Na pandemia tenho lido literatura como talvez apenas o tenha feito no final da adolescência. E, em qualquer tempo, gosto de reler obras que marcaram época, minha época, coisas da minha vida. Garanto que, no tempo antigo, li
SOMERSET MAUGHAM, William [1944; (2003)] O fio da navalha. Rio de Janeiro: O Globo; São Paulo: Folha de São Paulo. Tradução de Lígia Junqueira Smith.
E que, mais recentemente, com essa imprenta, li em 2010 (conforme o registro que fiz aqui) e, ainda mais recentemente, acabei de ler há um par de horas. Sempre a mesma erudita tradução de Lígia Junqueira Smith.
Falei em três traduções no título da postagem, não é mesmo? Então já posso adiantar duas: do inglês ao português e do francês (tu) ao... francês (vous). O interessante é que o contraste entre as línguas inglesa e francesa mostram a questão de gênero ausente no inglês, mas presente no francês, assim como no português.
Então o romance, no original inglês, a certa altura, que agora não localizei, fala em "you", que pode ser "tu" ou "vós". E fica indefinido o gênero de quem se fala: you, the king, you, the queen. Claro que, em francês, não há titubeios: "tu" (como em português) e "vous". O interessante é que, pelo que conheço da Langue Et de Civilisation Françaises, mesmo pessoas íntimas dirigem-se uma a outra como "vous" e não como "tu": est ce que tu veux un verre de vin? do papai ao filhinho em seu berço, contra est ce que vous voulez cinc verres de vin? Mas ainda mais interessante é que esse negócio de tu e vós tem correspondentes entre o francês e o espanhol. Pelo menos em Buenos Aires, diz-se "vos" mesmo para os íntimos, como pai e filha. E, por lá, nunca me chamaram de tu, apenas Dudu.
DdAB
Nenhum comentário:
Postar um comentário