Querido diário:
Andava eu quebrando a cabeça para dizer algo interessante sobre industrialização precoce do Brasil e não vi que Danny Rodrik estava falando no assunto. Seu ponto de vista é um tanto divergente do meu, acho que ele não lê os blogs vazados em português.
In view of its status as the world’s manufacturing powerhouse, it is surprising to discover that manufacturing’s share of employment is not only low, but seems to have been declining for some time. While Chinese statistics are problematic, it appears that manufacturing employment peaked at around 15% in the mid-1990’s, generally remaining below that level since.
[...]
An immediate consequence is that developing
countries are turning into service economies at substantially lower levels of
income. When the US, Britain, Germany, and Sweden began to deindustrialize,
their per capita incomes had reached $9,000-11,000 (at 1990 prices). In
developing countries, by contrast, manufacturing has begun to shrink while per
capita incomes have been a fraction of that level: Brazil’s deindustrialization
began at $5,000, China’s at $3,000, and India’s at $2,000.
[... e, um tanto contra o Dudu,]
The economic, social, and political
consequences of premature deindustrialization have yet to be analyzed in full.
On the economic front, it is clear that early deindustrialization impedes
growth and delays convergence with the advanced economies. Manufacturing
industries are what I have called “escalator industries”: labor productivity in
manufacturing has a tendency to converge to the frontier, even in economies
where policies, institutions, and geography conspire to retard progress in
other sectors of the economy.
[...]
The social and political consequences are less fathomable, but could be equally momentous. Some of the building blocks of durable democracy have been byproducts of sustained industrialization: an organized labor movement, disciplined political parties, and political competition organized around a right-left axis.
Danny Rodrik: aqui. Postado em 14/out/2013.
O que me parece é que those days are gone. E ficarão ainda mais no passado à medida que a globalização aprofundar-se. Ele diz (citei acima?) que Robert Lawrence chamou a atenção para o fato de que a desindustrialização nos países capitalistas avançados foi independente da enorme globalização dos últimos 40 anos (90% da frase é ideia minha...).
Aliás, esta flexibilização das subcontratações que está sendo votada hoje é um sinal dos tempos: o que a classe trabalhadora precisa fazer é descobrir o que a enfraquece e tentar mudar. Não é concebível uma reportagem laudatória como a da carta capital desta semana, considerando que Getúlio Vargas e sua CLT deram algum traço de contribuição positiva para o movimento operário brasileiro. Por exemplo, o sindicato de categoria e não de empresa. Agora é possível que, na nova lei, comece-se a pensar nisto: haverá comunhão de interesses entre os contratados e o subcontratados, não é mesmo?
E que se deve fazer? Penso que é mesmo aprofundar a globalização, abrir a economia, jogar a política pública para produzir capital humano e não capital físico, a não ser aquele induzido (não produzir, mas prover) pelo crescimento dos setores produtores de bens públicos e de mérito.
DdAB
Imagem daqui. Parece que o título desta postagem é vergonhoso...
Nenhum comentário:
Postar um comentário