06 agosto, 2016

As Olimpíadas: visão dos afogados

Querido diário:

Sobre a alegria provocada nas pessoas de bem pelo espetáculo da abertura das Olimpíadas. Tem gente pensando em qual será o destino dos netos de Sexta-Feira, numa clara captura de ideias de Stephen Hymer naquele famoso artigo intitulado: "Robinson Crusoé e o Segredo da Acumulação Primitiva".

Eu comentei num mural amigo (mutatis mutandis):

Tem gente imaginando um jogo terrível: quanto eu pagaria de bolsa de estudos para um menino de rua cujo bisneto (daqui a poucos anos) irá assassinar-me para "reter" meus óculos de sol bifocais, mas tudo poderia ser evitado, se o bisavô fosse tornado num famoso clarinetista, num professor de latim, sei lá. Falei que não há mercado para este tipo de transação e segui meu -até agora- calmo curso de vida.

DdAB
P.S.: e tu sabias que "Facebook também é cultura" e "blog... nem se fala"? É que a imagem que segue fala em "Robinson Crusoe", mas we Brazilians falamos em Robinson Crusoé. Isto quer dizer que a negadinha não sabia inglês e, quando chegou a hora de aproveitar o sucesso mundial do livro de Daniel Defoe, apelou para a versão francesa, o que delega ao acento agudo o papel de fechar o som, do "e" final, também forçando o ditongo, afinando-se com a pronúncia inglesa.. E a foto veio da Wikipedia.
P.S.S.: e acabo de colocar o link da tradução que Adalberto Alves Maia Neto e eu fizemos do artigo de Stephen Hymer no Google Documents:
https://drive.google.com/file/d/0Bw_-ONgRpg6GTWk1OUtqNlNpWjQ/view?ths=true, publicada pela finada revista Literatura Econômica (do IPEA velhos tempos. A editora da revista era Ana Luíza Ozório de Almeida, que fez um trabalho extraordinário adicionalmente ao nosso).

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