21 julho, 2017

Thomas Nagel e meu Conceito de Esquerda


Querido diário:

Minha primeira sugestão para quem começa a fazer planos que tentem viabilizar uma união das esquerdas para a eleição de 2018 é a listinha:

.a luta pela implantação do governo mundial
.b voto universal, secreto, facultativo, periódico e distrital
.c república parlamentarista.

Dito isto, cabe-me acrescentar que costumo declarar-me especialista em introdução à filosofia, pois li Aranha e Martins na ordem numérica crescente dos capítulos e Cotrim e Fernandes na ordem decrescente, de frente para trás:

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e MARTINS, Maria Helena Pires (2009) Filosofando; introdução à filosofia. 4ed. São Paulo: Moderna.

COTRIM, Gilberto e FERNANDES, Mirna (2010). Fundamentos de filosofia. São Paulo: Saraiva. [Saraiva? Saraivíssima, a mesma de nossos conhecidos livros de metodologia e técnicas de pesquisa e de teoria dos jogos].

Parece que até foi antes disto que li

NAGEL, Thomas (2007) Uma breve introdução à Filosofia. São Paulo: Martins Fontes.

Pois não é que Thomas Nagel, na página 91 de seu livrinho diz algo superinteressante sobre o governo mundial? O livrinho consta de nove capítulos, além da introdução (Como sabemos alguma coisa?, Outras mentes, O problema mente-corpo, O significado das palavras, Livre-arbítrio, Certo e errado, Justiça, Morte e O significado da vida). Pois estou falando do último parágrafo do capítulo 8 . Justiça:

Falamos aqui principalmente do problema da justiça social dentro de um certa sociedade. O problema é muito mais difícil quando abordado em escala mundial; primeiro; porque as desigualdades são grandes demais e, segundo, porque não é claro quais soluções são possíveis na ausência de um governo mundial que pudesse arrecadar impostos mundiais e verificar se estão sendo eficientemente utilizados. Não há nenhuma perspectiva de um governo mundial, o que também é bom, pois provavelmente seria um governo horrível em muitos aspectos. Embora o problema da justiça global ainda persista, é difícil saber o que fazer com relação a ele nesse sistema de estados soberanos independentes que temos hoje em dia.

Veja só! Ele diz não haver perspectivas favoráveis à implantação do governo mundial. Pois concordo, acrescentando que esta é precisamente a razão que deve conduzir um país do porte do Brasil a lutar por ele. O governo mundial servirá precisamente para reduzir as desigualdades, beneficiando precisamente os países mais pobres. Penso na África! Naturalmente, precisamos preparar-nos a fim de enfrentar a ameaça tecnocrática. A experiência da União Europeia terá lindas lições a retirarmos para aperfeiçoar a utopia.

Pois se o governo mundial cingisse sua atuação a arrecadar impostos (tipo imposto de Tobin) e a gastar em bens públicos e meritórios (segurança, saneamento; saúde, educação), dando ainda uma renda básica a cada humano maior de 21 anos, não haveria como não pensar que ele seria um sucesso.

Ergo sou pela reforma do estado, pois do jeito como ele funciona no Brasil, o que vemos é a promoção da desigualdade, por exemplo, com um estamento de funcionários públicos recebendo remunerações milionárias. Também tal é o caso da escolha de "campeões nacionais", que vieram a mostrar-se um dos maiores escândalos da economia industrial internacional.

DdAB
Queria pedir ao Google Images uma foto com Thomas Nagel. Por erro de digitação saiu "navel" e peguei esta imagem que pode ajudar-nos a filosofar sobre umbigos e garotas tanquinhas.

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