Querido diário:
Sendo hoje sábado de aleluia, tenho que falar sobre dois cantores. Diria, em outro nonsense, "segue-se logicamente". Gosto destes "segue-se logicamente" quando o nada a ver é que tem tudo a ver.
Pois bem. Dias atrás, li sobre o passamento do cantor Emílio Santiago. Disseram que seria a maior voz de todas, talvez comparada até a Frank Sinatra. Pois eu seguia pensando que o melhor cantor era Milton Nascimento. Disseram que o governador Sérgio Cabral, no tempo em que era o que queríamos, ou seja, um crítico musical, disse sobre o Emílio Santiago: "Finalmente, um cantor que canta".
Claro que ele, sabido, estava parafraseando o grandioso Stanislaw Ponte Preta, aparentemente retirado da agenda poucos anos depois do afastamento para outros planos, se é que existem. Sua notoriedade merecia permanecer notória, pois foi ele que inventou o Febeapá, o Festival da Besteira que Assola o País, em homenagem à hoje chamada Didadura Militar.
Disse o autointitulado Stan falando de João Gilberto (ainda vivo): "Apareceu um cantor que não canta, assopra." Foi mesmo Stanislaw? Se não foi ele, quem foi?
DdAB
Imagem: aqui. Procurei alguma coisa relativa a sopro, Stanislaw e, claro, estava cheio de Febeapá. Mas saí para a arte pela arte e selecionei de lá do Google Images esta linda foto. Parece que é propaganda de um hotel.
P.S. adicionado em 15/dez/2016: ao procurar o que escrevi sobre Frank Sinatra, cheguei aqui e dei-me conta de que confundi o Sérgio Cabral com o Sérgio Cabral Filho. Hoje, o filho do Sérgio Cabral encontra-se preso por corrupção no seu estado de origem.
30 março, 2013
29 março, 2013
Hai-Kai n.26
Querido diário:
Nesta sexta-feira santa, temos o Hai-Kai n.26. Sobre ele, disse Millôr Fernandes:
ENVELHECIDO, CHEIO DE SAUDADE
ANDO NA MULTIDÃO
SEMPRE DA MESMA IDADE.
E o Planeta 23:
Sempre da mesma idade
A mulher do marinheiro
Olha o porto com saudade.
DdAB
P.S. Eu sempre dizia que "aluno não envelhece", o que é mais ou menos a mesma coisa. Mas, provavelmente, até mais certo do que o hai-kai millôriano, pois a população brasileira está envelhecendo, o que fará com que o militante médio da multidão também o faça. Diferentemente, diga-se com este enredo, daquele Popular lá da crônica de Luis Fernando Veríssimo.
P.S.S. sendo que a imagem é daqui.
Nesta sexta-feira santa, temos o Hai-Kai n.26. Sobre ele, disse Millôr Fernandes:
ENVELHECIDO, CHEIO DE SAUDADE
ANDO NA MULTIDÃO
SEMPRE DA MESMA IDADE.
E o Planeta 23:
Sempre da mesma idade
A mulher do marinheiro
Olha o porto com saudade.
DdAB
P.S. Eu sempre dizia que "aluno não envelhece", o que é mais ou menos a mesma coisa. Mas, provavelmente, até mais certo do que o hai-kai millôriano, pois a população brasileira está envelhecendo, o que fará com que o militante médio da multidão também o faça. Diferentemente, diga-se com este enredo, daquele Popular lá da crônica de Luis Fernando Veríssimo.
P.S.S. sendo que a imagem é daqui.
26 março, 2013
Sobre a Vida Moderna
Querido diário:
O marcador da postagem não engana: Besteirol.
A vida moderna se divide em duas partes: o barbeador elétrico e a escova de dentes elétrica.
Ambos têm a peculiaridade, nos tempos modernos, de indicarem que a carga está terminando. Isto, claro, aumenta o bem-estar dos usuários, o que esperamos também seja o caso desta postagem.
DdAB
Por falar em besteirol, barba e higiene oral, temos aqui uma cena facilmente capturável na internet originária, pelo que suponho, do Big Brother, não o de George Orwell, claro. Distopia é distopia. Besteirol é besteirol.
24 março, 2013
Problemas no Encino da Matemática
Querido diário:
Parece óbvio que aquele probleminha dos "nóis pega os peiche" é mesmo para demarcar aquilo que alguns chamam de "português brasileiro", uma língua que cada um fala como quer e não existe o que os antigos chamavam de língua culta. No caso, apenas os melhores estabelecimentos de encino é que autorizariam seus pimpolhos a escreverem do jeito que bem entendem.
