Querido diário:
Será que os próprios juros, esta atividade tão festejada com fogueiras na Idade Média, têm este poder de ser classificados como de direita ou de esquerda? [1]
Estou refletindo sobre este -sem trocadilho- candente assunto por causa de nova elevação nesta sagrada taxa pelo assim chamado Governo Dilma. Dizem que Dilma -minha ex-estagiária, por assim dizer- é honesta. Claro que não duvido, pois eu jamais teria dado tabelas a serem montadas por uma estagiária desonesta. Mas seu governo não é lá este padrão de moralidade, como bem sabemos. Eu mesmo andei declarando preferir nas eleições que passaram feito um rojão "de dois pila" votar em ladrões de esquerda, em prejuízo do voto nos ladrões de direita. [2]
Ontem o Conselho Monetário Nacional, ou quem lá seja, elevou a taxa de juros da economia para módicos 13,25%, numa sequência de cinco meses e récord de seis anos (tudo segundo a capa de Zero Hora, fonte fidedigna para assuntos de direita).
O que fico a perguntar-me é como é que pôde este governo que andei pensando por alguns anos poderia ser atrelado à defesa dos interesses populares dar tanta burrada:
.a. perdeu o controle da macroeconomia, do quarteto macroeconômico (juros, câmbio, salário e déficit público) e
.b. ao tentar novo ajuste apela, inapelavelmente, para medidas de direita.
Para mim, o verdadeiro problema brasileiro não é propriamente a política macroeconômica e o retrato da incompetência governamental mas o descalabro do descalabrizado poder judiciário. Mas parece que os acontecimentos enveredaram por tal rumo que parece que a solução que envolve todas as demais soluções é a criação de um novo partido político.
Tenho falado nos bares que frequento no
Partido Zero
DdAB
[1] Ver esta postagem aqui em que deixo claro haver esta opção -direta ou esquerda- praticamente para tudo, até para a marca de nosso chiclé balão.
[2] Aqui.
[3] De onde veio o nome Partido Zero? Daqui.
E a imagem veio daqui.