrido naquele
ano, quando um jovem Chafuen, que ainda vivia em Oakland, teria
aparecido no escritório da Atlas em San Francisco “disposto a
trabalhar de graça”.
Nascido
em Buenos Aires, Chafuen vinha do que ele chamava “uma família
anti-Peronista”. Embora tenha crescido em uma época de grande
agitação na Argentina, Chafuen vivia uma vida relativamente
privilegiada, tendo passado a adolescência jogando tênis e sonhando
em se tornar atleta profissional.
Ele
atribui suas escolhas ideológicas a seu apetite por textos
libertários, de Ayn Rand a livretos publicados pela FEE, a
organização de Leonard Read que havia inspirado Antony Fisher.
Depois de estudar no Grove City College, uma escola de artes
profundamente conservadora e cristã no estado americano da
Pensilvânia, onde foi presidente do clube de estudantes libertários,
Chafuen voltou ao país de nascença. Os militares haviam tomado o
poder, alegando estar reagindo a uma suposta ameaça comunista.
Milhares de estudantes e ativistas seriam torturados e mortos durante
a repressão à oposição de esquerda no período que se seguiu ao
golpe de Estado.
Chafuen
recorda essa época de maneira mais positiva do que negativa. Ele
viria a escrever que os militares haviam sido obrigados a agir para
evitar que os comunistas “tomassem o poder no país”. Durante sua
carreira como professor, Chafuen diz ter conhecido “totalitários
de todo tipo” no mundo acadêmico. Segundo ele, depois do golpe
militar seus professores “abrandaram-se”, apesar das diferenças
ideológicas entre eles.
Em
outros países latino-americanos, o libertarianismo também
encontrara uma audiência receptiva nos governos militares. No Chile,
depois da derrubada do governo democraticamente eleito de Salvador
Allende, os economistas da Sociedade Mont Pèlerin acorreram ao país
para preparar profundas reformas liberais, como a privatização de
indústrias e da Previdência. Em toda a região, sob a proteção de
líderes militares levados ao poder pela força, as políticas
econômicas libertárias começaram a se enraizar.
Já
o zelo ideológico de Chafuen começou a se manifestar em 1979,
quando ele publicou um ensaio para a FEE intitulado “War Without
End” (Guerra Sem Fim). Nele, Chafuen descreve horrores do
terrorismo de esquerda “como a família Manson, ou, de forma
organizada, os guerrilheiros do Oriente Médio, África e América do
Sul”. Haveria uma necessidade, segundo ele, de uma reação das
“forças da liberdade individual e da propriedade privada”.
Seu
entusiasmo atraiu a atenção de muita gente. Em 1980, aos 26 anos,
Chafuen foi convidado a se tornar o membro mais jovem da Sociedade
Mont Pèlerin. Ele foi até Stanford, tendo a oportunidade de
conhecer Read, Hayek e outros expoentes libertários. Cinco anos
depois, Chafuen havia se casado com uma americana e estava morando em
Oakland. E começou a fazer contato com membros da Mont Pèlerin na
área da Baía de San Francisco – como Fisher.
Em
toda a região, sob a proteção de líderes militares levados ao
poder pela força, as políticas econômicas libertárias começaram
a se enraizar.
De
acordo com as atas das reuniões do conselho da Atlas, Fisher disse
aos colegas que havia feito um pagamento ex gratia no valor de US$
500 para Chafuen no Natal de 1985, declarando que gostaria de
contratar o economista para trabalhar em tempo integral no
desenvolvimento dos think tanks da rede na América Latina. No ano
seguinte, Chafuen organizou a primeira cúpula de think tanks
latino-americanos, na Jamaica.
CHAFUEN
COMPREENDERA O MODELO DA ATLAS e trabalhava incansavelmente para
expandir a rede, ajudando a criar think tanks na África e na Europa,
embora seu foco continuasse sendo a América Latina. Em uma palestra
sobre como atrair financiadores, Chafuen afirmou que os doadores não
podiam financiar publicamente pesquisas, sob o risco de perda de
credibilidade. “A Pfizer não patrocinaria uma pesquisa sobre
questões de saúde, e a Exxon não financiaria uma enquete sobre
questões ambientais”, observou. Mas os think tanks libertários –
como os da Atlas Network –não só poderiam apresentar as mesmas
pesquisas sob um manto de credibilidade como também poderiam atrair
uma cobertura maior da mídia.
