09 outubro, 2024

O GPT e minha filosofia da mente

 


Apresentei a seguinte frase ao GPT: "A mente é uma propriedade do cérebro da mesma forma que a visão é uma propriedade do olho?"

Ele respondeu:

Sua asserção está parcialmente correta, dependendo de como interpretamos os conceitos de "mente" e "propriedade" no contexto filosófico e científico.

Correção na analogia:

A visão é, de fato, uma propriedade do olho — ela emerge diretamente da função biológica do órgão ocular, que capta luz e a converte em sinais nervosos para o cérebro processar. O olho tem uma função muito específica e mecânica que resulta na visão.

Por outro lado, a mente não pode ser facilmente reduzida a uma "propriedade" simples do cérebro da mesma maneira que a visão é do olho. O cérebro processa a percepção visual, mas a mente é um conceito mais complexo e abrangente. Ela inclui não só a percepção sensorial, mas também pensamentos, emoções, autoconsciência, raciocínio e a experiência subjetiva.

Posições filosóficas

Dependendo da posição filosófica, a analogia pode ser vista de formas diferentes:

:::: Fisicalismo/Materialismo: Sob essa visão, a mente é inteiramente produto da atividade do cérebro. Nesse sentido, a mente seria vista como uma "propriedade" emergente das interações biológicas e químicas no cérebro. Assim, a frase faria sentido, mas seria necessário enfatizar que a mente é o resultado de processos cerebrais altamente complexos.

:::: Dualismo: De acordo com o dualismo, mente e cérebro são entidades separadas, embora interajam. O dualismo sustentaria que a mente não é simplesmente uma propriedade do cérebro, mas uma entidade distinta.

:::: Emergentismo: Há também teorias que sugerem que a mente é uma propriedade emergente do cérebro, ou seja, é resultado da complexidade da rede neural e das interações, mas não se reduz simplesmente à função do órgão físico.

Conclusão

A frase citada pode ser considerada correta em uma perspectiva materialista, onde a mente é vista como produto da atividade cerebral. No entanto, é uma simplificação, pois a mente envolve uma série de processos e experiências mais complexos do que a visão, e o funcionamento do cérebro vai muito além do papel específico que o olho tem para a visão.

Retomo: parece que ele foi mudando de ideia à medida que ia "pensando" em montar a resposta. No final das contas, atribuindo-a à posição filosófica fisicalista/materialista, ele deixa claro que a analogia é válida. E parece que pode ajudar a resolver muita controvérsia na área religiosa. 

DdAB

03 outubro, 2024

Babel, Borges e o GPT


Hoje de manhã, escrevi para o GPT: Bom dia. Hoje inicio o expediente com uma atividade de lazer. Estou relendo pela terceira vez (ou melhor, relendo duas, pois a primeira foi leitura e não releitura) o livro "Narraciones", contendo contos de Jorge Luis Borges, com edição de Marcos Ricardo Barnatán. Ontem li o conto clássico intitulado "A biblioteca de Babel". Na página 109, diz o conto: "No puedo combinar unos caracteres dhcmrlchtdj que la divina Biblioteca no haya previsto y que en alguna de sus lenguas secretas no encierren un terrible sentido." Fiquei pensando que você pode me ajudar a tomar cada letra e fazer uma frase (em português) que não tenha esse "terrible sentido". Que me diz? E ele disse:

"Da hora, Chico malha todo dia, já corre leve."

Achei um tanto esdrúxulo. Mas ele fez o dever de casa. Todas as letras do conjunto dhcmrlchtdj estão na frase, e, pela ordem alfabética, temos c c d d h h j l m r t. Tem algumas repetições, mas está ok.

Aí segui na viagem pelo alfabeto, e falei na frase famosa "The quick brown fox jumps over the lazy dog", que envolve todas as letras do alfabeto inglês. São 36 letras em nove palavras. Aí o GPT me ofereceu outra com menos letras: Waltz, nymph, for quick jigs vex Bud, traduzida pelo Google Tradutor como: "Valsa, ninfa, pois danças rápidas irritam Bud". Ela tem sete palavras, com 28 letras, em inglês, repetindo apenas o "i" e o "u".

DdAB