Pelo jeito, a resposta é "não!", com exclamação! Mas há considerações interessantes feitas por mim e apoiadas no GPT e no Gemini:
Prosseguindo na reflexão
sobre como mitigar as misérias trazidas pelo desemprego, compete-nos indagar
sobre uma das causas motivadoras da ação do governo ou da
comunidade na busca da ocupação da população economicamente ativa que se
encontra em situação de desemprego voluntário (vivendo com a renda básica
universal) ou não. A pergunta motivadora é: por quê, se – no capitalismo – tudo
vira mercadoria – num mundo de mercados generalizados, não é comum concebermos,
conforme aprendi com Samuel Bowles, um mercado em que as empresas vendem seus
empregos? Sim, sim. Estou me referindo
ao emprego, com implicações originando-se no mercado de trabalho. Por exemplo,
quanto a nova geração, ou seus progenitores ou a própria a sociedade pagaria para comprar os empregos, digamos, das pessoas de 40 anos ou mais: uma
aposentaria avant la lettre. Na
verdade existem aproximações de um verdadeiro mercado de empregos, desde as
empresas especializadas em recursos humanos até os ainda mais refinados head hunters. E, se tudo vira mesmo mercadoria, poderemos
pensar que também haverá vendas do emprego de um trabalhador a outro. Quais
seriam os problemas dessas vendas? Seriam similares àqueles já vistos no mundo
moderno, como na cidade de Veneza, cujo fluxo de turistas é tão grande que seu
número passou a ser racionado.
Fazendo um experimento mental, o fato é que, em uma análise hipotética, pode-se argumentar que existe alguma "virtude" nessa prática, dependendo do contexto, mas não isenta de controvérsias. Por exemplo, a venda de empregos poderia criar um mercado mais eficiente para o trabalho, onde os candidatos mais qualificados, independentemente de sua capacidade de pagar, teriam a oportunidade de obter empregos,aperfeiçoando a alocação de recursos. Da mesma forma, alguns argumentam que a capacidade de pagar por um emprego pode refletir o valor econômico que um candidato traria para a empresa. Em um exercício de análise contrafactual, a venda de empregos poderia gerar receitas adicionais para serem alocados pela empresa. Também benévola é a possibilidade de que a permissão da venda de empregos oferece aos virtuais compradores a liberdade de escolher oportunidades de emprego com base em seus próprios critérios financeiros.
Ainda assim, os argumentos favoráveis
são, em geral, controversos e muitas vezes negligenciam considerações éticas,
legais e sociais. A venda de empregos cria desigualdades econômicas e sociais,
pode levar à discriminação e minar princípios fundamentais, como igualdade de
oportunidades. Na prática, as consequências negativas geralmente superam
qualquer suposta virtude que poderia ser associada a essa prática. Mas esta
crítica é facilmente superada, se considerarmos um monopsônio em que o
comprador específico é o governo, sindicatos ou mesmo ONGs.
Mas isto não impede que possamos
observar vantagens na prática. Por exemplo, na maioria dos países, existem leis
trabalhistas e regulamentos que proíbem essa prática, visando garantir que o
processo de seleção de funcionários seja justo, não discriminatório e baseado
no mérito. Adicionalmente, e até mais sério, firmas vendendo empregos criariam
uma situação em que apenas aqueles com recursos financeiros significativos
teriam acesso ao emprego, o que seria injusto e discriminatório, tendo em vista
que a igualdade de oportunidades é um princípio fundamental em muitas
sociedades.
Um lado ainda mais complicado e elucidado pela economia da informação sobre a venda de empregos leva ao que se chama de seleção adversa: a empresa arrisca-se a contratar pessoas desqualificadas para as funções, mas capazes de pagar o preço fixado para a compra do emprego. Em boa medida, tal prática iria prejudicar tanto a produtividade quanto o desempenho da equipe. Isso afetaria negativamente a empresa e seus resultados. Também, dependendo da distribuição por gênero dos virtuais compradores, a venda de empregos poderia limitar a diversidade na força de trabalho, uma vez que apenas aqueles com recursos financeiros significativos teriam acesso às oportunidades de emprego. Romper essa regra implica elidir a perspectiva de que a diversidade e a inclusão são fundamentais para a criatividade, inovação e para refletir a sociedade de maneira justa. Neste sentido, a cultura de uma empresa desempenha um papel importante na satisfação dos funcionários e no sucesso da organização. Também devemos admitir a possibilidade de erros no processo de recrutamento., permitindo a contratação de trabalhadores distanciados e até contrários à cultura da empresa, prejudicando o ambiente de trabalho e a moral dos funcionários.
Nenhum comentário:
Postar um comentário