01 março, 2019

Ideia Fixa: Borges, Emprego e... Adalmir...

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Querido diário:

Dado o estrondoso sucesso que alcançaram duas publicações em que fiz menção explícita a estratégias adotadas pelo prof. Adalmir para enfrentar as lidas da vida, decidi fazer umas reflexões -eu mesmo- sobre a vida e suas lidas. Tenho o objetivo de, com elas, deixar claro que o prof. Marquetti, ainda na condição de estudante na Av. João Pessoa, 52 em Porto Alegre muito marcou minha contemporânea maneira de pensar. Para ilustrar minha parte, pensei que poderia ser de bom tom eu citar algo assinado por autores do porte daquele que fez a vigília na Rua São Manoel, também em Porto Alegre.

Na busca de ilustrar minha relação de pertinência ao mundo econômico, achei super sábio o que dizem Jorge Luis Borges e Adolfo Bioy-Casares na página 103 do livro que vou referenciar no P.S. Era um bicho muito louco descrevendo coisas para don Isidro Parodi:

[...]
Assim como no corpo do homem o dente não vê, o olho não arranha e a pata não mastiga, no corpo que por convenção chamamos de 'país', não é decente que um indivíduo usurpe a função dos outros.

Sintético, pero cariñoso, digo, "... negro, pero cariñoso, llorona...". E sobretudo não é impossível que eu esteja citando fora de contexto. Mas no último dos seis problemas resolvidos por Isidro Parodi, pelo que entendi, temos uma sutil alusão ao funcionamento do mercado de trabalho.

Parece evidente que, além de minha diligente pessoa, Richard Layard, em seu livro "Happiness" também valeu-se desse segmento de frase, a fim de ilustrar seu ponto de que quem trabalha em excesso polui a vida dos demais. Óbvio que somos poluídos apenas por quem trabalha em excesso quando inserido no mercado de trabalho. Este, como sabemos, tem incontornáveis excedentes de oferta, o que -no capitalismo- garante-se que não haverá empregos para todos. Claro que, como observou nosso professor Marquetti, o trabalho embutido naquelas mangas não polui ninguém, pois não estamos falando em mercadoria, portanto, não se fala em produção mercantil e nem em mercado de trabalho. As mercadorias, como sabemos, existem apenas num mundo em que rege a propriedade privada, o que não é o caso da mangueira da Rua São Manoel

E ficou claro que a economista Carolina da Silva Dias situa-se entre ele (Adalmir) e mim (Duilio): o A de Adalmir cerca o C de Carolina, que também é cercado pelo D de Duilio, o que prova insofismavelmente que, na sequência {A C D}, o C está mais perto do D do que do A. Não é isto?

DdAB
Ops. Parece que deu um certo xabu na ilustração que selecionei para hoje, pois tá ali o velho Borges sendo homenageado pelo marechal Pinochet, ou algo parecido. Mas já falei sobre isto aqui mesmo no blog, examinando uma posição absolutamente favorável ao literato e devastadora ao cidadão ocupada por Julio Cortazar (aqui).

P.S. Ei-lo:
BORGES, Jorge Luis (2002) Obras em colaboração; com Adolfo Bioy Casares. Rio de Mouro: Teorema. V. 1. Seis problemas para don Isidro Parodi. Tradução (primorosa) de Serafim Ferreira do original de 1942, tempo em que nem o prof. Adalmir nem a econ. Carolina havia aparecido no terceiro planeta de Sol. [E sabe-se lá como fazer a referência de um negócio destes que desandou até para observações pessoais...]

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