20 fevereiro, 2025

Vocabulário: Babbit

 


Aos 18 anos de idade, portanto, há quase 60, li:

LEWIS, Sinclair (1980) Babbitt. São Paulo: Abril Cultural. Tradução de Leonel Vallandro.

Ora, ora, como pude ler algo há 60 anos, quando a publicação ocorreu a apenas 40? E ainda mais desabotinado é sabermos que o livro foi feito em 1922? Assim é o mundo. Li há 60 anos a coleção Catavento, da Editora do Globo. E tenho lembranças de tê-lo feito durante umas férias de inverno na aprazível cidade de Jaguary.

Pois então. Li e entendi todo o roteiro da história, afinal, estava afinadíssimo nesta língua, que tinha a ver com minha preparação ao exame vestibular à Faculdade de Economia da UFRGS. E o interessante é que acabo de reler a obra de Lewis. Costumo dizer que entendi, por uma questão de idade, não ser capaz de ler todos os livros do mundo, mas tenho boas chances de reler toda a leitura literária que já compulsei. Nesta releitura, fui sublinhando palavras desconhecidas ou mesmo conhecidas que me pareceram agora divertidas. Mas, infelizmente, não estava me preparando para esta postagem e, neste elã, não fiz o trabalho exaustivamente. Feita a listagem e removendo duplicações, cheguei a 312 palavras.

ORDEM ALFABÉTICA SEM REPETIÇÃO

abeto acabrunhado acaçapar acantilar aclive açular aditamento afanar aforismo agastar airoso alarife aliciar alpendre altercar alvarmente ambarina  amiais amidão ancho anelante antanho aperaltado apoquentar ardósia arquejar arrufo assomo áster astracã atabafado atabalhoado atrabiliário aturdido aviar azáfama azar badameco bafiento bagarote balsâmina bambochata barrela barretina belbutina besigue bétula bizzaria bordo bordo bosquete bramir breca brocado bruma brunido caipora caíque caixilho calão calorífero capcioso carranquear carreteira catana cavaqueira cavilha cepa chacotear chibante chocarreira chofre cincha cingalês cingir cismar cismativo clangor clarinar cognome concitar constelado constrição cornija coser cretone cumeeira cunhal dalmático debique degas desavir descoroçoamento dintel dissipação eflúvio emproar encavacar encômio endefluxado enfadar enfunado entanguido entonar enxurro esbater esbeiçado escangalhado escarninho esculápio esmoler espadanar espádua espapaçar esparzir (espargir) espavento espaventosa estafado estentóreo estertoroso estio estival estor estorcir estore estorvar estremunhado estrépido estrovenga estrupido estugar estuque etnologia evadir exasperar excursivo exprobração extático facécia factótum fagueiro falquejada fanado fasquia fastidioso fatiota felpa insulso feminista feto fibusteiro fragor fraque frascário frouxo fúlgido fumarada gabola gafar galhofar gárrula gebo genebra gingar  gongo gonzo gorgear grafita gramofone granada grasna harpia heráldica hinc illae híspido impante impar implume intrujar invectiva irrisão janota jeremiada juntura labuta lacrimae laivo lamê lancinante lasso latagão lavor lavradio lente lépido lesto lira loquacidade lorgnon magnificente mango matorral melena mocho modorra mosquear mossa nédio neres neroniano nimiamente nódoa obnubilar obus olmeiro olmo olvido opala outeiro padiola pala pantomima paradear parlapatão passadiço patarata pejo pelintra penedo perlustrar perorar pertinaz petrecho pexote picuinha pimpão pinga plasta ponderosa pontifical porqueira potentado pressuroso propalado proternar pruriente puído quabrantado quizilar rábano ramerrão rangífer reboante reboar rebordo rebordosa rebuçado rechonchudo regozijar reixa remoinho renque repimpar repisar resmonear retouçar reverberar rezingas rezingueiro ribombar ronceiro rondó rotogravura rotunda rubicundo rufado rutilante sabujo salacidade salmodiar sanacidade sarapantona sarapintado sarja sensaboria serpear setentrional súcia sumagre tépido Terpsícore tetrarcas  tilintar timorato torva tosadeira trescaldar tronchudo truque tule túrbido ufanar untuoso verboso verdugo vereda vesperal vitrola volúpia voluptuário vozearia zimbro

E umas frases gritantes: 

"meu negócio não é distribuir telhas, mas sobretudo impedir que meus concorrentes o façam."