O mesmo, bem prevemos, vai acontecer com o encino da matemática: quando a negadinha começar a escrever que 2 + 2 = 5, alguns não entenderão os símbolos 2, +, = e 5. Mas os que os entenderem vão dizer que não há qualquer problema, pois cada um fala como quer. "Eu encino" rima com "eu encilho", ou seja, coisas de burro.
DdAB
Pois não é que, ao procurar 'ensino', só que com 'c', veio-me esta cidade texana (daqui)! Pois bem, meu Aurelião não se mexe com 'encino'. Mas o Google Dictionary disse que é carvalho. Pode? Para a posteridade, carvalhos. Para buros, grama!
Parece óbvio que aquele probleminha dos "nóis pega os peiche" é mesmo para demarcar aquilo que alguns chamam de "português brasileiro", uma língua que cada um fala como quer e não existe o que os antigos chamavam de língua culta. No caso, apenas os melhores estabelecimentos de encino é que autorizariam seus pimpolhos a escreverem do jeito que bem entendem.
O mesmo, bem prevemos, vai acontecer com o encino da matemática: quando a negadinha começar a escrever que 2 + 2 = 5, alguns não entenderão os símbolos 2, +, = e 5. Mas os que os entenderem vão dizer que não há qualquer problema, pois cada um fala como quer. "Eu encino" rima com "eu encilho", ou seja, coisas de burro.
DdAB
Pois não é que, ao procurar 'ensino', só que com 'c', veio-me esta cidade texana (daqui)! Pois bem, meu Aurelião não se mexe com 'encino'. Mas o Google Dictionary disse que é carvalho. Pode? Para a posteridade, carvalhos. Para buros, grama!
19 março, 2013
Hai-Kai n.25
Querido diário:
Enquanto Millôr disse:
LEMBRO MAL
TEMPO EM QUE A
ALDEIA ERA GLOBAL
E o Planeta 23 emenda:
Aldeia da era local
Abre espaço, decidida,
À aurora da vida sideral.
DdAB
Fonte da imagem: aqui.
Enquanto Millôr disse:
LEMBRO MAL
TEMPO EM QUE A
ALDEIA ERA GLOBAL
E o Planeta 23 emenda:
Aldeia da era local
Abre espaço, decidida,
À aurora da vida sideral.
DdAB
Fonte da imagem: aqui.
15 março, 2013
Chavez e Al-Assad
Querido diário:
Em tempos de eleição papal, eleições venezualanas e eleições (?) sírias, não posso deixar de registrar meu desconforto com as heranças de Hugo Chavez e de Bashar al-Assad. Chavez não teve a dupla dignidade:
.a. declarar-se doente e não disputar o quarto mandato presidencial
.b. declarar-se satisfeito com dois mandatos, e não três e menos ainda quatro.
A Carta Capital é que me fez cair a ficha (derrubou-a com uma frase) ao dizer que não se pode falar em ditadura na Venezuela (aliás, isto é problemático, pois teríamos que dizer que não havia ditadura no Brasil, pois o velho Costa e Silva foi eleito, ou o velhíssimo Borges de Medeiros e outros tiranos estaduais daqueles tempos antigos). Disse a Carta que o verdadeiro problema é que, num regime de "homem único", não surgem novas lideranças. Parece que é isto que vemos na Venezuela, em que não há ínfimas bases de comparação entre os rapazes que ficaram e o grande líder que saiu.
E a Síria? Tão auto-centrado é o rapaz que não se deu conta de que deveria sair de cena, em busca de alguma concessão aos descontentes com seu reinado, uma renúncia em favor da paz e da unidade nacional. Tal não foi, dizem-me, a intenção de João Goulart, quando renunciou lá em 1964. Ele poderia ter tentado resistir: apoio de segmentos do Exército é que não lhe faltaram. Mas, dado o impasse institucional que se vivia naqueles tempo, achou melhor eclipsar-se do que colocar a guerra civil na agenda política.
DdAB
Acima temos uma imagem razoavelmente pública, que tirei daqui.
