Em compensação, estou lendo um livro que está me deixando encantado:
ECO, Umberto (1985) Diário Mínimo. São Paulo: Difel. Tradução de Miguel Serras Pereira a partir do original Diario Minimo, Milano: Mondadore.
Uma loucura essa coleção de crônicas. Cada uma cada vez mais surpreendente que a outra. Por exemplo, ele faz, em uma única crônica, a resenha bibliográfica das notas de 50 mil liras e 100 mil liras, impressas em 1967. Vou falar na crônica de encerramento do volume de Eco (não do Banco da Itália...), intitulada Dolenti Declinare (no Google Translate: reduzir a dor).
Trata-se, como diz um subtítulo entre parênteses de "relatórios de leitura para um editor). E qual seria o último, as últimas palavras do amado livro? Não é o "Ulysses", mas é o outro, o "Finnegans Wake". Cito ipsis litteris:
Joyce, James. Finnegans Wake
Por favor, digam aos serviços que estejam mais atentos quando enviarem livros para eu ler. Sou leitor de inglês e mandaram-me um livro escrito em não sei que demônio de outra língua. Restituo o volume num embrulho separado.
E não é, ipsis litteris, um comentário 100% válido para o Ulysses, do festejado autor dublinense? Jurei que nunca vou ler o Finnegans Wake. E estou vivendo verdadeiros infernais dire straits para vencer a tradução portuguesa publicada pela editora Relógio D'Água. Mas um dia termino e vou rir-rir-rir por não seguir lendo Joyce, a última obra dele.
Quem quiser saber mais sobre minhas posições sobre o Ulysses poderá usar o motor de busca do canto superior esquerdo do próprio blog e digitar ulysses. E um enorme mundo de atrações literárias se abrirão aos olhos curiosos do leitor curiosíssimo.
DdAB
P.S. Segue-se que em compensação sabe-se lá o que está sendo compensado.
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