26 outubro, 2016
Fé de Mais: a fé de Temer
Querido diário:
Fé de mais: postei em 30/set/2013 um negócio com este título aqui. Trtava eu, naquele momento, de "minha relação com o infinito", expressão que lá não consta. Mas agora trato de horizontes bem menos dilatados no tempo: 20 anos. Ou seja, estou falando na "PEC 241", pec, de pecado, especialmente, o pecado da burrice e do puxa-saquismo ontem aprovada em segundo turno lá pela combativa/combalida câmara dos deputados.
Explico-me. A revolução que vimos na microeconomia contemporânea tem nome e sobrenome: teoria dos jogos. A rigor, a parentada não é pequena, pois o estudo dos processos de escolha estratégica penetrou praticamente todas as áreas das ciências sociais e, especialmente, a ciência política e a ciência econômica. E há dois descritores, pelo menos, para enlevar o assunto: credibilidade e reputação.
E daí? É que o governo Temer e seus acólitos não são inteligentes o suficiente para entender que o sabujismo que pensam estar praticando ao prometer pau nos gastos sociais brasileiros, desmonte dos frangalhos em que está o setor público, tudo isto não passa pelo teste da credibilidade e da reputação do governo, do setor público brasileiro, para qualquer agente (mas eles querem dizer apenas "investidor" ou, sem meias palavras, capitalista). Tivessem os governantes a reputação de seriedade, as medidas anunciadas a lei do orçamento teriam credibilidade. Não é igual a não: nem credibilidade nem reputação.
Fosse o governo decente, ele faria o que tem que fazer por meio da lei do orçamento, não sendo necessária qualquer mudança constitucional que em nada mais resulta de prático do que garantir como será o gasto público no ano que vem, e no outro, etc. E parece óbvio que esta mudança constitucional (se ainda for aprovada pelos doidivanas do senado federal) não vai durar, pois é -além dos traços da confiança e respeitabilidade- fraca em técnicas escorreitas de administração das finanças públicas.
É ter fé de mais na ideia de que reputação de sabujo atrai investimento.
DdAB
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