Em tempos de eleição papal, eleições venezualanas e eleições (?) sírias, não posso deixar de registrar meu desconforto com as heranças de Hugo Chavez e de Bashar al-Assad. Chavez não teve a dupla dignidade:
.a. declarar-se doente e não disputar o quarto mandato presidencial
.b. declarar-se satisfeito com dois mandatos, e não três e menos ainda quatro.
A Carta Capital é que me fez cair a ficha (derrubou-a com uma frase) ao dizer que não se pode falar em ditadura na Venezuela (aliás, isto é problemático, pois teríamos que dizer que não havia ditadura no Brasil, pois o velho Costa e Silva foi eleito, ou o velhíssimo Borges de Medeiros e outros tiranos estaduais daqueles tempos antigos). Disse a Carta que o verdadeiro problema é que, num regime de "homem único", não surgem novas lideranças. Parece que é isto que vemos na Venezuela, em que não há ínfimas bases de comparação entre os rapazes que ficaram e o grande líder que saiu.
E a Síria? Tão auto-centrado é o rapaz que não se deu conta de que deveria sair de cena, em busca de alguma concessão aos descontentes com seu reinado, uma renúncia em favor da paz e da unidade nacional. Tal não foi, dizem-me, a intenção de João Goulart, quando renunciou lá em 1964. Ele poderia ter tentado resistir: apoio de segmentos do Exército é que não lhe faltaram. Mas, dado o impasse institucional que se vivia naqueles tempo, achou melhor eclipsar-se do que colocar a guerra civil na agenda política.
DdAB
Acima temos uma imagem razoavelmente pública, que tirei daqui.
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Economia Política
14 março, 2013
Ucho, ucho, ucho. O Papa é gaúcho?
Querido diário:
Eu já era vivo, digamos que 1980-85, bem vivo e o papa Fulano de Tal veio a Porto Alegre. A Avenida Cascatinha já respondia pelo nome de Perimetral Érico Veríssimo ou Aureliano de Figueiredo Pinto, uma coisa destas. O povo gaúcho, acolherado com as coisas do clero, entusiasmou-se e gritava "Ucho, ucho, ucho. O Papa é gaúcho." O papa -parece- era europeu, mas não reclamou.
Na Argentina, o catolicismo é a religião oficial do estado, algo que a umbanda chamaria de baixo astral. Se chamaria. Seja como for, não podemos deixar de imitar: "Ino, ino, ino. O papa é argentino". São rimas infantis, já que nem pobres nem paupérrimas elas podem ser.
E que tenho eu a ver com a eleição do Papa? Nada mais do que os demais "programas de auditório" que volta e meia vejo na TV e mesmo nos jornais. Mais hai-kai:
O noticiário pende
para o noticiário
que jornal vende.
DdAB
Imagem daqui.
Eu já era vivo, digamos que 1980-85, bem vivo e o papa Fulano de Tal veio a Porto Alegre. A Avenida Cascatinha já respondia pelo nome de Perimetral Érico Veríssimo ou Aureliano de Figueiredo Pinto, uma coisa destas. O povo gaúcho, acolherado com as coisas do clero, entusiasmou-se e gritava "Ucho, ucho, ucho. O Papa é gaúcho." O papa -parece- era europeu, mas não reclamou.
Na Argentina, o catolicismo é a religião oficial do estado, algo que a umbanda chamaria de baixo astral. Se chamaria. Seja como for, não podemos deixar de imitar: "Ino, ino, ino. O papa é argentino". São rimas infantis, já que nem pobres nem paupérrimas elas podem ser.
E que tenho eu a ver com a eleição do Papa? Nada mais do que os demais "programas de auditório" que volta e meia vejo na TV e mesmo nos jornais. Mais hai-kai:
O noticiário pende
para o noticiário
que jornal vende.
DdAB
Imagem daqui.
13 março, 2013
Idílios na economia
Querido diário:
Entendo
o mecanismo de preços como fundamental para a produção e a reprodução do
sistema econômico que nos abrigava, é importante identificar precisamente os
fatores objetivos (custos de produção) que garantam a cada um de nós, se chegar ao
mercado primitivo, com uma dúzia de camisas, de lá poder sair com 100kg de
açúcar. Naturalmente, a explicação do ato do produtor de camisas em se dirigir ao mercado
resulta de sua crença de que lá é que se encontra o objeto de seu desejo: um
potinho de açúcar na mesa durante o café da manhã o ano inteiro. Esperar que o governo lhe dê
grátis seu açúcar já seria exagero, ao passo que contar que alguém de sua
comunidade mais próxima pode desejar 12 camisas iguaizinhas (como ela produziu), também é forçar
sua natureza naturalmente otimista. Ampliando a cesta de bens, ela sabe que o
cervejeiro, o açougueiro e o padeiro, no dizer de Adam Smith,pensam em seu próprio bem-estar e não no do produtor de camisas. Mas se cada um age desta forma quando produz para trocar, é possível que tudo ocorra como no melhor dos mundos.