“Os
jornalistas gostam muito de tudo o que é novo e fácil de noticiar”,
disse Chafuen. Segundo ele, a imprensa não tem interesse em citar o
pensamento dos filósofos libertários, mas pesquisas produzidas por
um think tank são mais facilmente reproduzidas. “E os
financiadores veem isso”, acrescenta.
Em
1991, três anos depois da morte de Fisher, Chafuen assumiu a direção
da Atlas – e pôs-se a falar sobre o trabalho da Atlas para
potenciais doadores. E logo começou a conquistar novos
financiadores. A Philip Morris deu repetidas contribuições à
Atlas, inclusive uma doação de US$ 50 mil em 1994, revelada anos
depois. Documentos mostram que a gigante do tabaco considerava a
Atlas uma aliada em disputas jurídicas internacionais.
Mas
alguns jornalistas chilenos descobriram que think tanks patrocinados
pela Atlas haviam feito pressão por trás dos panos contra a
legislação antitabagista sem revelar que estavam sendo financiadas
por empresas de tabaco – uma estratégia praticada por think tanks
em todo o mundo.
Grandes
corporações como ExxonMobil e MasterCard já financiaram a Atlas.
Mas o grupo também atrai grandes figuras do libertarianismo, como as
fundações do investidor John Templeton e dos irmãos bilionários
Charles e David Koch, que cobriam a Atlas e seus parceiros de
generosas e frequentes doações.
A
habilidade de Chafuen para levantar fundos resultou em um aumento do
número de prósperas fundações conservadoras. Ele é
membro-fundador do Donors Trust, um discreto fundo orientado ao
financiamento de organizações sem fins lucrativos que já
transferiu mais de US$ 400 milhões a entidades libertárias,
incluindo membros da Atlas Network. Chafuen também é membro do
conselho diretor da Chase Foundation of Virginia, outra entidade
financiadora da Atlas, fundada por um membro da Sociedade Mont
Pèlerin.
Outra
grande fonte de dinheiro é o governo americano. A princípio, a
Fundação Nacional para a Democracia encontrou dificuldades para
criar entidades favoráveis aos interesses americanos no exterior.
Gerardo Bongiovanni, presidente da Fundación Libertad, um think tank
da Atlas em Rosario, na Argentina, afirmou durante uma palestra de
Chafuen que a injeção de capital do Center for International
Private Enterprise – parceiro do NED no ramo de subvenções –
fora de apenas US$ 1 milhão entre 1985 e 1987. Os think tanks que
receberam esse capital inicial logo fecharam as portas, alegando
falta de treinamento em gestão, segundo Bongiovanni.
No
entanto, a Atlas acabou conseguindo canalizar os fundos que vinham do
NED e do CIPE, transformando o dinheiro do contribuinte americano em
uma importante fonte de financiamento para uma rede cada vez maior.
Os recursos ajudavam a manter think tanks na Europa do Leste, após a
queda da União Soviética, e, mais tarde, para promover os
interesses dos EUA no Oriente Médio. Entre os beneficiados com
dinheiro do CIPE está a CEDICE Libertad, a entidade a que líder
opositora venezuelana María Corina Machado fez questão de
agradecer.
O
assessor da Casa Branca Sebastian Gorka participa de uma entrevista
do lado de fora da Ala Oeste da Casa Branca em 9 de junho de 2017 –
Washington, EUA. Foto: Chip Somodevilla/Getty Images
NO
BRICK HOTEL, em Buenos Aires, Chafuen reflete sobre as três últimas
décadas. “Fisher ficaria satisfeito; ele não acreditaria em
quanto nossa rede cresceu”, afirma, observando que talvez o
fundador da Atlas ficasse surpreso com o atual grau de envolvimento
político do grupo.
