Duas entrevistas de Tatiana Roque
.1 Do jornal eletrônico El Pais - aqui. 8 de agosto de 2017.
.2 Do site IHU da Unisinos - aqui. 21 de agosto de 2017.
Exemplo:
O Bolsa Família foi muito criticado por uma esquerda que só acredita em políticas universais e que não reparou que essa política poderia mudar a configuração de poder na sociedade ao empoderar grupos menos favorecidos, como aconteceu de fato. Em muitos lugares isso, inclusive, estimula o desenvolvimento. Uma proposta que serve para recolocar o debate em relação a isso é a da renda universal. É uma das propostas mais interessantes capazes de reconfigurar essa discussão sobre direitos e garantias. Muita gente na esquerda diz que essa renda não seria desejável porque seria uma forma de diminuir as garantias constitucionais, os direitos da Previdência etc. Mas acho que é o contrário. É uma maneira de recolocar o debate a partir de outro patamar. Mas a esquerda tem certo problema de abraçar essa proposta porque permanece esse fetiche de que os direitos têm que estar associados ao emprego. Há uma insistência nesses projetos, inclusive na política econômica, que visam chegar ao pleno emprego... Mas fica cada vez mais claro que é impossível de se chegar a esse patamar na atualidade, em uma sociedade cada vez mais automatizada e baseada em serviços. Por isso é importante deslocar essa discussão para a renda, não insistir tanto sobre o emprego. Ou seja, pensar que as garantias sociais não necessariamente precisam estar associadas ao emprego formal, em um país onde a maioria dos trabalhos é informal.
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