" é bem possível que estes cursos por correspondência venham a ser uma das mais importantes invenções americanas."

"Acreditava que a terra era plana, que os ingleses são as dez tribos perdidas de Israel e que os Estados Unidos são uma democracia."

"Era o homem mais atarefado do congresso, tão atarefado que não conseguia fazer absolutamente nada."

DdAB

16 fevereiro, 2025

O Chat GPT e a Aporofobia (fobia ao indigente)


EDUCAÇÃO/ALEMANHA

Legenda da matéria: Editora alemã altera livro após denúncia de brasileiros

Sofia Fernandes

Publicado em 14/02/2025

Livro didático usado em escolas alemãs reforça estereótipos de pobreza no Brasil. Mobilização de brasileiros levou editora a se desculpar e revisar edição original.

Comentário da foto feita por Sofia Fernandes/DW.

DdAB: Circulou nas redes brasileiras o seguinte incidente surgido a partir da denúncia de que um livro didático alemão teria uma visão aporofóbica (ver Adelia Cortina e Flávio Comim) de pelo menos um menino carioca. A foto que nos encima veio de lá. 

Falante de alemão:


Falante de português:


Fiquei em dúvida se o conteúdo da foto, o pas-de-deux entre a garota da guitarra e o menino indigente da lata do lixo é o original do livro ou a versão revisada. Seja como for, sinto-me muito mais ferido pela realidade que vejo nas ruas de Porto Alegre do que pela versão alemã pocket do mesmo drama. A fome, a miséria e o imperialismo, como víamos em pixações antigas pelas cidades do Brasil, são estarrecedoras ano após ano. e só aumentam. E o outro lado do Gini é ainda mais estarrecedor, pois também só aumentam os ganhos nem todos completamente ilícitos ou imorais. 

DdAB

06 fevereiro, 2025

Phishing e Pharming: o crime não tem asas



Há dois tipos, entre milhares de outros, de fraudes na internet. Indaguei ao Chat GPT o que são. E aqui estão as respostas citadas literalmente. 

Phishing é um tipo de golpe no qual criminosos se passam por entidades confiáveis (bancos, empresas, governos) para enganar pessoas e obter dados sensíveis, como senhas e informações bancárias. Isso pode ocorrer por e-mails, mensagens falsas, sites clonados, entre outros.

Isto me lembra o estelionato, que envolve enganar alguém para obter vantagem ilícita, como vender um produto falso ou prometer algo que não será entregue.

Pharming: enquanto o phishing envolve enganar a vítima para que ela forneça seus dados (geralmente por e-mails falsos ou mensagens fraudulentas), o pharming é mais sofisticado: os criminosos manipulam o tráfego da internet para redirecionar usuários para sites falsos, mesmo que a vítima digite o endereço correto no navegador.

Ambos, phishing e pharming são formas de fraude digital, mas o phishing depende mais do engano direto, enquanto o pharming compromete sistemas para desviar os usuários. 

Fui adiante e indaguei:

Qual a origem desses termos phishing e pharming. Lembram "pescar" e "semear"O ChatGPT disse: boa sacada! Os termos realmente têm origens que remetem a essas ideias.
  1. Phishing vem de uma variação da palavra "fishing" (pescar, em inglês). A troca do "f" pelo "ph" pode ter sido inspirada em gírias de hackers dos anos 1990. A ideia é que os criminosos "lançam iscas" (e-mails falsos, links fraudulentos) para "pescar" vítimas desatentas e obter suas informações.

  2. Pharming vem da fusão de "phishing" com "farming" (cultivo, semeadura). Enquanto o phishing engana uma pessoa por vez, o pharming redireciona múltiplas vítimas automaticamente, como se estivesse "semeando" um golpe para colher dados em larga escala.

Ou seja, sua intuição estava correta! O phishing é como pescar uma vítima de cada vez, enquanto o pharming espalha uma armadilha para capturar muitas ao mesmo tempo. 

DdAB (e ChatGPT)