Chafuen
se animou com a eleição de Donald Trump para a presidência dos
EUA. Ele é só elogios para a equipe do presidente. O que não é
nenhuma surpresa, pois o governo Trump está cheio de amigos e
membros de grupos ligados à Atlas. Sebastian Gorka, o islamofóbico
assessor de contraterrorismo de Trump, dirigiu um think tank
patrocinado pela Atlas na Hungria. O vice-presidente Mike Pence
compareceu a um encontro da Atlas e teceu elogios ao grupo. A
secretária de Educação Betsy DeVos trabalhou com Chafuen no Acton
Institute, um think tank de Michigan que usa argumentos religiosos a
favor das políticas libertárias – e que agora tem uma entidade
subsidiária no Brasil, o Centro Interdisciplinar de Ética e
Economia Personalista.
Mas
talvez a figura mais admirada por Chafuen no governo dos EUA seja
Judy Shelton, uma economista e velha companheira da Atlas Network.
Depois da vitória de Trump, Shelton foi nomeada presidente da NED.
Ela havia sido assessora de Trump durante a campanha e o período de
transição. Chafuen fica radiante ao falar sobre o assunto: “E
agora tem gente da Atlas na presidência da Fundação Nacional para
a Democracia (NED)”, comemora.
Antes
de encerrar a entrevista, Chafuen sugere que ainda vem mais por aí:
mais think tanks, mais tentativas de derrubar governos de esquerda, e
mais pessoas ligadas à Atlas nos cargos mais altos de governos ao
redor do mundo. “É um trabalho contínuo”, diz.
Mais
tarde, Chafuen compareceu ao jantar de gala do Latin America Liberty
Forum. Ao lado de um painel de especialistas da Atlas, ele discutiu a
necessidade de reforçar os movimentos de oposição libertária no
Equador e na Venezuela.
Danielle
Mackey contribuiu na pesquisa para essa matéria.
Tradução:
Bernardo Tonasse
Auroria do original em inglês (que não li):
Lee Fang is a journalist with a longstanding interest in how public policy is influenced by organized interest groups and money. He was the first to uncover and detail the role of the billionaire Koch brothers in financing the Tea Party movement. His interviews and research on the Koch brothers have been featured on HBO’s “The Newsroom,” the documentaries “Merchants of Doubt” and “Citizen Koch,” as well as in multiple media outlets. He was an investigative blogger for ThinkProgress(2009-2011) and then a fellow at the Investigative Fund of the Nation Institute and contributing writer for The Nation.
In 2012, he co-founded RepublicReport.org, a blog to cover political corruption that syndicates content with TheNation.com, Salon, National Memo, BillMoyers.com, TruthOut, and other media outlets. His work has been published by VICE, The Baffler, The Boston Globe, the San Francisco Chronicle, The Progressive, NPR, In These Times, and The Huffington Post. His first book, “The Machine: A Field Guide to the Resurgent Right,” published by The New Press, explores how the conservative right rebuilt the Republican Party and its political clout in the aftermath of President Obama’s 2008 election victory. He is based in San Francisco.
Lee Fang is a journalist with a longstanding interest in how public policy is influenced by organized interest groups and money. He was the first to uncover and detail the role of the billionaire Koch brothers in financing the Tea Party movement. His interviews and research on the Koch brothers have been featured on HBO’s “The Newsroom,” the documentaries “Merchants of Doubt” and “Citizen Koch,” as well as in multiple media outlets. He was an investigative blogger for ThinkProgress(2009-2011) and then a fellow at the Investigative Fund of the Nation Institute and contributing writer for The Nation.
In 2012, he co-founded RepublicReport.org, a blog to cover political corruption that syndicates content with TheNation.com, Salon, National Memo, BillMoyers.com, TruthOut, and other media outlets. His work has been published by VICE, The Baffler, The Boston Globe, the San Francisco Chronicle, The Progressive, NPR, In These Times, and The Huffington Post. His first book, “The Machine: A Field Guide to the Resurgent Right,” published by The New Press, explores how the conservative right rebuilt the Republican Party and its political clout in the aftermath of President Obama’s 2008 election victory. He is based in San Francisco.
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