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Epa, já melhorou: uma coisa é desacreditar da humanidade e outra é desconfiar do jornalismo. Há menos consequencias danosas no último caso. Fruto de mentes humanas, como a própria natureza humana é mais mutável do que biruta, podemos pensar que o jornalismo mudará com os ventos da cultura, da exação, do estudo e da formalização. Programas de inteligência artificial, em futuro discernivel, vão permitir-nos saber o que bem entendemos sobre o que bem entendemos no momento em que bem entendermos.
Como tal, somos forçados a admitir que a manchete de Zero Hora em seu Caderno Rural ("Campo e Lavoura") de hoje, nomeadamente, "Inquetação nos Aviários". Pensei inicialmente numa invasão de raposas, ou -o que dá praticamente no mesmo- de políticos. Depois, vim a entender na submanchete: "Produtores gaúchos estão preocupados com a fusão entre Sadia e Perdigão". Penso no pessimismo, penso no "jornalismo baseado em evidência". Claro que, no futuro, este tipo de afirmação estará, primeiro, amenizado: "Nossa amostra não permite rejeitar a hipótese de que a maioria dos produtores gaúchos está preocupada etc..". Segundo: penso que a máxima "bad news is good news" é sinedoquista, mas além disto, está sendo excessivamente levada a sério. Finalmente, precisaríamos também investigar a legitimidade das preocupações da fração da amostra de produtores selecionada expressando-se sobre a fusão.
Neste caso, o jornalismo econômico legítimo leva-nos a indagar como é que os produtores chegaram à conclusão de que podem ser prejudicados. Saberão eles o que é um oligopsônio? E que significa crescimento empresarial? E que nem sempre vale a pena explorar o vendedor da matéria prima, pois ele pode -in due time- mudar de ramo. Será que o jornalista econômico, no caso, a dupla Leandro Belles e Sâmia Frantz, sabe que o preço em concorrência situa-se no nível do custo marginal, o que expulsa todo mundo do negócio? Será que eles, em sabendo isto, saberão que a Sadia-Perdigão também sabe? Só sei que nada sei...
DdAB
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