Claro que este mundo idílico de que falo é um mundo sem estado e sem classes sociais. Um dia...
DdAB
Imagem: pedi ao Google Images simplesmente "idílio". Veio o que está lá em cima. Olhei e pensei "É Tarsila." Mas também pensei: "Talvez não seja a Tarsila". Era a Tarsila!
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Economia Política
12 março, 2013
Mais sobre os Dois Brasis
Querido diário:
Tem um Brasil nas páginas policiais dos grandes jornais. E outro nos livros de ciências sociais e associadas. Parece-me que ambos os Brasis têm um ponto em comum: a absoluta falta de impunidade para crimes de todos os tamanhos. Ontem, seis bandidos usando um único táxi (!) mataram uma jovem e balearam seu acompanhante, ambos num automóvel Mégane.
DdAB
Imagem daqui.
Tem um Brasil nas páginas policiais dos grandes jornais. E outro nos livros de ciências sociais e associadas. Parece-me que ambos os Brasis têm um ponto em comum: a absoluta falta de impunidade para crimes de todos os tamanhos. Ontem, seis bandidos usando um único táxi (!) mataram uma jovem e balearam seu acompanhante, ambos num automóvel Mégane.
DdAB
Imagem daqui.
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Economia Política
11 março, 2013
O Prefeito de Porto Alegre e sua Vida Difícil
Querido blog:
Tenho lido estupefato que o governo municipal, ou seja, o velho Fortunatti, está enfrentando um sério problema na tentativa de montar uma administração eficiente. Dizem que, entre os candidatos aos cargos em comissão, todos os capazes já foram empregados, sobrando cargos. Isto seria um problema.
Pensei: não seria o caso de, desde o princípio, ele e sua troupe terem chamado para as chefias os funcionários concursados? E oferecer, ao invés de cargos em comissão para a companheirada, uma renda básica universal decente, eles que não foram treinados para o trabalho?
DdAB
Imagem: abcz.
Tenho lido estupefato que o governo municipal, ou seja, o velho Fortunatti, está enfrentando um sério problema na tentativa de montar uma administração eficiente. Dizem que, entre os candidatos aos cargos em comissão, todos os capazes já foram empregados, sobrando cargos. Isto seria um problema.
Pensei: não seria o caso de, desde o princípio, ele e sua troupe terem chamado para as chefias os funcionários concursados? E oferecer, ao invés de cargos em comissão para a companheirada, uma renda básica universal decente, eles que não foram treinados para o trabalho?
DdAB
Imagem: abcz.
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Economia Política
05 março, 2013
Hai-Kai n.24
Querido diário:
Disse o grande Millôr:
A VIDA É UM SAQUE
QUE SE FAZ NO ESPAÇO
ENTRE O TIC E O TAC.
E diz nosso querido Planeta 23:
Entre o tic e o tac,
O tempo passa e passa
E passa sonolento.
E aí me entusiasmei e ainda fiz:
E passa e passa sonolento
O amor, o tédio, o escuro,
O humor, a madre, o convento.
DdAB
P.S. que andarei querendo dizer com isto? O sono, o amor, o tédio, o escuro, o humor, a madre, o convento? Muito substantivo, muito subjetivo.
P.S.S.: imagem: aqui. Que andarão querendo dizer com ele?
Disse o grande Millôr:
A VIDA É UM SAQUE
QUE SE FAZ NO ESPAÇO
ENTRE O TIC E O TAC.
E diz nosso querido Planeta 23:
Entre o tic e o tac,
O tempo passa e passa
E passa sonolento.
E aí me entusiasmei e ainda fiz:
E passa e passa sonolento
O amor, o tédio, o escuro,
O humor, a madre, o convento.
DdAB
P.S. que andarei querendo dizer com isto? O sono, o amor, o tédio, o escuro, o humor, a madre, o convento? Muito substantivo, muito subjetivo.
P.S.S.: imagem: aqui. Que andarão querendo dizer com ele?
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